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sexta-feira, 16 de maio de 2014

SALVEM A LITURGIA E A LITURGIA NOS SALVARÁ!‏


        “O homem deveria tremer, o mundo deveria vibrar, o Céu intero deveria comover-se profundamente quando o Filho de Deus aparece sobre o altar nas mãos do sacerdote”.  São Francisco de Assis:

    "A missa é a devoção dos santos" 
      "Se soubéssemos o valor de uma Missa, morreríamos de alegria".
      "Quão feliz é o Anjo da Guarda que acompanha uma alma à Santa Missa"
     "Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por nos ter deixado este meio infalível de atrair sobre nós as ondas da divina misericórdia. A Santa Missa é uma embaixada à Santíssima Trindade; de inestimável valor; é o próprio Filho de Deus que a oferece." São João Maria Vianey (CURA D'ARS):

Santo Agostinho já dizia: “Um homem cristão é católico enquanto vive no Corpo; decepado deste torna-se um herege. O Espírito não segue um membro amputado.”São Tomás de Aquino nos diz:

Credo de Santo Atanásio (séc. IV), oficial da Igreja Católica: “Todo aquele queira se salvar, antes de tudo é preciso que mantenha a fé católica; e aquele que não a guardar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá para sempre (…) está é a fé católica e aquele que não crer fiel e firmemente, não poderá se salvar”.

Papa Inocêncio III (1198-1216): “De coração cremos e com a boca confessamos uma só Igreja, que não de hereges, só a Santa, Romana, Católica e Apostólica, fora da qual cremos que ninguém se salva”.

IV Concílio de Latrão( 1215), infalível, Cânon I: “…Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo…”.
Cânon III: “Nós excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a qual nós, acima, explanamos…”.

Papa Bonifácio VIII (1294-1303): “Por apego da fé, estamos obrigados a crer e manter que há uma só e Santa Igreja Católica e a mesma apostólica e nós firmemente cremos e simplesmente a confessamos e fora dela não há salvação nem perdão dos pecados (…) Assim o declaramos, o decidimos, definimos e pronunciamos como de toda necessidade de salvação para toda criatura humana“.

Concílio de Florença (1438-1445): “Firmemente crê, professa e predica que ninguém que não esteja dentro da Igreja Católica, não somente os pagãos, mas também, judeus, os hereges e os cismáticos, não poderão participar da vida eterna e irão para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos, a não ser que antes de sua morte se unirem a Ela(…)”.

O Concílio infalível de Trento (1545-1563) além de condenar e excomungar os protestantes, reiterou tudo o que os Concílios anteriores declararam, e ainda proferiu: “… A nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus…”

Papa Pio IV (1559-1565), um dos papas do Concílio de Trento: “… Esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode se salvar…” (Profissão de fé da Bula “Iniunctum nobis” de 1564)

Papa Bento IV (1740-1758): “Esta fé da Igreja Católica, fora da qual ninguém pode se salvar…”.

Por duas razões não se deve manter relações com os hereges. Primeiramente, por causa da excomunhão, pois, sendo excomungados, não se deve ter relações com eles, da mesma maneira que com os outros excomungados. A segunda razão é a heresia. – Em primeiro lugar, por causa do perigo, para que as relações com eles não venham a corromper os outros, segundo aquilo da primeira epístola aos Coríntios (15, 33): ‘As más conversações corrompem os costumes’. E em segundo lugar para que não pareça se prestar algum assentimento às suas doutrinas perversas. Daí dizer-se na segunda epístola canônica de S. João (v. 10): ‘Se alguém vier a vós e não trouxer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis, pois o que o saúda toma parte em suas más obras’. E aqui a Glosa comenta: ‘Já que para isso foi instituída, a palavra demonstra comunhão com esse tal: de outro modo não seria senão simulação, que não deve existir entre cristãos’. Em terceiro e último lugar, para que nossa familiaridade [com eles] não dê aos outros ocasião de errar. Por isso, outra Glosa comenta a respeito dessa passagem da Escritura: ‘E se acaso vós mesmos não vos deixais enganar, outros todavia, vendo vossa familiaridade [com os hereges], podem enganar-se, acreditando que esses tais vos são agradáveis, e assim crer neles. E uma terceira Glosa acrescenta: ‘Os Apóstolos e seus discípulos usavam de tanta cautela em matéria religiosa, que não sofriam sequer a troca de palavras com os que se haviam afastado da verdade’. Entende-se, porém: excetuado o caso de alguém que trata com outro a respeito da salvação, com intuito de salvá-lo”. Quaestiones quodlibetales, quodlibeto 10, q. 7, a. 1 (15), c.


Salvem a Liturgia do perigo protestante!


A reforma litúrgica empreendida pelo Concílio Vaticano II foi uma das grandes preocupações dos padres conciliares, sendo o tema o primeiro a ter um documento aprovado : a SACROSANCTUM CONCILIUM . O TEXTO, INSPIRADO NA TRADIÇÃO DA IGREJA E NO DEPÓSITO DA FÉ , contribuiu para a renovação do espírito litúrgico e enriquecimento das Celebrações Eucarísticas. Todavia, não por causa do Concílio, mas por um errôneo desejo de ruptura com o passado , também cresceu em não poucos ambientes católicos uma má compreensão acerca do que é e o que significa o mistério da Santa Missa


Essa crise no modo como se celebra a liturgia teve especial atenção no pontificado de BENTO XVI . Para o Papa Emérito, 
"a crise na Igreja, pela qual passamos hoje, é causada em grande parte pela decadência da liturgia" . É o que se vê, por exemplo, num grande número de comunidades que, MOTIVADAS POR UM DESEJO DE PROTAGONISMO , deixam de lado o culto devido a Deus e acabam celebrando a si mesmas . Celebra-se antes o homem, do que Deus. Assim, surgem variadas modalidades de inovações e arbitrariedades que oprimem o rito litúrgico e o tornam propriedade humana, não divina


Contra essa tendência de ruptura e desvio na liturgia, o mestre de cerimônias pontifícias, Monsenhor Guido Marini , evoca a "hermenêutica da continuidade" proposta por BENTO XVI como único termo válido para interpretação dos textos conciliares. Marini se questiona se é possível imaginar "que a Esposa de Cristo, no passado, tenha transcorrido algum tempo histórico em que o Espírito não tenha dado assistência a ela, como se tal tempo devesse ser esquecido e cancelado" . Ora, não há nada mais absurdo que tal proposição, sobretudo quando se tem em mente o discurso de abertura do Concílio, no qual o Bem-aventurado JOÃO XXIII pedia com insistência para que “o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma mais eficaz”


Sacrosanctum Concilium apresenta a liturgia como um dom de Deus, uma vez que "toda celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência..." (Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7) . Ainda citando a Encíclica Mediator Dei, de PIO XII , define-a como "o culto público... o culto integral do corpo místico de Jesus Cristo, isto é, da cabeça e de seus membros" . Com efeito, diz Guido Marini , é na liturgia que a Igreja se reconhece "oficialmente" a si mesma, "o seu mistério de união esponsal com Cristo, e aí oficialmente se manifesta". Desse modo, cada expressão do rito comunica a presença e a ação de Deus na humanidade muito mais que qualquer acréscimo inoportuno . Sendo assim, a liturgia precede e supera o homem, pois é "dom que vem do alto" e "mistério de salvação" . E é por isso que ela não pode ser modificada ou negligenciada


O Cardeal MALCOM RANJITH , Arcebispo de Colombo, Sri Lanka , alertou para o perigo de querer 
"tornar a liturgia mais interessante ou apetecível" durante sua conferência no encontro Sacra Liturgia, que foi realizado em Roma entre os dias 25 a 28 do mês passado, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz . O cardeal interpelou aos que estavam presentes à conferência perguntando : "Se tais improvisações tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias?" . E, ainda assim, por mais que essas inovações fizessem sucesso e atraíssem um grande público - o que é patentemente falso - não é este o critério com o qual um cristão presta adoração a Deus em "espírito e verdade" . A Santa Missa não é um espetáculo com pipoca e refrigerante, é antes o sacrifício para a redenção da humanidade


A obediência às normas litúrgicas é, portanto, de suma importância para a reta compreensão dos mistérios cristãos, "pois são textos onde estão contidas riquezas que guardam e exprimem a fé e o caminho do povo de Deus ao longo de dois milênios da sua história" (Cf. Sacramentum caritatis, n. 40). Além disso, recorda também o Mons. Guido Marini, 
"existe um direito do povo de Deus que não pode jamais ser menosprezado", que é o DIREITO de assistir à Missa tal como ela deve ser . Aliás, é bom recordar que o referido direito não é apenas um piedoso desejo do respeitado liturgista . O próprio Código de Direito Canônico afirma isto ao elencar os direitos de todos os fieis : "Os fiéis têm o direito de prestar culto a Deus segundo as prescrições do rito próprio aprovado pelos legítimos Pastores da Igreja" (Cân 214) . "E em virtude de tal direito - prossegue o monsenhor - todos precisamos estar em condições de alcançar o que não é simplesmente fruto pobre do agir humano, e sim obra de Deus, e exatamente por isso é fonte de salvação e vida nova"


A pessoa a quem o cristão se dirige quando reza é Deus . Pense-se, por exemplo, no diálogo introduzido pelo prefácio, no momento da liturgia eucarística, quando o sacerdote se volta para o povo e diz : "corações ao alto" e a assembleia responde :"o nosso coração está em Deus" . É o tempo no qual pastor e rebanho se recolhem e olham juntos para o céu à procura da luz que emana de Cristo . É uma ação sobretudo interior, mas que através da sabedoria da Igreja, ganhou sinais exteriores de modo a indicar a correta atitude espiritual do fiel


A disposição arquitetônica das igrejas e os espaços litúrgicos foram alguns dos elementos que buscaram simbolizar - ao longo da história - a maneira como os cristãos rezam. Tradicionalmente, a chamada oração voltada para o oriente também foi um desses sinais. Conforme explica o mestre de cerimônias pontifícias, Monsenhor Guido Marini, entende-se por oração voltada para o oriente o 
"coração orante orientado para Cristo, do qual provém a salvação e para o qual todos tendem como Princípio e Termo da história" . Mas por que para o oriente? Porque é onde nasce o Sol, e sendo ele símbolo de Cristo, a TRADIÇÃO achou por bem acolher na Liturgia o que é dito de maneira simples no Evangelho de São Lucas : "O sol que surge no Oriente vem nos visitar" (Cf. Lc 1, 78)


Posto isso, não é difícil de entender o quão equivocadas são certas críticas à maneira como a Igreja celebrava a Santa Missa antes da reforma litúrgica de Paulo VI . Afirmar que o sacerdote rezava de costas para o povo é, no mínimo, injusto . Pelo contrário, a posição do celebrante indicava que tanto ele quanto o resto da assembleia estavam direcionados para o verdadeiro protagonista da Celebração Eucarística : JESUS CRISTO . E mesmo no Missal de 1969, no qual o ministro celebra de frente para a assembleia, é a Deus que as orações se dirigem, pois como explica Marini, a expressão celebrar voltado para o povo não tem significado teológico, sendo apenas uma descrição topográfica


Ademais, "a missa, teologicamente falando, está voltada para Deus, através de Cristo nosso Senhor, e seria um grave erro imaginar que a orientação principal da ação sacrifical fosse a comunidade" , ensina Marini . Na Liturgia, indica o Concílio Vaticano II , "os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens" (Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7) . Nisso se insere a proposta de BENTO XVI , radicada naquilo que se convencionou chamar arranjo beneditino. Trata-se, explica o Santo Padre, de "não buscar novas transformações, mas colocar simplesmente a cruz no centro do altar, para a qual sacerdote e fiéis possam juntos olhar, para deixarem guiar de tal maneira voltados para o Senhor, a quem oramos todos unidos" (Introdução ao espírito da liturgia, p. 70-80)


 Uma vez que não é para o celebrante que o fiel deve olhar durante esse momento litúrgico, mas para o Senhor, a cruz - lembra Guido Marini - "não impede a visão; ao contrário, lhe abre o horizonte para o mundo de Deus, e a faz contemplar o mistério, a introduz no céu, de onde provém a única luz capaz de dar sentido à vida neste mundo" . O ponto central da Santa Missa é onde se encontra o Senhor, e por isso a presença do crucifixo no altar ajuda a comunidade e o celebrante a lembrarem o mistério que ali acontece. Com efeito, recorda o Catecismo da Igreja Católica"a liturgia, pela qual, principalmente no divino sacrifício da Eucaristia, 'se exerce a obra de nossa redenção', contribui de modo mais excelente para que os fiéis, em sua vida, exprimam e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja", (Cf. CIC 1068)


           E por fim as Escrituras nos alertam:

         “Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.” (II São João I,10,11).

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A Liturgia


O termo LITURGIA vem da língua grega e significa “trabalho público”, “serviço do público”. A tradução para o latim foi feita de forma próxima como sendo “ação do povo”, “gesto do público”. Diz-nos o Sacrossantum Concílio: “As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja” (SC 26). Ela veio a participar do seio da Igreja, quando reunidos após a ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os apóstolos e discípulos permaneceram fiéis ao partir do pão e às orações: “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At. 2, 46).

O agir do tempo foi exigindo renovações no plano litúrgico para responder aos anseios da comunidade, pois o modo de celebrar diz a identidade de uma comunidade. Por se tratar de uma “ação do povo”, deve haver um vínculo entre Deus, sacerdote e povo, sendo, por isso, necessário que haja mudanças, já que o ser humano se comporta no tempo e no espaço de maneiras diferentes. Assim nos orienta o Sacrosanctum Concilium:

“Na verdade, a Liturgia compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes suscetíveis de modificação, as quais podem e devem variar no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados”.

E ainda:

“Não é desejo da Igreja impor [sic], nem mesmo na Liturgia, a não ser quando está em causa a fé e o bem de toda a comunidade, uma forma única e rígida, mas respeitar e procurar desenvolver as qualidades e dotes de espírito das várias raças e povos. A Igreja considera com benevolência tudo o que nos seus costumes não está indissoluvelmente ligado a superstições e erros, e, quando é possível, mantém-no inalterável, por vezes chega a aceitá-lo na Liturgia, se é harmonizado com o verdadeiro e autêntico espírito litúrgico”. (SC 37)

Faz-se mister a compreensão de que a liturgia, após o SACROSANCTUM CONCILIUM, apresenta uma base alicerçada no Missal Romano, mas apresenta alguns pontos flexíveis e adaptáveis à realidade comunitária. Podendo, assim, haver algumas mudanças mínimas na organização do rito litúrgico, que tem por centro e ápice a celebração da Santa Missa, mas que é bem mais amplo, pois a ação litúrgica deve ser preservada nas adorações ao Santíssimo Sacramento (caso exposto),no cumprimento de um sacramento que não seja exigida a celebração eucarística (penitência, unção dos enfermos, matrimônio).

Seguindo as orientações dadas pelos livros romanos oficiais, observam-se flexões no que é referente à adaptação, seguindo princípios de adequação para que não perder de vista a essência do mistério celebrado, pois quanto mais o ser humano celebrar com amor e consciência, maior sua aproximação de Deus, já que a Igreja é o caminho que leva a Ele. Será avaliada, por conseguinte, a ação litúrgica na Santa Missa (centro da fé cristã católica – na qual Jesus se dá no pão e vinho), mas serão avaliadas as adorações ao Santíssimo Sacramento e a execução dos sacramentos com todos os seus símbolos e sacramentais. Importante ressalvar que a análise tomará por base as adaptações feitas no Brasil, mudanças feitas com a devida orientação da CNBB, bispos chamados por Deus para revelar a nós, povo, seus divinos mistérios: “Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica”. (SC 22 § 3°)

Ao perguntar-se a finalidade da liturgia, será afirmada a necessidade de a Igreja adorar a Deus e manifestar aos homens o amor dEle. Assim versa o Catecismo dizendo:

“Com efeito, a liturgia, pela qual, principalmente no divino sacrifício da Eucaristia, ‘se exerce a obra de nossa redenção’, contribui do mais excelente para que os fiéis, em sua vida, exprimam e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja”. (CIC 1068)

A MISSA


A palavra MISSA significa no latim vulgar “deixar ir”, “partir”, “lançar” e recebeu tal nome pela despedida feita pelo sacerdote: “Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe!”. Após a celebração eucarística, inicia-se a missão do cristão de lutar pela vivência do Evangelho e instauração do Reino de Deus na terra. Toda a economia cristã gira em torno da construção do Reino de Deus na terra, após participar da Santa Missa todos são lançados a terra como sal e luz: “Vós sois o sal da terra ... e a luz do mundo” (Mt. 5, 13 – 14)

Entretanto, o auge da missa cristã, isto é, da missão acontece na celebração eucarística, na qual acontece o ÚNICO e ETERNO SACRIFÍCIO de Jesus. O mesmo sacrifício realizado na cruz por Cristo é celebrado hoje, atualizado no rito eucarístico, para reparar os pecados dos vivos e mortos: “ A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dEle” (CIC 1362). Perceba-se, portanto, que não se trata de outro ou de novo sacrifício, mas do único realizado por Jesus Cristo, isso para fazer jus às palavras dEle mesmo na Cruz: “E quando Jesus tomou o vinagre, disse: tudo está consumado...” (Jo.19,30), significa dizer que se cumpriram todas as passagens das escrituras e também que não há necessidade de novos sacrifícios porque Ele mesmo se deu em sacrifício eterno, vivenciado na celebração eucarística.
Uma questão importante é: quando se inicia a Santa Missa? A Santa Missa se inicia com o recolhimento interior de todo e qualquer ser humano que deseja ardentemente celebrar o mistério eucarístico e dEle participar. O silêncio e a oração devem regrar a vida da pessoa que se dirige à Igreja, permanecendo nesse estado de graça até o término da celebração, falando apenas quando necessário, nos responsórios exigidos pela própria celebração. Para o sacerdote, inicia-se quando ele faz a oração universal da Igreja, chamada Liturgia das Horas, rezada em comunhão com a Igreja do mundo inteiro. Fale-se, também, sobre o jejum eucaristico, pois a Igreja orienta que uma hora antes do rito eucarístico e após uma hora de seu término deve se tomar apenas água, evitando-se alimentos sólidos. O significado é deixar que Cristo seja o único alimento presente no corpo humano; indica respeito e reverência ao sacramento.

PESSOAS DA SANTA MISSA

A celebração é constituída de pessoas que exercem papéis na celebração, importante destacá-las e dizer suas funções para que se tenha uma visão geral, não apenas da hierarquia, mas da própria realidade litúrgica celebrada. Essas pessoas são: Bispo ou sacerdote (um dos dois obrigatoriamente), diácono (terceiro grau do sacramento da ordem, não preside a liturgia eucarística), cerimonial (em celebrações solenes), acólitos ou coroinhas, ministros extraordinários da comunhão, leitores, coral, assembléia. Todos exercem um ministério diferente no altar de Deus, mas, ressalve-se que são ministérios e, por isso, devem ser preservados em dignidade e respeito:
“Os que servem ao altar, os leitores, comentadores e elementos do grupo coral desempenham também um autêntico ministério litúrgico. Exerçam, pois, o seu múnus (missão) com piedade autêntica e do modo que convém a tão grande ministério e que o Povo de Deus tem o direito de exigir”. (SC 29)
Não se pode perder de vista que o dignitário da celebração dos sacramentos e da vida da Igreja é o próprio Jesus Cristo; entretanto, por falta de termos serão usadas nomenclaturas como “presidente da celebração”, “celebrante”, embora sabendo que o sacerdote e o povo de Deus têm co-participação nesse mistério, o real e o único ‘celebrante’ é Jesus Cristo, mas com a falta de termos mais apropriados, serão usados aqui com freqüência.

Analisando-se cada elemento da celebração eucarística:


• Bispo: é aquele que se encontra em grau pleno do sacramento da ordem, o primeiro grau, ou seja, faz parte do colégio apostólico, dos sucessores dos apóstolos através da tradição, em comunhão com o Papa que é o Bispo Maior, representante de Cristo e de todos os bispos. Para chegar a tal exercício, é necessário ter o segundo grau do sacramento da ordem (presbiterado / sacerdócio). É ele o pastor das ovelhas de uma diocese, auxiliado pelos sacerdotes e diáconos.

• Sacerdote: ordenado em segundo grau pelo sacramento da ordem: “Só os sacerdotes validamente ordenados podem presidir a Eucaristia e consagar o pão e o vinho para que se torne o Corpo e o Sangue do Senhor” (CIC 1411). É ele quem leva o povo a Deus e traz Deus aos homens, num mistério salvífico da fé. Ressalve-se que tanto o bispo quanto o sacerdote quando agem na celebração, fazem-no IN PERSONA CRISTHI, ou seja, na PESSOA DE JESUS CRISTO, revestidos de autoridade dada por Nosso Senhor: “Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou”. (Lc.10,16).

• Diácono: é o terceiro grau do sacramento da ordem. É aquele ordenado para o serviço, axulia o bispo e/ou o sacerdote na Santa Missa: faz papel de cerimonial (quando solene a celebração), proclama o Evangelho, prepara o altar das ofertas, deseja a paz e despede a comunidade no final da celebração. Note-se que o diácono não preside a Eucaristia, pois ainda não recebeu a autoridade necessária para transubstanciar pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo. Na ausência do bispo e do sacerdote, o diácono celebra a Liturgia da Palavra, cujo rito não tem Liturgia Eucarística: após a oração da assembléia, vai-se direto ao canto de comunhão, e ele irá distribuir o Santíssimo Sacramento, presente no sacrário ou levado numa âmbula.

• Cerimonial: auxilia de modo geral no altar, levando os leitores até o ambão da leitura e observando as necessidades dos celebrantes. Aparece em celebrações solenes como sagração episcopal, ordenação sacerdotal ou diaconal, ou em celebrações festivas da Igreja. Quem faz o papel de cerimonial são os diáconos e quando este for ausente o próprio acólito devidamente instruído a essa função. Em caso de celebrações com arcebispos metropolitanos, cardeais e o papa, quem fará este papel é um sacerdote.

• Acólito: é um leigo que recebe da Igreja um ministério menor, mas não menos importante, de auxiliar litúrgico. Faz a ligação entre a comunidade e o celebrante. Executa serviços importantes na simbologia litúrgica, pois fazem papéis de cruciferáreo (leva a Santa cruz), candelabristas ou ceroferários (levam as velas nos candelabros), libríferos (leva o Missal Romano), turiferáreo (auxilia com o turíbulo), naveteiro (leva a naveta onde se guarda incenso) e na presença do Bispo: mitrífero (segura a mitra e na hora da Consagração Eucarística, a solidéu) e baculífero (segura o báculo).

• Ministro Extraordinário da Comunhão: É um leigo que recebe da Igreja um ministério além da ordem (que é um sacramento), por isso é extra, ou seja, é uma exceção permitida pela Igreja, pois quem deve manusear a Eucaristia, seja no sacrário seja na Santa Missa, é aquele que recebeu o sacramento da ordem, mas, abriu-se uma exceção para maior participação do leigo na Igreja. O papel do Ministro Extraordinário vai além de distribuir a Sacratíssima Comunhão no momento da celebração eucarística, é dele também o dever de auxiliar os sacerdotes no acompanhamento dos doentes da comunidade, levando até eles o Santíssimo Sacramento, seguindo o rito de Celebração da Palavra para entregar ao doente o Corpo de Cristo. É do ministro também o dever de avisar ao sacerdote para conferir ao doente o sacramento da PENITÊNCIA e UNÇÃO DOS ENFERMOS.

• Leitores: São pessoas que representam a comunidade participando do ato litúrgico. Devem ser instruídos a agir com respeito e amor ao sagrado mistério celebrado. São os anunciadores da história do povo de Deus que terá seu auge em Cristo Jesus.

• Coral: é o responsável pelo canto e toda a melodia da Santa Missa. Deve acompanhar o sentido da celebração, procurando entoar cantos em comum com a leitura feita ou que seja um acordo entre o momento e a finalidade. Será transcrito, portanto, neste ponto, todo o trecho do Sacrosanctum Concilium acerca da música sacra:
“A pastoral é um dever paroquial, fazendo-se necessário compreender como conciliar os anseios comunitários e a celebração realizada e fundamentada na Palavra de Deus. É dever do coral fazer com que as pessoas, através do canto, interiorizem a Palavra de Deus revelada”. (SC. 89)

• Assembléia: A comunidade toda reunida, todos, exceto o celebrante fazem parte da assembléia. Em qualquer ato litúrgico no qual apareça a o termo assembléia, refere-se a todos não participantes do sacramento da ordem. É o emissor do ato litúrgico, pois pelo seu povo Jesus se sacrifica na cruz e permanece nas atualizações do seu eterno sacrifício no altar.


OBJETOS LITÚRGICOS

Serão apresentados, neste ponto, todos os objetos que compõem a Santa Missa e sem os quais a celebração não poderia ser realizada, por serem essenciais à prática litúrgica. São objetos consagrados a Deus e não devem ser utilizados para outros fins que não o de celebrar o ato eucarístico. Por questões de didática, serão separados em: objetos, livros, vestes.

Quanto aos objetos, são muitos e será feita uma lista, tratando de cada um e sua finalidade. São eles:
• TURÍBULO: utilizado para queimar incenso, este apresentado a Deus como a oração do povo que o louva pelo seu infinito amor: “Que minha oração suba até Vós como a fumaça do incenso, que minhas mãos estendidas para Vós, sejam como a oferenda da tarde.”(Sal. 140, 2). Faz parte da tradição judaico-cristã, herdada por nós pela Tradição da Igreja. Cada toque dado no turíbulo é chamado de ducto, usa-se um ducto para incensar todo o altar; dois ductos, para as imagens de santos e Nossa Senhora e três ductos para incensar a tudo quanto se refira a Nosso Senhor. Ressalve-se que três toques de três ductos é usado apenas para a Consagração do Corpo e Sangue sacratíssimos de Nosso Senhor.

• NAVETA: É onde se deposita o incenso. Durante séculos, representava presente de luxo dado aos Bispos. Dar esse presente significava, à luz da época, chamar alguém de orante, íntimo de Deus, próximo de Nosso Senhor, já que faz a representação do Rei Mago que entregou a Cristo o incenso: “...e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra...” (Mt. 2,11). Santo Agostinho tem uma expressão definidora do incenso usada pela Tradição da Igreja: “O incenso é um presente que se dá ao Menino Jesus. A Igreja eleva a Deus suas orações através da fumaça e dá, no lugar do Rei Mago, o incenso ao Menino; colocando-se na mão dEle as necessidades, os louvores, a adoração de toda a Igreja. Tudo quanto for incensado, é entregue ao Menino junto com o incenso, porque sendo Deus, Ele abençoa todas as coisas”.

• CANDELABRO: utilizado para segurar as velas. São a representação da luz que Cristo é e também da luz que devemos ser. Nos primeiros séculos, utilizados para realmente iluminar ambientes onde ocorria a celebração, depois parte integrante da liturgia com sentido simbólico de iluminar aqueles que celebram os sagrados mistérios.

• CRUZ: representação da morte de Nosso Senhor, usada para nos lembrar o meio gravoso que nos tornou uma nação santa e conquistada para Deus: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pd. 2,9).

• ÂMBULA: recipiente usado para guardar o pão a ser transubstanciado em Corpo de Cristo. Ao lavar a âmbula, recomenda-se que a pessoa beba a água, pois se houver algum vestígio de Corpo de Cristo, será feita a devida comunhão num mistério salvífico.

• CÁLICE: recipiente usado para colocar o vinho a ser transubstanciado em Sangue de Cristo. A recomendação para a âmbula deve ser respeita também para o cálice.

• PATENA: pequeno prato usado com uma hóstia maior utilizada na celebração pelo celebrante, pois com a hóstia maior, é possível melhor visualização da comunidade. A patena também é usada pelo acólito para evitar qualquer perda, quando a comunhão é dada em duas espécies.

• SANGUÍNEO: pequeno pano fino, usado para enxugar o cálice, a âmbula e também os dedos e lábios do celebrante.

• CORPORAL: pano maior, quadriculado. Assim chamado porque sobre ele é colocado o Corpo de Cristo, lembrando o santo sudário que envolveu o Corpo de Nosso Senhor em sua morte: “O qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele...” (Mc. 15,46). É aberto sobre o altar, colocando-se as âmbulas e o cálice sobre ele. Também usado para envolver a teca quando o Ministro Extraordinário transporta a Eucaristia para o doente.

• PALA: Cobertura quadrangular utilizada para cobrir o cálice.

• GALHETAS: garrafinhas onde se colocam água e vinho.

• TECA: pequena âmbula usada pelos Ministros para levar a Comunhão Sagrada aos enfermos.

• BURSA: Bolsa onde se guarda o corporal com o Corpo de Cristo, usada pelos Ministros Extraordinários da Comunhão.

• OSTENSÓRIO: Estojo redondo, dourado ou prateado, com pedestal e suporte. Uma hóstia grande é colocada bem no centro, para ser vista pelos fiéis através do vidro redondo e ao mesmo tempo ficar protegida nas procissões ou adoração eucarística. É usado também quando o Ministro Ordenado ( e somente ele) dá a Benção solene com o Santíssimo Sacramento.

• LUNETA: objeto em forma de meia-lua para prender a Eucaristia dentro do ostensório.

• PÁLIUM: do latim, significa “cobertura”. É usado em procissões com o Santíssimo Sacramento exposto, fora dos limites do templo.

• MANUSTÉRGIO: toalha branca usada pelo celebrante para enxugar as mãos.

• BACIA: usada para colher a água de lavar as mãos.

• SINETA: sininhos tocados pelos acólitos durante a Consagração e em acompanhamento ao Santíssimo em procissões.

• PIA BATISMAL: usada para conter a água usada durante a celebração do batismo.

• CREDÊNCIA: mesa onde se colocam todos os objetos a serem usados durante a celebração.

• ASPERSÓRIO: usado para aspergir a comunidade com água benta.

• CALDEIRINHA: pequena caldeira usada para colocar água-benta para aspersão.

• GENUFLEXÓRIO: usado em celebrações do sacramento do matrimônio para que o casal ajoelhe em determinadas partes do ato litúrgico. Normalmente, colocado na parte de trás dos bancos, para as pessoas ajoelharem durante a Santa Missa. Evite-se colocar os pés sobre o genuflexório.

• ALTAR: lugar onde se celebra a Eucaristia, representa durante a celebração e depois dela Cristo Imolado, o local sagrado do sacrifício. Por isso, deve receber a reverência mais leve (VENIA), ou seja, leve inclinação com a cabeça, sempre que alguém transitar e necessitar passar em sua frente. No altar, contém uma pedra chamada “Pedra d’ara’ localizada centralmente. Sobre ela são colocadas as espécies do Corpo e Sangue de Cristo durante a Liturgia Eucarística. Muitas delas têm uma relíquia de algum santo, pois, a intenção é lembrar os mártires; porém, se não houver uma relíquia, ela servirá como pedra fundamental que é o próprio Cristo Jesus. As toalhas representam o Santo Sudário, lençol que envolveu o Senhor morto (as cores variam de acordo com o tempo litúrgico).

• AMBÃO: em posição elevada, é a mesa sobre a qual se faz a Liturgia da Palavra.

• ALMOFADA: usada sobre o altar para apoiar o Missal Romano.

• BÁCULO: bastão utilizado pelos Bispos. Representa sua função de pastor de muitas ovelhas.

• MITRA: chapéu alto e pontudo, utilizado pelos Bispos. Representa seu poder espiritual transmitido através da sucessão apostólica.

• PÁLIO: Insígnia litúrgica, que consiste numa faixa adornada com cruzes negras, usado em torno do pescoço por bispos, arcebispos e pelo papa em cerimônias pontificais. Fita de 6 cm de largura feita de lã branca, em forma de anel,com 6 cruzes de seda preta sobrecosidas, a ser colocada sobre os ombros com duas pontas que finalizam numa peça de seda, pendentes na frente e nas costas. A lã do pálio é a de dois carneiros bentos na festa de santa Inês. É usado apenas pelos Arcebispos Metropolitanos.

• SOLIDÉU: pequeno pano em forma de calota, utilizado pelos Bispos. Estes usam cor roxa; os cardeais, vermelha; o Santo Padre, branca. Representa a comunhão com Deus em todo o tempo.

• FLORES: usada para ornamentação da Igreja, para enfeites. Durante a quaresma, é aconselhável não usar, para facilitar a introspecção do tempo de penitência.

• CÍRIO PASCAL: Vela Grande, utilizada no período pascal simbolizando o Cristo ressuscitado. Nele se podem encontrar as inscrições em grego ALFA – ÔMEGA (Jesus é início e o fim) e também cinco cravos representando as cinco chagas de Cristo.

• SINO: utilizado para convidar o povo de Deus à Celebração Eucarística.

• CONOPEU: Cortina utilizada na frente do Sacrário e também dentro dele. Representando a entrada da Arca da Aliança.

• SACRÁRIO: local onde se deposita o Santíssimo Sacramento, após a celebração. Deve ser colocado em local de honra na Igreja, com uma luz vermelha acesa ininterruptamente acima ou ao lado dele. Tal luz teve seu início no séc. XIII e a cor se devem ao simbolismo do vermelho representar o martírio sofrido por Cristo e atualizado na Eucaristia.
• LUX: Luz Vermelha especial que fica acesa todo o tempo ao lado do Sacrário, representando Jesus vivo e encarnado, guardado em espécie.

LIVROS LITÚRGICOS

Há, na tradição da Igreja, alguns livros utilizados durante o cerimonial de um sacramento ou durante a Santa Missa, são eles: Missal Romano, Evangeliário, Lecionário, Ritual Romano, Livro Pontifical, Livro Gradual e Livro Antifonal. Estabelecidos para a leitura da Palavra de Deus nos ritos celebrados.


• MISSAL ROMANO: Contém as leituras próprias de quem preside a Celebração Eucarística. Nele, há todas as orações necessárias a toda celebração, inclusive todas as orações eucarísticas existentes, para todos os tempos e anos litúrgicos.

• LECIONÁRIO: Livro utilizado na Liturgia da Palavra durante a Celebração da Santa Missa. Existem três tipos: Dominical ABC (Para as Missas dos Domingos), Semanal (Para as Missas da Semana) e Santoral e das Missas Votivas (para as Missas em veneração A Santíssima Mãe de Deus, dos santos e santas).

• RITUAL ROMANO: Contém todos os sacramentos celebrados por um Sacerdote e alguns deles pelo Diácono, são eles: Batismo, Eucaristia (fora da celebração da Santa Missa), Penitência, Matrimônio, Unção dos Enfermos, Profissão Religiosa e Exéquias (celebração para as almas dos fieis defuntos). No Brasil, eles vieram, por orientação da CNBB, todos separados.

• LIVRO PONTIFICAL: Contém os sacramentos presididos pelos Bispos, sucessores dos Apóstolos, são eles: Crisma e Ordem. Além da Bênção dos Óleos, Benção da Igreja e do Altar e a Consagração das Virgens (mulheres que se dedicam à vida secular de modo imaculado).

• GRADUAL ROMANO: É próprio do Salmo Responsorial, parte da Liturgia da Palavra, na qual o cantor faz a salmodia (um verso) e o povo responde o refrão. Hoje, pouco utilizado, já que há a presença do Salmo no Lecionário. Deve prevalecer a forma gregoriana no ritmo e nas entonações.

• LIVRO ANTIFONAL: Aquele que contém todos os cantos da Santa Missa. Cada comunidade poderá produzir com os cantos mais conhecidos dela.

• LITURGIA DAS HORAS: É também chamado de OFÍCIO DIVINO. É a oração pública da Igreja. Traz orações para as diversas horas do dia, dentre elas: as Laudes (oração da manhã), as Horas Médias (pode ser celebrada às 9h, às 12h ou às 15h), Vésperas (Oração de fim de tarde) e as Completas (oração de fim de noite). Este livro, também chamado de Breviário, contém os salmos e passagens bíblicas para a reflexão. Pode ser rezada em comunidade ou sozinho. Todos os leigos e a hierarquia devem utilizá-lo.

VESTES

As vestes têm um significado importante para a celebração litúrgica, pois, todos perfazem a unidade cristã, corpo místico de Cristo que é a Igreja. Desde o celebrante até a assembléia se deve haver preocupação de como se vestir para participar da Santa Missa. Há alguns irmãos católicos que, desprovidos do entendimento, afirmam: “Pode-se ir à Santa Missa com qualquer roupa, pois o que importa é o coração”, a eles, porém, pergunta-se: “Como você reagiria se o sacerdote celebrasse sem camisa o rito eucarístico?” Não deveria haver espanto, pois se o importante é o coração, pouco interessa o que ele esteja vestindo. Não é bem assim! A Igreja, no Catecismo, 1387, ensina que: “Para se prepararem convenientemente para receber este sacramento, os fiéis devem observar o jejum prescrito na sua Igreja (222). A atitude corporal (gestos, trajes) deve traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo Se torna nosso hóspede”.

Entenda-se que os fieis devem ter a preocupação com o vestuário para se participar da Santa Missa. Os homens devem evitar bermudas, camisetas; usando camisa com mangas e calças compridas. As mulheres devem evitar minissaia, camisas de alça, decotes ou camisas que deixem as costas nuas; usando, também, camisa com mangas e saias, vestidos ou bermudas que fiquem abaixo dos joelhos. Por quê? Justamente para “traduzir o respeito”, é uma questão de se colocar no ambiente, pois é errôneo dizer que a obrigação de usar as vestes é apenas do sacerdote ou de quem serve ao altar, todos devem, por participarem da unidade da celebração, demonstrar esse entendimento.

Para finalizar essa orientação, a roupa diz o ambiente que estamos freqüentando: é muito comum, quando, atualmente, participamos de uma formatura utilizar roupas elegantes, para os homens, terno; para as mulheres, vestido longo. Para tudo temos um tipo de roupa: quando na casa de um amigo, quando na praia, quando no cinema, etc. É comum que haja uma roupa adequada para a Santa Missa e deve ser aquela que não banalize o rito eucarístico, seja pela sensualidade (desnecessária no contexto) seja pela falta de discernimento de utilizar algo que cubra o corpo. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Cor. 3,16). Compreenda-se, ainda, que não se trata de um desfile de modas, as roupas mais simples podem ser usadas, desde que cubram o corpo, sobre as condições faladas. Reforço que este entendimento é o ensinamento da Santa Madre Igreja.



VESTES LITÚRGICAS


A Igreja, desde os primeiros séculos, utiliza-se de vestes litúrgicas para a Celebração da Eucaristia. O sacerdote e o bispo usam as mesmas vestes para a celebração, embora, o bispo tenha mais paramentos (Mitra, Solidéu, Báculo, Cruz Episcopal, Pálio) conforme foram ditos. Dentre as principais vestes, encontram-se:

• AMICTO: pequeno pano branco colocado em volta do pescoço do sacerdote. Simboliza a armadura contra Satanás e suas malícias. É a primeira veste a ser colocada pelo celebrante, e, quando isso acontece, reza-se a oração: “Colocai-me, Senhor, na minha cabeça o elmo (armadura) da salvação para que possa repelir os golpes de Satanás, amém!”

• ALVA OU TÚNICA: É de linho e simboliza a pureza de coração com que o Sacerdote deve se aproximar do altar. Representa também a túnica branca com que Cristo foi vestido, por ordem de Herodes, para designá-lo como louco. Ao vesti-la, o sacerdote reza: "Revesti-me, Senhor, com a túnica de pureza, e limpai o meu coração, para que, banhado no Sangue do Cordeiro, mereça gozar das alegrias eternas".

• CÍNGULO: É um cordão que o Sacerdote amarra na cintura impedindo que a alva se arraste no chão. Representa a mortificação necessária para a conservação da castidade. Representa também a corda com que Nosso Senhor foi amarrado, quando foi preso. O Sacerdote coloca-o dizendo: "Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza, e extingui nos meus rins o fogo da paixão, para que resida em mim a virtude da continência e da castidade".

• ESTOLA: Faixa comprida, colocada pelo sacerdote no pescoço e descendo pela frente do corpo, pelos dois lados, cuja cor varia de acordo com o tempo litúrgico. Deve ser da mesma cor da casula. Representa o poder sacerdotal, pois, nos primeiros séculos, para destacar quem estava presidindo a Eucaristia, utilizava-se este tipo de paramento. Representa também a imortalidade ou glória eterna dada por Deus e pedida pelo sacerdote quando a coloca, pois ele faz a oração: “Restitui-me, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi na prevaricação do primeiro pai, e, ainda que não seja digno de me abeirar dos Vossos sagrados mistérios, fazei que mereça alcançar as alegrias eternas". Antes de colocá-la o sacerdote deve beijá-la em sinal de reverência ao poder advindo do Espírito Santo.

• CASULA: Grande manto utilizado pelo sacerdote, sobre a alva e a estola, ela representa um abrigo cujo protetor é o próprio Jesus, já que o sacerdote irá agir IN PERSONA CRISTHI, a casula é a veste que faz dele esse objeto de transmissão da graça. Sua cor varia de acordo com o tempo litúrgico. Normalmente, traz o desenho de uma cruz para lembrar ao sacerdote e a todos que Jesus disse: “Quem quiser me seguir, tome sua cruz e me siga” (Lc. 9,23). Ao vesti-la, o sacerdote faz a seguinte oração: "Senhor, que dissestes: O meu jugo é suave e o meu peso é leve, fazei que o suporte de maneira a alcançar a Vossa graça. Amém!".

• VÉU HUMERAL: Manto menor que a casula, colocado sobre esta, usado em celebrações em que haja transladações ou procissões com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Também usado pelo sacerdote para dar a benção com Santíssimo. A sua cor é branca. Passa pelos ombros do sacerdote e vai até as mãos. Usada por ele para segurar o ostensório nesses momentos, isolando o Cristo Eucarístico do contato humano, uma vez que o sacerdote está ali humanamente.

• CAPA DE ASPERGE ou PLUVIAL: utilizada pelo sacerdote sempre que necessitar de aspergir a comunidade com água benta. Também utilizada por ele em celebrações do sacramento do matrimonio, nas quais não se celebrem a Santa Missa. Também recebe o nome de Capa Pluvial, porque era usada por sacerdotes em procissões para se protegerem da chuva. Alguns a chamam de casula especial, já que é uma espécie de casula só que adaptada a ambientes externos, então se diga que o sentido é próximo ou semelhante.


CORES LITÚRGICAS


Faz-se necessário compreender que as cores simbolizam o momento vivenciado, celebrado. Embora, Jesus Cristo nos dê seu Corpo e seu Sangue e seja o ápice de toda Celebração Eucarística, reflete-se acerca dos momentos que mais nos aproximamos d’Ele e isto tem a ver com o tempo litúrgico (explicado mais a frente), mas de acordo com este as cores variam, embelezando a Liturgia, são elas:

• BRANCO: simboliza a luz trazendo alegria e a glória de Deus. É usado nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal, também em suas festas e memórias. Não se utiliza esta cor nas seguintes Solenidades: Paixão e Morte de Nosso Senhor, como também para a Memória dos Mártires. Deve ser usada: Nas Solenidades da Virgem Maria, dos Santos Anjos, na Festa de Todos os Santos, Natividade de São João, Festa de São João Evangelista, Cátedra de São Pedro, Conversão de São Paulo Apóstolo.

• VERMELHO: simboliza as línguas de fogo em Pentecostes; também o sangue derramado por Cristo e, depois, por seus fieis seguidores e mártires. Usa-se: Domingo de Ramos, Sexta-Feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor, Domingo de Pentecostes, Festa dos Apóstolos e Evangelistas (exceto de São João Evangelista) e Festividades dos Mártires.

• VERDE: Simboliza a cor da esperança da vida eterna. Cor retirada da natureza, justamente porque é utilizada no tempo em que se reflete o mistério de Jesus nos seus gestos mais naturais, é tempo de compreender a plenitude do Verbo Encarnado e todos os seus ensinamentos. Usa-se durante 34 semanas do tempo litúrgico chamado Tempo Comum.

• ROXO: simboliza penitência, recolhimento, interioridade, reflexão, silêncio, meditação. Utilizada no Tempo da Quaresma e Tempo do Advento (exceto III domingo), além da Missa dos fiéis defuntos (2 de novembro) e celebrações pelos mortos.

• ROSA: simboliza tranqüilidade, serenidade, confiança no porvir. É utilizado no III domingo do Advento e no IV da Quaresma (nada impede que se use roxo no último caso).

• PRETO: simboliza luto, a tristeza da morte. Pode ser usado, onde de costume, na Missa dos Mortos. No Brasil, ficou facultativo, segundo instrução do Missal Romano, mas é comum usar roxo.
• Existem algumas cores que não são previstas na Liturgia, mas adaptável ao momento celebrado. Por exemplo, na Região Nordeste do Brasil, na chamada “Missa dos Vaqueiros” o sacerdote, normalmente, usa Marrom, simbolizando a luta diária dos que vivem da pecuária. É muito comum também usar Azul nas festas de Nossa Senhora, para representar suas vestes, o próprio Santo Padre Bento XVI usou quando visitou o Santuário Mariano na Áustria. É tolerável desde que não venham a agredir a Liturgia.

TEMPO LITÚRGICO


A idéia de tempo litúrgico deve ser diferenciada de tempo cronológico, no sentido de que um não está preso ao outro. O tempo cronológico segue valores políticos e econômicos, entretanto, o tempo litúrgico vivencia o momento cristão, celebra o único e eterno sacrifício de Jesus e o torna presente, de forma real, através de seu Corpo e Sangue. Assim, a Santa Missa está acima das horas, do dia, podendo ser celebrada desde o nascente ao poente conforme diz o salmista: “O Deus poderoso, o SENHOR, falou e chamou a terra desde o nascimento do sol até ao seu ocaso”.
Orienta-se, portanto, que, ao iniciar a Santa Missa, o comentarista não faça a saudação com “Bom dia”, “Boa Tarde” ou “Boa Noite”, porque enquanto se celebra o Rito Eucaristico é sempre Luz, Dia Eterno, Sacrifício Único, é mistério da fé e, por esse motivo, não está condicionado aos limites do tempo cronologico. Por isso, nao se confunda mais um e outro, haverá a necessidade de se diferenciar Ano Litúrgico de Ano Civil.

Os tempos litúrgicos sao: COMUM, QUARESMA, PÁSCOA, ADVENTO E NATAL. Associa-se cada cor falada a um destes tempos, conforme explicado acima. Mas, faz-se necessario compreender o enfoque dado a cada tempo, para poder melhor vivenciá-lo.


• TEMPO COMUM: Constituido por 34 semanas. Reflete o mistério e Cristo enquanto Homem-Deus e nessa realidade do Verbo feito Carne. Momento este de “ir pelo mundo inteiro e anunciar a Boa Nova”. Uma característica deste tempo é a reflexão da história do povo de Deus, desde o Antigo Testamento ao Novo, passando pelos Salmos de Louvor e Confiança. Divide-se em duas partes: a primeira situa-se após o advento até o início da quaresma, focando a interiorização e construção da consciência do que significa ser cristão; a segunda parte, após a Páscoa e até o Advento, foca a atitude do cristão, já que ele adquiriu, na primeira parte, a cosnciencia, é momento de agir, ou seja de ser “sal da terra e luz do mundo” . Neste tempo, celebram-se as festas dedicadas a Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima.

• TEMPO DA QUARESMA: É aquele da reflexão, interiorização, penitência. São os quarenta dias que antecedem a Páscoa, Ressurreiçao de Nosso Senhor Jesus Cristo. Utiliza-se a cor roxa, representando essa interiorização que os fieis devem fazer, durante o período do anúncio da vinda de Cristo. Aos fieis é aconselhado, pela Igreja, fazer jejum e praticar o habito da oração. No Brasil, criou-se o costume de fazer jejum de qualquer outra coisa que seja vício, mas a orientação é a de que o jejum deve ser praticado nas sextas-feiras, dia de Morte de Nosso Senhor Jesus.

• TEMPO DA PÁSCOA: É a libertação do povo de Deus, saindo da morte para a vida, pois com a Ressurreição de Jesus Cristo todos temos uma aliança eterna com a Trindade Santíssima. Periodo de cinquenta dias que antecedem Pentecostes. Neste tempo usa-se a cor branca, em sinal de vida, de luz, de ressurreição.

• TEMPO DO ADVENTO: Significa a vivência da primeira vinda de Cristo entre os humanos. Repartido desde o anúncio do nascimento de João Batista até o Natal. Tempo que sugere esperança, recolhimento, oração, preparação para a vinda do Messias. A cor usada é roxa, exceto 3° domingo. As leituras mais frequentes são feitas em torno das profecias de Isaias e todos que antecederam o nascimento do Filho de Deus.

• NATAL: Festa do nascimento de Jesus. Comemoram-se quatro festas: a Sacratíssima Encarnação; a Sagrada Família; Maria Mãe de Deus (Teotokos) e o Batismo de Jesus. Este ciclo de celebrações traz em si um mistério da Encarnação de Jesus conforme o anúncio de São João: “E o Verbo se fez carne e habitou no meio de nós”. É a festa que inicia o ano litúrgico. A cor usada é branca e a maioria das leituras são do Novo Testamento, denominadas cristológicas, trazendo para nós um breve entendimento do mistério salvífico iniciado com o nascimento de Nosso Senhor. Cite-se, a título de curiosidade, que neste tempo solene, as paróquias, espalhadas pelo mundo inteiro, armam um Presépio, representando como Cristo nasceu e refletindo seus mistérios; desde de São Francisco de Assis, em 1215, essa tradição se repete no espaço e no tempo.

ANO LITÚRGICO

O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamado de anos A, B, C. O tempo litúrgico está dentro do ano litúrgico, sempre.
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C. Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:

• 1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
• 1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
• 2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
• 2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
• 2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
• ...............................................................
• 2008 é 2+0+0+8 = 10 (9+1) = Ano A
• 2009 é 2+0+0+9 = 11 (9 + 2) = Ano B

A SANTA MISSA

A celebração da Santa Missa, em seu rito romano, é dividido em quatro partes com simbologia e realidade próprias: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística, Ritos Finais. Compreender cada parte exige o entendimento do que se passa em cada momento desse e o que está sendo sugerido.
RITOS INICIAIS

Representa o momento do convite a todos para celebrar o mistério eucarístico. Compreenda-se que o comentãrio não faz parte desse momento, sendo opcional a sua leitura. Acontece a Procissão de Entrada pelo corredor central em direção ao altar: toda a comunidade deve voltar-se para a Procissão, ja que ela representa resumidamente nossa caminhada à eternidade.
Muitas representações coexistem na simbologia da Procissão de Entrada: Moisés conduzindo o povo de Deus a terra prometida, esta a nova e eterna pátria; a caminhada do povo de Deus até a vinda de Cristo; as caminhadas do Cristo com seus apóstolos pelos povoados circunvizinhos. A partir desse momento, todos devem está centrados nesta caminhada cotidiana que exige de nós cristãos fé e ação.


• Canto de Entrada: representa nosso louvor a Deus e o convite à comunidade para iniciar a celebração. Neste momento ocorre a Procissão de Entrada, na qual todos os que participarão no Altar se dirige a ele, reverenciando-o, pois enquanto não se lê a Palavra de Deus, nem se Consagra o Pão Eucarístico, é ele (o altar) o corpo imolado de Cristo.

• Saudação: Em nome de Deus o celebrante deve saudar a comunidade reunidade. A saudação deve mostrar o desejo ardente do celebrante de que toda a comunidade esteja reunida pela ação da Santíssima Trindade, ação única revelada no mistério de Cristo que é a Cabeça e a Igreja que é o seu Corpo. Assim, mundialmente, convencionou-se a se dizer a saudação: A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, O AMOR DO PAI E A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO ESTEJAM CONVOSCO! Perceba-se, portanto, que a saudação não é de lógica temporal, nao sendo conveniente ao celebrante utilizar “bom dia!” em vez dessas palavras, isso se dá pelo fato de o celebrante está ali em nome de Cristo Jesus e não em nome próprio.

• Ato Penitencial: É o momento de reconhecer-se pecador. Observar os pecados cometidos e pedir perdão a Deus. Explique-se neste ponto que não existe pecado maior ou menor, todos os atos pecaminosos, por menores que sejam, são pecados; entretanto, este momento é para pedir perdão pelos pecados chamados veniais, quais sejam: aqueles cometidos por nós com frequência, de menor impacto sobre nós e nossos irmãos. Não se está dizendo de menor relevância ou importância, porque pecado, como já dito não tem maior ou menor, existe o de menor ou maior impacto. Assim, os pecados considerados capitais exigem da pessoa uma confissão ao Sacerdote, pois são pecados de maior impacto sobre nós e nossos irmãos, nao podendo a pessoa em estado de pecado mortal comungar do Corpo de Cristo, pois servirá de condenação em vez de salvação. Então, neste momento, confessa-se a Deus os pecados veniais e acredita-se no seu amor e misericórdia. Se o ato penitencial for rezado, deve-se dizer a oração prescrita pelo Sacrosanctum Concilio: “Confesso a Deus e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa (batendo no peito), minha tão grande culpa. E peço a Virgem Maria, aos Anjos e Santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor!”. Neste momento, se o celebrante for sacerdote ou Bispo deve impor as mãos para a oração, sendo diácono ou ministro extraordinário da comunhão deve estender as mãos em sinal de súplica. Oração: Deus todo poderoso tenha compaixão de NÓS (o celebrante se inclui) perdoe os nossos pecados e nos conduza a vida eterna!

• Canto do Glória: momento de louvor a Deus pelo perdão recebido e também por todas as dádivas dadas a nós por Ele. Agradeça-se a Deus por todas as coisas, porque é através do louvor nosso reconhecimento por tudo. A orientação da Igreja para o coral é a de que o canto tenha expressamente louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, pois as Pessoas da Trindade são dignas de louvores. Embora louvemos a Deus, devemos fazê-lo através de cada uma de suas Pessoas que forma a Trindade Santíssima.Durante a Quaresma, este canto deve ser omitido. Diga-se também que não necessariamente o Glória deva ser cantado, pois este costume iniciou-se, na Igreja, no século XV, antes rezava-se com as seguintes palavras: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo assim como era no princípio, agora e sempre e pelos séculos dos séculos, amém!
• Oração da Coleta: O celebrante diz “Oremos” e dá uma pausa para que toda a comunidade pense nas intenções gerais e particulares. Essa oração é assim chamada porque oferece a Deus todas as orações através de uma única lida por aquele que está celebrando. Ela encerra os ritos iniciais. Desde o início até esta oração, toda a assembleia deve permanecer de pé, em sinal de prontidão e alerta.

LITURGIA DA PALAVRA

É o momento de acolhida da Palavra de Deus: entender a ação de Deus na história e comunicar o seu amor são os objetivos principais. Normalmente, os leitores são representantes da comunidade no altar, eles representam a participação do povo de Deus na história da salvação. A leitura deve ser calma e clara, para que aqueles sem Bíblia possam acompanhar, entender e guardar a Palavra lida. Todos devem permanecer sentados em sinal de escuta e acolhimento.

• Primeira Leitura: normalmente, narra a história do povo de Deus e o anúncio da vinda do Messias, para nos deixar cientes de como ocorreram todos os fatos até o mistério maior da Morte e Ressurreição de Jesus. Assim, são leituras do Antigo Testamento, envolvendo em sua maioria os profetas. Entretanto, durante alguns domingos da Páscoa, leem-se passagens do Novo Testamento tanto na primeira como na segunda leituras. Quando na primeira leitura, é lida uma passagem do Novo Testamento, mostra a instituição e autoridade da Igreja enviada por Cristo.

• Salmo Responsorial: É a nossa resposta a Deus daquilo que nos foi transmitido na primeira leitura. Pode ser salmo de louvor, súplica, entrega, reconhecimento, adoração. A depender do mistério celebrado. Importante que a comunidade repita a resposta como oração, interiorizando sua mensagem e percebendo o compromisso muitas vezes assumido neste momento profundo.

• Segunda Leitura: Narra a história dos primeiros cristãos e o anúncio apostólico. Independente do Tempo Litúrgico, esta segunda leitura é do Novo Testamento; entretanto, em alguns domingos da Páscoa irá refletir assuntos específicos como a Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual Deus será tudo em todos. Neste aspecto, a Igreja guardou a Tradição de sempre em seus ritos ler uma passagem narrando a História dos cristãos primitivos, para tentar nos aproximar de suas práticas e entendimento da fé.

• Aclamação ao Evangelho: Momento em que a comunidade canta com alegria revelando a chegada de Jesus substancialmente através da leitura do Evangelho. A presença real na Eucaristia é também real na leitura da Palavra, sob formas diferentes: pois, é “IN PERSONA CRISTHI” que o celebrante lê o Sagrado Evangelho, sendo o próprio Cristo anunciando-a. Por isso, ao ser erguido o Evangeliário, deve a comunidade reverenciá-lo em sinal de respeito e temor de Deus. Todos na Igreja devem se voltar em direção ao local onde se está lendo o Evangelho, daí vem a Tradição de os acólitos utilizarem uma vela de cada lado: porque para os primeiros cristãos servia de luz para que pudesse ler e para a comunidade servia de referência de para onde se dirigir. Hoje, ao utilizar a luz elétrica, essa necessidade já não existe mais, porém, novo significado de que Cristo é a luz do mundo foi dado a esse gesto, mantendo-se a Tradição de mais de dois mil anos.
• Evangelho: Jesus fala com a comunidade, ensina novamente aquilo já ensinado quando presente na Terra. Nós somos a comunidade de Jesus ouvindo seu anúncio, em espaço e tempo diferentes, mas através dos Evangelistas podemos participar misticamente dessa parte da história da salvação. Nao mais esperando sua morte, pelo contrário, esperando sua nova vinda.

• Homilia: é uma palavra advinda do latim e significa “discurso”. É um momento breve, no qual o celebrante explica a comunidade as leituras e principalmente a mensagem do Evangelho. Quando o celebrante é Bispo, tem por missão nos ensinar o Magistério da Igreja fundamentado na Palavra de Jesus. Hoje, é comum chamar este momento de pregação, entretanto, este termo é utilizado para longas reflexões da Palavra de Deus por parte do orador; a homilia, porém, deve restringir-se a comunicar o mistério celebrado, sendo tecnicamente diferentes. Mas, não se causam grandes prejuízod em se trocar a designação, falei apenas a título de curiosidade.


• Profissão de Fé: A Igreja professa o seu credo, baseado no Niceno-Constantinopolitano. Anunciando todos os elementos basilares da fé cristã e católica. Este que será colocado aqui já traz o Filioque, ou seja, o anúncio da Igreja de que o Espírito Santo procede do amor do Pai e do Filho. Neste credo se fundamenta toda a fé cristã:

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, De todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria. e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o
Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e vida do mundo que há de vir. Amém.


• Oração da Assembleia: A Igreja reza por suas intenções locais e pelo mundo inteiro. Durante a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, esta oração é feita pelo Celebrante e envolve todo o povo de Deus e todas as suas necessidades, além da oração pela Pátria, pelos governantes, pela Hierarquia, pelos Judeus e também pelos ateus. Momento de entregar a Deus todas as necessidades pessoais e coletivas.

LITURGIA EUCARÍSTICA 

É o ápice da celebração da Santa Missa, porque Jesus Cristo se dará substancialmente no pão e no vinho em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, após a narrativa da Ceia. Celebra-se neste momento um dos maiores mistérios da fé, pois se realiza o Único e Eterno Sacrifício dEle de morrer e ressuscitar, num Memorial eterno de fé. Isso acontece através da Oração Eucarística, no Brasil são quatorze delas, entretanto a mais rezada é a Oração Eucarística II. Aqueles que podem celebrar tais mistérios e pronunciar tais orações são o sacerdote e o bispo, não podendo o diácono ou ministro extraordinário da comunhão fazê-la, quando presidir a celebração da Palavra.

• Preparação das Ofertas: O sacerdote prepara as ofertas do pão e vinho que serão oferecidas e consubstanciadas em Corpo e Sangue de Cristo. Não se confunda “coleta” com “ofertório”. A coleta é a passagem entre os fieis de cestas ou sacolas para o recolhimento de doação em dinheiro, na quantidade em que se desejar, para a manutenção do templo. Ofertório é a apresentação a Deus das substâncias do pão e vinho. Há um erro comum de se dizer, também, “canto de ofertório”, mas na realidade o ofertório é rezado pelo sacerdote e respondido com o canto do Santo, deveria ser dito canto da preparação das ofertas. Mas são expressões que não ofendem ou diminuem o significado do Rito Eucarístico. Detalharei as orações feitas pelo sacerdote neste momento:

1. Mistura de água e vinho: durante a preparação do vinho, elemento material indispensável à consagração, o sacerdote acrescenta água. Por razões fundamentadas ao Concílio de Trento (1545 a 1562), que assim nos ensina: “A água se transforma em vinho. Esta mistura era feita pelos judeus em suas ceia pascoal, sendo certo de que Cristo assim o fez, repetimos, portanto, este gesto. A Igreja preceitua ao sacerdote que misture água no vinho”. O sentido real é histórico, fundamentado nos costumes judeus. A simbologia presente neste ato seguem dois entendimentos: Do coração imaculado de Jesus transpassado jorrou água e sangue, momento místico do qual nasceram os sacramentos da Igreja; além disso, afirma a Tradição da Igreja, a água representa a Igreja e o vinho representa o Cristo, sendo sua união indissolúvel e o modo de cumprir-se as palavras de Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias”. Mas, não há obrigatoriedade da água para a validade do Sacramento, pois seu significado é simbólico-teológico.

2. Apresentação do Pão: o sacerdote oferece a Deus o pão, erguendo-o e pronunciando a seguinte oração: “Bendito sejais, Senhor Deus do universo, pelo pão que recebemos da Vossa Bondade, fruto da terra e o trabalho do homem: que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da Vida”. Se a comunidade estiver cantando, o sacerdote reza sozinho, coloca o pão sobre o altar e o revencia. Se não houver canto, a comunidade deve responder: “Bendito seja Deus para sempre!”.

3. Apresentação do Vinho: o sacerdote oferece a Deus o vinho, erguendo o cálice e pronunciando a seguinte oração: “Bendito sejais, Senhor Deus do Universo, pelo vinho que recebemos de Vossa Bondade, fruto da videira e do trabalho do homem: que Vos apresentamos e que para nós vai se tornar Vinho da Salvação”. Repita-se o que fora dito anteriormente sobre as respostas. Este é o verdadeiro ofertório, esta é a apresentação real das ofertas e sobre estas duas orações recai a oração posterior.

4. Purificação das mãos: após apresentar o pão e o vinho a Deus o sacerdote se purifica, lavando as mãos: purificando-se para o momento maior da celebração que é a Consagração Eucarística. Ao lavar as mãos, o sacerdote deve recintar a oração: “Concede, Senhor, virtude às minhas mãos para limpar toda a mancha: a fim de que Vos possa servir sem mancha na alma e no corpo”. Ao terminar, aconselha-se que os ministros extraordinários da comunhão ou quem irá auxiliar na entrega do Corpo de Cristo também se purifique, apenas lavando as mãos.

5. Oração Sobre as ofertas: “Orai irmãos e irmãs para que este nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso”. A comunidade prontamente responderá oração abaixo descrita. Explique-se que o “sacrifício” é o rito de consagração do pão e vinho em Corpo e Sangue.

Resposta: “Receba, Senhor, por tuas mãos este sacrifício, para a Glória do seu Nome, para o nosso Bem e o de toda a Santa Igreja”. Súplica feita a Deus pela comunidade para que ele aceite tudo quanto será ofertado através do Corpo Imolado de Jesus, tanto para o bem particular como para o bem da Santa Igreja.
Após uma dessas respostas dada pela comunidade, o sacerdote inicia o prefácio, este varia de acordo com cada celebração, sendo concluído com o Santo, seja rezado ou cantado. Em caso de o Santo ser rezado, a Igreja tem a seguinte oração a ser feita por toda a comunidade: “Santo, Santo, Santo. Senhor Deus do Universo. O céu e a terra proclamam Vossa Glória, Hosana nas alturas. Bendito o que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas”. Ao pronunciar três vezes, está se chamando Deus de Santíssimo, reconhecendo sua ser Ele o único Deus do universo. A palavra “Hosana” é de origem hebraica, formada por duas palavras Hoshiáh (que significa salva-me) e Ná (que significa pedir). Assim, ao rezarmos Hosana nas alturas, estamos dizendo: Salva-nos, pedimos. O Catecismo da Igreja Católica traduziu como sendo: “Salva-nos” (CIC 559).
A oração feita pelo sacerdote antes da consagração varia de acordo com Missal Romano e o Tempo Litúrgico. Passaremos então ao ápice da celebração que é a Consagração Eucarística, na qual o sacerdote agirá In Persona Cristhi, ou seja, na pessoa de Jesus Cristo.


a) NARRATIVA DA CEIA (primeira parte): “Estando para ser entregue e abraçando livremente a Paixão, Ele tomou o pão, deu graças e o partiu e deu a seus discípulos dizendo:

a.1.) MOMENTO DA CONSAGRAÇÃO DO PÃO EM CORPO: “Tomais todos e comei, ISTO É O MEU CORPO que será entregue por vós” . O sacerdote ergue então O CORPO DE CRISTO, já transubstanciado, tendo Jesus presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Embora a narrativa da Ceia diga que Jesus partiu o pão, a Tradição da Igreja o parte pouco antes da Doxologia. Por motivos explicados mais adiante.

b) NARRATIVA DA CEIA (segunda parte): “Tomando o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o entregou aos seus discípulos dizendo:

b.1) MOMENTO DA CONSAGRAÇÃO DO VINHO EM SANGUE: “Tomai todos e bebei, ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isso em memória de mim”. O sacerdote ergue então o cálice que contém o SANGUE DE CRISTO, já transubstanciado, tendo Jesus presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Normalmente, no Brasil as pessoas erguem as mãos em direção ao Corpo e depois ao Sangue e pronunciam a seguinte oração, não oficial, suscitada pelo Espírito Santo: “Eu creio, Senhor, mais aumentai a minha fé”.
Nos dois momentos da Consagração, a comunidade deve estar de joelhos e o sacerdote, após colocá-los sobre o altar faz a genuflexão, em sinal de adoração ao Corpo e Sangue de Cristo. Ao terminar ele proclama para a comunidade: “Eis o mistério da fé”. A comunidade pode dizer uma das três respostas:

a) Resposta 1: Anunciamos, Senhor a Vossa Morte e proclamos a Vossa Ressurreição, vinde, Senhor Jesus! Reconhecemos que estamos celebrando o Único e Eterno sacrifício de Jesus e esperamos sua volta gloriosa.

b) Resposta 2: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor a Vossa Morte, enquanto esperamos Vossa Vinda”. Reconhecimento de que se está celebrando o Único e Eterno sacrifício de Jesus e também de sua vinda gloriosa.

c) Resposta 3: “Salvador do mundo, salvai-nos, vós que nos libertates pela cruz e ressurreição”. Reconhecimento do sacrifício de Jesus ao morrer na cruz e ressuscitar e ao mesmo tempo súplica para que a Eucaristia seja a nossa Salvação.
Após a Consagração do pão em Corpo e do Vinho em Sangue, serão feitas orações pela Igreja, pelo mundo inteiro, pelas intenções particulares, pelos fieis defuntos; orações que irão variar de acordo com a Oração Eucarística celebrada. Ocorrerão dois momentos de importância singular que é a EPÍCLESE, a invoação do Espírito Santo sobre as ofertas para que se mudem no Corpo e Sangue de Cristo e após a Consagração Eucarística para unir toda aIgreja em estado de graça santificante, isto é, em estado de participar do Banquete Eucarístico. Ao se falar o nome da Virgem Maria e dos Santos deve-se fazer uma reverência leve com a inclinação da cabeça (venia). Estas orações irão ser encerradas com a DOXOLOGIA.
DOXOLOGIA: A palavra vem do grego doxo (glória) e logia (palavra). Sendo assim o momento do Glória na Oração Eucarística. Esta é uma oração sacerdotal, não devendo os fieis acompanhar o sacerdote enquanto ele a pronuncia. Neste momento, o sacerdote oferece o sacrifício ao Pai. Toda a finalidade da Santa Missa é que o sacerdote ofereça sacrifício a Deus por nossos pecados e se apresenta neste momento. Não há oferta mais sublime do que seu próprio Filho imolado e transubstanciado no Pão e Vinho.


ORAÇÃO: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a Vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na Unidade do Espírito Santo, toda honra e toda Glória, agora e para sempre!”.
As orações se dirigem ao Pai até a oração do Pai-Nosso, rezada ou cantada, logo após a doxologia, por motivos de que o próprio Jesus mandou que assim rezássemos e a Igreja mantém essa Tradição apostólica.


ORAÇÃO PELA PAZ

A começar por esta oração, todas as outras são dirigidas a Jesus transubstanciado no altar. Podendo a comunidade, ao pronunciar estas palavras, estender a mão em direção ao altar. A oração pela paz é um momento de reconciliação entre nós irmãos, caso tenha ocorrido algum desentendimento, é hora de dar-se as mãos e perdoar-se mutuamente para poder participar da Eucaristia. A Igreja aconselha que este momento seja breve; caso não se tenha alguém com quem se reconciliar, deseje-se a paz a quem está dos lados e estas pessoas representarão a Igreja em comunhão, não havendo necessidade de se deslocar para o aperto de mãos.


FRAÇÃO DO PÃO

A Igreja mantém esse costume judaico e o Catecismo da Igreja assim nos explica seu valor histórico:
“Ceia do Senhor, pois se trata da ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação da ceia das bodas do Cordeiro na Jerusalém celeste.
Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobretudo por da ocasião. Ultima Ceia. É por este gesto que os discípulos o reconhecerão após a ressurreição, e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão suas assembléias eucarísticas.
Com isso querem dizer que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com ele e já não formam senão um só corpo nele”. (CIC 1329)
Assim, vê-se claramente que é uma ação colocada pelo próprio Jesus no seu agir eucarístico. A Igreja não o faz durante a Narrativa da Ceia, porque Jesus o fez antes da distribuição da Eucaristia entre seus apóstolos e o momento em que irá se distribuir a Eucaristia é após o Cordeiro. O sacerdote deve depositar um pedaço mínimo do Corpo no Sangue, representando a unidade entre o Corpo e o Sangue de Cristo num mistério inexplicável, pois, antes de colocá-lo, Jesus está completo em ambas as espécies e após colocá-lo Ele continua completo, isto é, Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Ao colocar um pedaço do Corpo de Cristo no cálice de Sangue, o sacerdote reza em voz baixa: “Esta união do Corpo e Sangue de Jesus, o Cristo Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna!” O mistério está também que Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo, assim, une-se a Igreja a Jesus através da mistura de seu Corpo e Sangue, numa fusão mística e de profunda comunhão.


CORDEIRO

É a oração feita pelos fieis, cantada ou rezada. Pedindo piedade e paz aos corações humanos. O sacerdote convida a todos quantos queiram participar da Sacratíssima Comunhão.

COMUNHÃO
Hora de receber o Corpo e/ou o Sangue de Cristo. A Igreja passou a não mais distribuir a comunhão em duas espécies, mas, diga-se que ao comungar do Corpo de Jesus, está se comungando completamente, pois Ele está todo inteiro no Corpo, todo inteiro no Sangue, todos inteiro no Corpo e Sangue. Podendo, em casos raros, haver apenas uma hóstia consagrada, todos comungariam do Sangue e teria Jesus completo. Em comunidades pequenas, é possível distribuir as duas espécies, mas, em grandes comunidades, fica dificultoso, pois o tempo que seria dado apenas para ação da distribuição das Sagradas Espécieis seria demasiado.
Ao receber o Corpo de Cristo, a pessoa fica em ação santificante. Devendo manter o jejum eucarístico e esta graça durante uma hora após a comunhão, bebendo apenas água e nenhum outro líquido. Não há um tempo estimado para se evitar bebida alcoolica, entretanto, é conveniente que nas oito horas posteriores a Comunhão não seja ingerida.

O momento exige da pessoa oração pessoal, pois é possível falar com o próprio Cristo, já que após a comunhão todos nos tornamos sacrários vivos, carregando-o como Maria o fez através da ação do Espírito Santo. Uma oração muito conhecida e que pode, certamente, abrir este diálogo é a de Santo Inácio de Loyola que diz:
Alma de Cristo, santificai-me;
Corpo de Cristo, salvai-me;
Sangue de Cristo, inebriai-me;
Água do lado de Cristo, purificai-me;
Paixão de Cristo, confortai-me;
Oh bom Jesus, escutai-me;
Dentro das vossas chagas, escondei-me;
Não permitais que eu me separe de vós;
Do Espírito maligno, defendei-me;
Na hora da morte, chamai-me;
E mandai-me ir para vós, para que com
Os vossos santos, vos louve
Por todos os séculos e séculos.
Amém!


ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO

É a oração que agradece a Jesus toda a sua misericórdia e reúne uma vez mais todas as orações para entregá-lo oficialmente em comunhão com toda a Igreja.

BENÇÃO FINAL

O sacerdote impõe a mão e fazendo o sinal da cruz sobre a comunidade, abençoa-lhe para que ela possa ir à missão de ser cristão em casa, no trabalho, no lazer, em todos os ambientes onde vivem. Após serem alimentados pelo Banquete Celestial, todos estão prontos a construir o Reino de Deus. Aqui se encerra para os fieis a Celebração e se inicia a Missa (missão). Para os que participaram da Celebração no altar, ela terminará na sacristia, em frente a cruz, quando sacerdote dirá “Bendigamos ao Senhor!” e todos responderão “Graças a Deus!”
PS: Avisos, peças teatrais, danças e apresentações em geral não fazem parte da Santa Missa, são inseridas antes da benção final por questões de conveniência, mas elas não são parte oficial do Rito Romano.


“O Santo Sacrifício da Missa quer ser também a celebração festiva de nossa salvação”
(Beato João Paulo II)