A Igreja
é nossa mãe. Foi ela que logo à nossa entrada na vida, nos recebeu com
carinho maternal e tirou de nossa alma a lepra do pecado original,
revestindo-nos com a roupa cândida da graça santificante. Nos
santos sacramentos ela oferece os meios necessários para conservar a
graça de Deus.
OS SACRAMENTOS DA IGREJA
1. Batismo - É através deste nascimento que o homem entra
na Igreja. Como nos desenvolvemos da água de dentro das membranas do feto e
cuja gestação proporcionará os meios para nosso nascimento carnal, deve
ser imperiosa a preocupação dos pais em relação aos filhos, ou dos cristãos em
relação aos pagãos, no que se refere ao nascimento espiritual
através da água. Sobre isto, muitas vezes, também nós gostaríamos
de fazer a pergunta de Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo já
velho? porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer de
novo?" - respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade, Eu te digo:
Quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar o Reino de Deus"
(Jo 3, 4-5). O católico enxerga com clareza que tanto o nascimento carnal,
quanto o espiritual formam um só corpo, imprescindível para a salvação eterna.
Todos nascemos já predestinados para a eternidade. Eis a nossa
responsabilidade frente às duas grandezas: o nascimento carnal e o nascimento
espiritual, graças de Deus incompreensíveis ao nosso limitado saber, mas
cuja consciência nos é conferida pela fé, que não brota de baixo para
cima, mas desce do Alto também pela graça Deus. A vida, portanto, desde o
início até o desfecho traduz uma sucessão de milagres. A rotina do mundo
nos tenta sufocar esta visão e contra isto devemos lutar diariamente.
2. Confirmação ou Crisma
- Já que fomos
batizados nos primeiros meses de vida, é necessário que, quando
adolescentes ou adultos, confirmemos espontaneamente
tudo aquilo que foi prometido pela boca dos nossos
padrinhos, ou seja, abraçar os preceitos da Santa Madre
Igreja, submeter-nos a Deus e renunciarmos
ao Demônio e suas obras. Sobre isto, São Bernardo
dizia: " Renunciaste ao mau espírito e é a ele que estais
servindo? Prometeste a Deus servir a Ele só e observar os mandamentos e
praticas o contrário? Envergonha-te diante de teu Deus e
chora tua infidelidade. Renova as tuas promessas do Batismo e observa-as
melhor, futuramente".
3. Eucaristia - Ninguém é, nem pode ser digno de
receber Nosso Senhor no coração. Não foi pela indignidade nossa que Jesus
Cristo se decidiu instituir este augusto Sacramento. Assim como
esteve nas casas do pecadores e comia com eles à mesa, assim nos visita
na Santa Comunhão para ser alimento para nossa alma e para nos conceder
as graças necessárias para nossa santificação. Entre as
pessoas que se aproximam da Mesa Eucarística há aqueles que, julgando-se
indignos, receiam acercar-se da santa comunhão. Outros não se preocupam
com esta eventualidade. Ao contrário, fazem preparação rápida, rotineira ou sem
atenção alguma. Se estes pecam por excesso de falta de familiaridade com
Deus, os outros não são menos dignos de censura. Pior ainda,
são aqueles que se aproximam da comunhão com indiferença ao seu
real significado. Quem se dirige da comunhão ainda com
outras intenções, que não seja o desejo firme e a resolução sincera
de desapegar-se cada vez mais dos pecados e defeitos, não faz dela o uso que
Deus quer. A recepção freqüente da Santa Comunhão, deve produzir um
amor cada vez mais ardente a Nosso Senhor, inflamar na alma o
fervor e a piedade e despertar o desejo de tornar-se cada vez mais agravável
aos olhos de Deus, por uma vida santa. Que a Sagrada Eucaristia jamais
seja para nós motivo de condenação, mas, como invoca o Sacerdote na Missa:
"Sustento e remédio para nossa vida". Mesmo diante dos nossos
pecados e indignidades, renovemos com o coração este pedido a Deus para
comungarmos com plena confiança na Sua misericórdia.
4. Penitência ou
Confissão - Há tentações
contra a pureza, que não podem ser vencidas a não ser pela fuga. "Levamos
o nosso tesouro em vasos quebradiços", nos diz a Sagrada Escritura.
Vidros de fina composição só com grande cautela podem ser levados juntos de uma
só vez. A pureza do coração é coisa tão delicada, que só com grande cuidado
pode ser conservada. Para não perder este precioso tesouro, é
preciso que fujamos de todas as ocasiões, que fazem a virtude da pureza
perigar. É preciso que renunciemos aos vis prazeres do mundo, não concedendo
liberdade aos membros, que exigem pela natural inclinação. Jesus,
conhecendo a nossa fraqueza, foi extremamente bondoso ao instituir o sacramento
da confissão, conferindo aos Apóstolos e Sacerdotes da Igreja, o poder de
perdoar pecados. No confessionário, temos a plena convicção do
perdão. Infeliz do homem que dá ao mundo os seus dias da mocidade,
reservando-lhe apenas o fim da vida. Já imaginou , no fim da
peregrinação, apresentar-se ao Criador com a alma imunda e as mãos
vazias? Aproveitemos, portanto, esta grande graça enquanto ainda
caminhamos neste mundo.
5. Unção dos enfermos - É um sacramento destinado a quem
está muito doente. Nestes casos não devemos limitar o enfermo somente aos
cuidados do corpo. Se a doença é grave e deixa prever o desenlace
final, devemos falar-lhe da conveniência ou necessidade de chamar o
sacerdote, para com calma pôr em ordem os negócios da alma e receber o
santos Sacramentos que tanto alívio dão aos pobres doentes. É um dos
preconceitos mais perniciosos e diabólicos que aponta a visita do sacerdote
nesse momento como agouro de morte. O católico verdadeiro, também no leito de
morte, não se assusta com a visita do sacerdote. Pelo contrário, lhe é
uma das visitas mais agradáveis. Se é possível de supor que o doente, aliás
sendo católico, se assuste com a presença do sacerdote, é o caso de ponderar o
que é melhor: Receber os Sacramentos, ou deixá-lo no pecado,
concorrendo assim para uma possível condenação? É preferível que o
enfermo, embora se assuste um pouco, morra na graça de Deus, a que fique
bem tranqüilo na ignorância de seu estado e entrando na eternidade, encontre
um juízo terrível, correndo-se o risco de um fim desastroso e irremediável.
6. Ordem - Instituído por Jesus Cristo desde os primórdios da
Igreja, quando escolheu São Pedro como a rocha onde foi edificada a sua
Igreja, o caráter hierárquico foi transmitido apostolicamente até aos
tempos atuais. Não pode haver missão mais nobre que a de servir Jesus
Cristo, abraçando a vocação religiosa. Nossos Sacerdotes e religiosos
dedicam-se ao apostolado da instrução religiosa e trabalhando pelos interesses
mais caros de Jesus, dele receberão uma recompensa extraordinária. Dessa
missão, participam , principalmente os pais, depois os professores e
catequistas, ensinando e instruindo nossas crianças na santa
religião. Estas serão os homens e mulheres do futuro e grande parte
delas serão nossos padres, religiosos e religiosas. Peçamos
sempre ao Senhor que nos envie operários à sua Messe.
7. Matrimônio - Existe uma estreita
relação entre os sacramentos do Matrimônio e da Ordem. Se temos hoje bons
e santos sacerdotes, com certeza tais vocações são frutos de instrução
religiosa cultivados desde a infância em meio a matrimônios
santos, abençoados por Deus. Paralelamente, se temos bons casais
que vivem fielmente sua união, certamente seu estado é conseqüência das orações
dos nossos religiosos e sacerdotes e da instrução religiosa que recebida da
Santa Madre Igreja . Santa Margarida, embora rainha, tomou a si a a
tarefa de santamente ensinar os filhos na doutrina cristã e fazendo-os observar
nos mandamentos das leis de Deus e da Igreja. Além disso, ensinava aos ricos e
altamente colocados como devem passar o tempo e de que maneira devem
tratar os pobres. Aos cônjuges, ensinava o devido respeito à Igreja, o
zêlo necessário para ouvir a Palavra de Deus, observar as leis do jejum e
da abstinência. Sem os princípios da religião de Cristo, não é
possível nenhum matrimônio subsistir.