Como é
sabido o protestantismo é um movimento heretico iniciado em 1517, e que vem se desenvolvendo até aos dias de
hoje, contando atualmente com mais de 40.000 denominações (igrejas) diferentes
em todo o mundo. A partir de agora, iremos aprofundar alguns aspectos que
provam o porquê de nós sermos Católicos e não Protestantes, tendo como base as
diferenças doutrinais existentes e usando a Bíblia como “Testemunha” e como
“Juiz”.
1º Aspecto: Somente a Bíblia
basta (Sola Scriptura)
O
Protestantismo está edificado sob a doutrina da Sola Scriptura.
Esta
expressão latina pode ser traduzida como “somente as Escrituras”, significando
“somente a Bíblia basta”. O que os protestantes querem demonstrar pela Sola
Scriptura é que a Bíblia, e apenas ela, é a única autoridade infalível para a
fé de uma pessoa. Qualquer coisa só pode ser aceite se estiver prevista na
Bíblia; o que não estiver lá, não pode ser aceite como verdadeiro e também não
pode ser tido como obrigatório. É lógico que, dependendo da denominação
(igreja) protestante avaliada, a definição de Sola Scriptura pode variar.
Todos
aqueles que crêem na Sola Scriptura, citam esta passagem: “De fato, toda e
Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e
educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e esteja
preparado para toda a boa obra” (2 Tim 3, 16-17).
Mas que
Escritura havia no tempo de Paulo? Paulo morreu em aproximadamente 67 D. C., de
forma que a segunda epístola a Timóteo (2 Tm) foi escrita antes desse ano.
Existia o Novo Testamento nessa época? Não, não existia! Também sabemos que não
existiu um Novo Testamento por centenas de anos após a redacção da 2 Carta a
Timóteo. Assim, a única Escritura disponível para Paulo era o Antigo Testamento
hebraico, bem como a sua tradução grega, chamada Septuaginta. Isto coloca-o na
difícil situação de ter que aceitar os livros “deuterocanónicos” , que estavam
na Septuaginta grega, usada pelos judeus de língua grega, e também pelo próprio
Paulo. Lembramos que estes foram os sete livros rejeitados por Lutero (fundador
do Protestantismo), 1500 anos depois: Sabedoria, Eclesiástico, Judite, Tobias,
1 Macabeus, 2 Macabeus e Baruc. Uma vez que todas estas traduções eram as
únicas disponíveis para Paulo e ele disse que “Toda a Escritura é inspirada por
Deus”, então estes sete livros foram inspirados por Deus, ou não? Recordamos
que os Apóstolos usaram essa versão e ninguém questionou; o cânon (lista de
livros inspirados por Deus) da Bíblia foi definida pela Igreja Católica no
século IV e também ninguém questionou até ao século XVI; o mesmo Concílio que
definiu o cânon do Antigo Testamento, definiu também o cânon do Novo
Testamento. Assim, qual é a razão pela qual os protestantes não aceitam o cânon
do Antigo Testamento definido no século IV e aceitam, por outro lado, todos os
livros definidos para o Novo Testamento? Se não aceitam esses livros, quem
poderia ter autoridade para removê-los? Recordamos que a Bíblia proíbe que se
acrescente ou retire algo da Palavra de Deus e avisa para o perigo que daí
possa advir.
Portanto,
não se pode usar 2 Tim 3, 16-17 para justificar a Sola Scriptura, sem rejeitar
todo o Novo Testamento, sendo também obrigados a aceitar aqueles sete livros
como inspirados.
Porém, existem ainda outros pontos em que a crença na doutrina de que “somente a Bíblia basta”, acaba falhando. Se a Sola Scriptura é uma doutrina verdadeira, então:
Porém, existem ainda outros pontos em que a crença na doutrina de que “somente a Bíblia basta”, acaba falhando. Se a Sola Scriptura é uma doutrina verdadeira, então:
- O cânon da Bíblia (lista dos livros inspirados) deveria estar na Bíblia;
- Cada livro da Bíblia deveria auto autenticar-se;
- Os judeus deveriam acreditar na Sola Scriptura;
- A Própria Bíblia deveria ensinar que “somente a Bíblia basta”;
- Os primeiros cristãos deveriam ter professado a Sola Scriptura;
- Os analfabetos não poderiam obter a salvação;
- As Escrituras deveriam se auto-explicar; e
- Jesus deveria ter ensinado essa doutrina;
Contudo, nenhum dos requisitos acima referidos é verdadeiro.
Aspectos sobre a Tradição Oral
A Bíblia
utilizada pelos protestantes é uma só; em Português, vem a ser a tradução de
Ferreira de Almeida. Perguntamos nós:
- Então porque é que não concordam entre si no tocante a pontos importantes?
- Porque não constituem uma só comunidade cristã em vez serem milhares de igrejas separadas (e até hostis) entre si?
A razão é
que, além da Bíblia, seguem outra fonte de fé e disciplinar à qual se dá o nome
de Tradição Oral. Ao passo que a Tradição Oral do Catolicismo começa com Cristo
e os Apóstolos, as tradições orais dos protestantes começam com Lutero (1517),
Calvino (1541), Knox (1541), Wesley (1739), Joseph Smith (1830) e como já
referimos anteriormente, atualmente existem mais de 40.000 denominações
(igrejas) protestantes. Entre Cristo e os Apóstolos de um lado, e os fundadores
protestantes do outro, não há como hesitar: só se pode optar pelos ensinamentos
de Cristo e dos Apóstolos, deixando de lado os “profetas” posteriores.
Notemos
que o próprio texto da Bíblia recomenda a Tradição Oral, isto é, a Palavra de
Deus que não foi consignada na Bíblia e que deve ser respeitada como norma de
Fé. Aqui ficam alguns exemplos que dão razão à Igreja Católica em aceitar a
Tradição Oral:
“Por este
motivo é que suporto também esta situação. Mas não me envergonho, pois sei em
quem acreditei e estou persuadido de que Ele tem poder para guardar, até àquele
dia, o bem que me foi confiado. Toma como modelo as sãs palavras que ouviste de
mim, na fé e no Amor de Cristo Jesus. Guarda, pelo Espírito Santo que habita em
nós, o precioso bem que te foi confiado” (2 Tim 1, 12-14).
Neste
texto em particular, vê-se que o precioso bem é a doutrina que São Paulo fez
ouvir a Timóteo, e que Paulo, por sua vez, recebeu de Cristo. Tal é a linha
pela qual passa a doutrina: Cristo – Paulo - Timóteo. Mas a linha continua:
“Quanto de mim ouviste, na presença de muitas
testemunhas, transmite-o a pessoas de confiança, que sejam capazes de o ensinar
também a outros” (2 Tim 2, 2).
Temos
então a seguinte sucessão de portadores e transmissores da Palavra: O Pai - Cristo
– Paulo (Os Apóstolos) -Timóteo (Os Discípulos imediatos dos Apóstolos) - Os
fiéis - Os outros fiéis. Podemos continuar, referindo ainda outras passagens:
“Portanto,
irmãos, estai firmes e conservai as tradições nas quais fostes instruídos por
nós, por palavra ou por carta” (2 Tess 2, 15); “Apesar de ter muitas coisas a
escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta, mas espero ir ter convosco e
falar de viva voz, para que a nossa alegria seja completa.” (2 Jo 1, 12); “Tinha
muitas coisas para te escrever, mas não quero fazê-lo com tinta e pena. Espero
ver-te em breve e então falaremos de viva voz” (3 Jo 1, 13-14).
Desta
forma, a própria Escritura atesta a existência de autênticas proposições de
Cristo a ser transmitidas por via meramente oral de geração em geração, sem que
os cristãos tenham o direito de as menosprezar ou retocar. A Igreja Católica é
a guardiã fiel dessa Palavra de Deus oral e escrita.
Contudo,
os protestantes podem contestar dizendo: mas tudo o que é humano deteriora-se e
estraga-se. Por isso, a Igreja deve ter deteriorado e deturpado a Palavra de
Deus; quem garante que esta ficou intacta através de vinte séculos na Igreja
Católica? Quem o garante é o próprio Cristo, que prometeu a sua assistência
infalível a Pedro e as luzes do Espírito Santo a todos os seus Apóstolos, isto
é, à sua Igreja. Aqui ficam algumas passagens que comprovam aquilo que foi
dito:
“Fui-vos
revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco; mas o Paráclito, o
Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e
há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse” (Jo 14, 25-26);
«“Tenho
ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por
agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade
completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto
ouvir e anunciar-vos-á o que há-de vir. Ele há-de manifestar a minha glória,
porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer. Tudo o que o Pai tem é
meu; por isso é que eu disse: “Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer”»
(Jo 16, 12-15).
Não faria
sentido o sacrifício de Cristo na Cruz se a mensagem pregada por Jesus fosse
entregue ao léu ou às opiniões subjetivas dos homens, sem garantia de fidelidade
através dos séculos. Esta garantia é-nos dada pelo próprio Jesus Cristo quando
diz aos seus Apóstolos:
“Foi-me
dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os
povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco
até aos fins dos tempos” (Mt 28, 18-20).
Outro
exemplo da presença de Cristo junto à sua Igreja é-nos transmitido desta
maneira:
“Então, o
Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à
direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor
cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam” (Mc
16, 19-20).
Outra
prova de que só a Bíblia não chega, é a de que os seus autores sagrados não
expuseram todos os ensinamentos de Jesus por escrito, como atestam algumas
passagens:
“Muitos
outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus
discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos
para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando,
terdes a vida nele” (Jo 20, 30-31);
“Há ainda
muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso
que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever” (Jo 21,
25).
Conclusão sobre a Sola Scriptura
Aqueles
que crêem na Sola Scriptura, nunca compreenderão e jamais encontrarão a
verdade. Eles edificam as suas crenças sobre a fundação de areia da Sola Scriptura
e não sobre a rocha. A fundação de areia é insegura e instável. Não importa
quantos remendos façam, mas o seu edifício de fé jamais será sólido e irá
constantemente balançar conforme o vento e a água for levando a fundação de
areia sobre a qual construíram sua fé. Gastarão todos os seus dias tentando
provar em vão esta ou aquela crença, a partir da Bíblia. Uma denominação
provará pela Bíblia que Jesus Cristo era divino mas não humano enquanto outra
provará, pela mesma Bíblia, que Ele era humano mas não divino. A falsa doutrina
da Sola Scriptura criada pelo homem simplesmente não funciona e jamais
funcionará.
A
doutrina da Sola Scriptura surgiu em cena apenas na época da Reforma
Protestante (Século XVI). Não existia, nem poderia existir, antes da invenção
da imprensa, quando as Bíblias finalmente se tornaram disponíveis a um baixo
custo e em abundância para as massas populares. A doutrina da Sola Scriptura é
anti bíblica, como foi demonstrado e não é histórica antes da Reforma, sendo
impraticável. Esta falsa doutrina da Sola Scriptura e a “interpretação
individual” da Bíblia (proibida pela própria Escritura em 2 Ped
1,20) são a principal causa da fragmentação do Corpo de Cristo no
Protestantismo.
2º Aspecto: Contradições
O fato de
que não seguem somente a Bíblia, explica as contradições dos protestantes:
- Algumas igrejas batizam crianças, enquanto outras não;
- Algumas observam o Domingo, outras o Sábado;
- Algumas têm bispos, outras não;
- Algumas têm hierarquias, outras não, entregando o governo da comunidade à própria congregação;
- Algumas fazem cálculos precisos para definir a data do fim do mundo (o que para elas é essencial), outras não se preocupam com isso;
- Algumas pregam que, após a morte, os fiéis estarão inconscientes até à vinda de Cristo quando serão julgados, outros pregam o “arrebatamento” sem julgamento. Uns defendem que após a morte já vem o céu e o inferno, outros, no quarteirão a seguir, defendem que o inferno não existe.
Vê-se,
assim, que a mensagem bíblica é relida e reinterpretada diversamente pelos
diversos fundadores dos ramos protestantes, dando origem a tradições
diferentes.
Ademais,
todos os protestantes dizem que a Bíblia contêm 39 livros do Antigo Testamento
e 27 do Novo Testamento, baseando-se, não na própria Bíblia (que não define o
seu catálogo), mas unicamente na tradição oral dos judeus de Jâmnia, reunidos
em Sínodo no ano 100 D. C. Todos os protestantes firmam que tais livros são
inspirados por Deus, baseando-se, não na Bíblia (que não o diz), mas unicamente
na tradição oral. Onde está, pois, a coerência dos protestantes, já que estes
não aceitam a Tradição Oral?
Como já
foi dito, existem no mundo de hoje mais de 40.000 igrejas evangélicas. Como se
explica estas divisões? Cada uma afirma deter a verdade, “como o Espírito Santo
a comunicou”. São 40.000 Espíritos Santos revelando cada verdade? Ou existe
apenas um Espírito Santo revelando uma verdade diferente para cada uma delas?
Jesus Cristo disse:
“Haverá
um só Pastor e um só Rebanho” (João 10, 16).
Ele não
disse que haveria 40.000 pastores com um só rebanho. Como se explica a razão de
existir 40.000 divisões no Protestantismo?
3º Aspecto: Deterioração da
Bíblia
Em
relação a este aspecto, convém dizer que a Bíblia é difícil de ser
compreendida, mas fácil de ser distorcida, como nos ensina São Pedro numa das
suas cartas:
“Portanto,
caríssimos, enquanto esperais estes acontecimentos, esmerai-vos para que Ele
vos encontre imaculados, irrepreensíveis e em paz. Considerai que a paciência
de Nosso Senhor é para nossa salvação. Nesta ordem de idéias, escreveu-vos
também o nosso caríssimo irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi
concedida. E assim fala em todas as Cartas em que trata destes temas; há nelas
alguns temas difíceis, que os ignorantes e pouco firmes deturpam, como fazem às
restantes Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pe 3, 14-16).
O fato de
os intérpretes protestantes só quererem seguir a Bíblia (que na realidade é
inseparável da tradição oral, que a precedeu e a acompanha desde sempre, como
já ficou provado), tem como conseqüência o subjetivismo. Enquanto uns entram
pelos caminhos do racionalismo, e vêem a ser os mais ousados destruidores ou
roedores das Sagradas Escrituras, como é o caso de Bultmann, Marxsen, Harnack,
outros preferem adotar cegamente o sentido literal. Em ambos os casos, a
genuína mensagem bíblica, vai-se distorcendo ao sabor da defesa dos ideais
pessoais de cada um. É bom recordar que a própria Bíblia condena as
interpretações particulares. Vejamos:
“Mas, antes de tudo, tende presente que
ninguém pode interpretar por si mesmo uma profecia da Escritura, porque jamais
uma profecia foi proferida pela vontade de um homem; mas, sendo movidos pelo
Espírito Santo é que certos homens falaram da parte de Deus” (2 Pe 1, 20-21).
Para
interpretar a Bíblia, são necessários instrutores autorizados, como atesta o
livro dos Atos dos Apóstolos:
“O Anjo
do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul,
pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.» Ele
pô-se a caminho e foi para lá. Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da
Rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que
tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, na mesma altura, sentado no
seu carro, a ler o profeta Isaías. O Espírito disse a Filipe:« Vai e acompanha
aquele carro.» Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e
perguntou-lhe: «Compreendes , verdadeiramente , o que estás a ler?» Respondeu
ele: «E como poderei compreender sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe
a subir e a sentar-se junto dele” (Atos 8, 26-3).
Ora, os
instrutores, são aqueles que pertencem à única Igreja de Cristo, que é Católica
(universal), como é o caso de Filipe, porque é a única Igreja “movida pelo
Espírito Santo”, sendo São Paulo a esclarecer-nos de uma forma bem clara sobre
a autenticidade da Igreja numa das suas cartas:
“Escrevo-te
estas coisa, na esperança de ir ter contigo em breve. Porém, eu quero que
saibas como deves proceder na casa de Deus, esta Igreja do Deus vivo, coluna e
sustentáculo da verdade” (1 Tim 3, 14-15).
4º Aspecto: Afinal a Bíblia…Sim ou Não?
Existem
passagens na Bíblia, que os fundadores do protestantismo no século XVI não
aceitavam como tais; por isso continuam a ser desviadas do seu destino original
muito evidente:
Sobre a Eucaristia:
Jesus
disse claramente:
“Tomai e
comei: Isto é o meu corpo” (Mt 26, 26); e ainda: “Isto é o meu sangue “ (Mc 14,
24); Ele disse ainda: “«Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer
deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a Minha carne, pela
vida do mundo.» Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si,
dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» Disse-lhes Jesus: «Em
verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e
não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a
Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no
último dia, porque a Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue, uma
verdadeira bebida. Quem realmente come a Minha carne e bebe o Meu sangue fica a
morar em Mim e Eu nele…Depois de O ouvirem, muitos dos seus discípulos
disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?» …A partir daí,
muitos dos seus discípulos voltavam para trás e já não andavam com Ele. Então
Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-lhe Simão
Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»” (Jo 6,
51-68).
Se é
assim, porque é que os “seguidores da Bíblia” não aceitam a real presença de
Cristo no pão e no vinho consagrados? Recordemos que Ele mandou:
“Fazei isto em memória de mim”
(Lc 22, 19).
Sobre a Igreja:
Jesus
disse que edificaria a Sua Igreja: “A minha Igreja” (Mateus 16, 18)
sobre Pedro. As igrejas protestantes são constituídas sobre Lutero, Calvino,
Knox, Wesley, etc. Antes desses fundadores, que são dos séculos XVI, e dos mais
de 40 mil fundadores existentes atualmente, não existia o luteranismo, o
calvinismo (presbiterianismo), o metodismo, o mormonismo, o adventismo, o pentecostalismo,
etc. Entre Cristo e estas igrejas há um grande intervalo (1500 anos ou mais).
Somente a Igreja Católica remonta até Cristo.
A Igreja
Católica é o conjunto das comunidades e a fé em Jesus e a força do Espírito são
as duas fontes da vida da Igreja. Vejamos este exemplo que fala claramente da
unidade da Igreja desde os primeiros tempos:
“E a
Igreja vivia em paz em toda a Judéia, Galileia e Samaria. Ela edificava-se e
progredia no temor do Senhor, e crescia em número com a ajuda do Espírito
Santo” (Atos 9, 31).
É esta a
união desejada por Jesus, como fica comprovado nesta passagem:
“Assim
como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo, e por eles
totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por
meio da Verdade. Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer
em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai,
estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que
Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um,
como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da
unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como
a mim” (Jo 17, 18-23).
Sabemos
bem, como já ficou provado anteriormente, que os protestantes não estão unidos
pela mesma doutrina, o que deixa bem claro que não seguem a vontade de Jesus.
Sobre o primado de Pedro:
Jesus
disse ao Apóstolo Pedro:
“Tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja[11]” (Mt 16, 18); Disse
ainda mais a Pedro: “Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como
trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez
convertido, fortalece os teus irmãos” (Lc 22, 31-32); E ainda: “apascenta as
minhas ovelhas” (Jo 21, 15-17). Apesar de tão explícitas, as palavras de Jesus, os
protestantes não reconhecem o Primado de Pedro (1º Papa). Porque será?
Recordemos
que desde o inicio da Igreja, Pedro foi o seu principal pregador e defensor da
sã doutrina:
“De pé,
com os Onze, Pedro ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da
Judéia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção
às minhas palavras...” (Atos 2, 14-41).
Outros exemplos: Atos 3, 12-26; Atos 4, 8-12
Recordemos
que ainda hoje, é o sucessor de Pedro (Papa) a ter a última palavra em termos
de fé. Só assim a Igreja poderia permanecer unida no mundo inteiro por 2000
anos, como é vontade do seu fundador, Jesus Cristo. E a contínua assistência do
Espírito Santo na Igreja faz com que esta chegue à verdade completa:
“Quando
Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa” (Jo
16, 13), evitando
assim toda e qualquer divisão entre os fiéis, como acontece com os
protestantes.
Sobre o perdão dos pecados:
Jesus
entregou aos Apóstolos a faculdade de perdoar ou não perdoar os pecados - o que
supõe a confissão dos mesmos, para que o ministro (padre), possa discernir e
agir em nome de Jesus:
“Àqueles
a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes,
ficarão retidos” (Jo 20, 23). Podemos ainda referir Mt, 16, 19 e Mt 18, 18,
onde Jesus dá, primeiro a Pedro, o poder de “ligar e desligar” a Terra
e o Céu, e depois aos restantes Apóstolos. Apesar disto, os protestantes não
aceitam os sacramentos da confissão, do perdão e da reconciliação.
Sobre o celibato e virgindade:
A Igreja
Católica valoriza a vocação para o celibato, assim como para o matrimônio,
ambas igualmente santas, desde que sejam vividas com amor e como uma
consagração a Deus.
A Igreja reconhece que a exigência do celibato dos padres não é lei divina, mas eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixaram a convivência matrimonial e familiar, para se poder propagar melhor o reino de Deus. Conferir na Bíblia:
A Igreja reconhece que a exigência do celibato dos padres não é lei divina, mas eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixaram a convivência matrimonial e familiar, para se poder propagar melhor o reino de Deus. Conferir na Bíblia:
Disse-lhe
Pedro: «Nós deixamos os próprios bens e seguimos-te.»Jesus disse-lhes: «Em
verdade vos digo: Não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais
ou filhos por causa do Reino de Deus, que não receba muito mais no tempo
presente e, no tempo que há-de vir, a vida eterna»” (Lc 18, 28-30).
Assumindo
livremente o celibato, o sacerdote imita os Apóstolos e a Jesus. Na passagem
seguinte, Jesus explica que existem várias situações que levam ao celibato:
“Os discípulos disseram a Jesus: «Se é essa a
situação do homem perante a mulher, não é conveniente casar-se!» Respondeu-lhes
Jesus: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é
dado a conhecer. Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se
tornaram eunucos pela interferência dos homens, e há aqueles que se fizeram
eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu, Quem puder compreender,
compreenda»” (Mt 19, 10-12).
São
Paulo, referindo-se ao seu elevado entendimento da mensagem cristã, recomenda a
vida una e indivisa para certos homens e mulheres: “A respeito de quem é
solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um conselho, como homem
que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança. Julgo, pois, que essa
condição é boa, por causa das angústias presentes; sim, é bom para o homem
continuar assim. Estás comprometido com uma mulher? Não procures romper o vínculo.
Não estás comprometido? Não procures mulher. Todavia, se te casares, não pecas;
e se uma virgem se casar, também não peca. Mas estes terão se suportar as
tribulações corporais e eu quisera poupar-vos a elas…Eu quisera que estivésseis
livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e de
como há-de agradar ao Senhor.
Mas
aquele que tem esposa, cuida das coisas do mundo e de como há-de agradar à
mulher ficando dividido. Também a mulher não casada, tal como a virgem, cuidam
das coisas do Senhor, para serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher
casada cuida das coisas do mundo, e de como há-de agradar ao marido. Digo-vos
isto para vosso bem, não para vos armar uma cilada, mas visando o que é mais
nobre e favoreça uma dedicação ao Senhor, sem partilha” (1 Cor 7, 25-35). Ora,
os protestantes nunca citam tal texto, quando se referem ao celibato e à
virgindade consagrada a Deus. É estranho, dado que eles querem em tudo seguir a
Bíblia.
Perguntamos
nós: será possível suportar as tentações carnais? Claro. Pois se não fosse,
nada daquilo que foi dito anteriormente faria sentido. Além disso, “Nada é
impossível a Deus” (Lc 1, 37) e “Deus é fiel e não permitirá que sejais
tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de
sair dela e a força para a suportar” (1 Cor 10, 13).
O celibato tem uma tríplice
dimensão:
- Dimensão cristológica: porque os vocacionados querem melhor e em tudo, imitar ao seu Senhor que nunca casou;
- Dimensão eclesiológica: “…e há eunucos (aqueles que não se casam), que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu” (Mt 19, 12);
- Dimensão
escatológica:
“Estes
são os que não se perverteram com mulheres, porque são virgens; estes são os
que seguem o Cordeiro para toda a parte. Foram resgatados, como primícias da
humanidade, para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14, 4).
Quando
Jesus formava o seu ministério, ele dizia aos Apóstolos:
“Larguem
tudo e sigam-me.” Ora, sabemos que os Apóstolos não levaram mulheres, filhos e
bens materiais para seguir Jesus. Podemos ainda referir mais uma vez que, a
Igreja Católica, valoriza tanto a vocação para o celibato, como para o matrimônio,
ambas igualmente santas, desde que sejam vividas com amor e como uma
consagração a Deus.
Sobre a Fé e as Obras:
A posição
dos protestantes é esta: só a fé em Jesus Cristo salva; basta aceitá-lo como
Senhor e salvador da sua vida. Os Católicos referem que para se salvar, é
preciso a fé e as obras, que são o amor para com Deus e para com o Próximo.
Vejamos o que nos diz a Bíblia:
“Ainda
que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver a
caridade, nada sou.” (1 Cor 13, 2);
“Afinal,
com a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti,
para o dia da ira e do justo julgamento de Deus, que retribuirá a cada um
conforme as suas obras.” (Rom 5, 6);
“De que
aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso
essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de
alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: «Ide em paz, tratai de vos
aquecer e de matar a fome», mais não lhes dais o que é necessário ao corpo, de
que lhes aproveitará? Assim, também a fé: se ela não tiver obras, está
completamente morta. Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a
fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas
minhas obras, te mostrarei a minha fé. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem.
Também o crêem os demónios, mas enchem-se de terror…Assim como o corpo sem alma
está morto, assim também a fé sem obras está morta.” (Tg 2, 14-26);
“Quando o
Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de
sentar-se no seu trono de glória. Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e
Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos
cabritos. À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.O Rei
dirá, então, aos da sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em
herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo.Porque tive
fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e
recolhestes-me,estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive
na prisão e fostes ter comigo. Então, os justos vão responder-lhe: ‘Senhor,
quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de
beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando
te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’E o Rei vai dizer-lhes, em
resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus
irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes. Em seguida dirá aos da
esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado
para o diabo e para os seus anjos! Porque tive fome e não me destes de comer,
tive sede e não me destes de beber, era peregrino e não me recolhestes, estava
nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ Por sua
vez, eles perguntarão: ‘Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou
peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ Ele
responderá, então: ‘Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a
um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’ Estes irão para o
suplício eterno, e os justos, para a vida eterna” ( Mt 25, 31-46).
Achamos
que é por demais evidente a vontade Deus. E o leitor? Então por que é que os
protestantes dão mais valor à fé do que às obras? È o que veremos de seguida.
Ora, os protestantes baseiam-se em Romanos 3, 28 que diz assim:
“Pois
estamos convencidos de que é pela fé que o homem é justificado,
independentemente as obras da Lei”.
Esclarecimento:
Paulo escreve aos Romanos, que eram pagãos, acostumados a adorar ídolos ou
falsos deuses. Por isso, acentua a importância e a necessidade de uma fé total
em Cristo, mas não exclui as obras como necessárias para a salvação. Pela
expressão “obras da Lei”, Paulo fala de certas observâncias judaicas, como a circuncisão,
abluções, festas, certos costumes, como o de lavar sempre as mãos antes de
comer, etc., e não das obras resultantes da observância da Lei (o Decálogo - 10
Mandamentos). Ele não fala de salvação, mas sim, de justificação. É uma
distinção muito importante. Com efeito, a salvação é o que começa com a
justificação. Na justificação só Deus atua, dando o dom da fé e da graça,
chamada primeira ou santificante. No processo de santificação, porém, entram a
ação de Deus que atua sempre na alma, e a do homem que corresponde livremente à
ação Divina.
Para a
santificação não há limites:
“Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai
celeste” (Mt 5, 48). Além disso, Paulo afirma que a fé é operante pelo
princípio vital da caridade, ou seja, é aplicada às boas obras, pois diz :”A fé
atua pela caridade” (Gal 5, 6) e ainda: “Não são os que ouvem a Lei, que são
justos diante de Deus, mas os que praticam a Lei é que serão justificados. ”
(Rom 2, 13); “Na caridade é que está o pleno cumprimento da Lei ” (Rom 13, 10). Por último, podemos referir um
passagem, na qual se fala das três virtudes teologais, havendo uma que se
sobrepões às outras duas:
“Agora
permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de
todas é a caridade” (1 Cor 13, 13).
Conclusão sobre a fé e as obras:
Quando se
fala de fé, como também da graça de Deus, não podemos esquecer-nos das obras,
senão estaremos separando o corpo da alma, propondo uma vivência Cristã
contraditória. No julgamento final, Jesus não vai dizer:
“Você tinha
fé, por isso vai para o Céu.” Ele vai dizer sim: ”Tive fome e deste-me de
comer…”. Portanto, segundo a Bíblia, as obras são necessárias para que a fé não
seja morta, e para a salvação. De modo que é Cristo, sim, que salva, mas o
homem coopera pelas boas obras. É esta a vontade Deus, que ponhamos em prática
a nossa fé, pois:
“«Nem
todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que
faz a vontade de meu Pai que está no Céu. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor,
Senhor, não foi em teu nome que profetizamos, em teu nome que expulsamos os demônios
e em teu nome que fizemos muitos milagres?’ E, então, dir-lhes-ei: ‘Nunca vos
conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade’» (Mt 7, 21-23).
Sobre a Intercessão dos Anjos e Santos:
Os
protestantes dizem que quem intercede por nós são os que estão vivos, e os que
morreram não podem interceder, pois estão a dormir e à espera da ressurreição.
Vejamos como isto é falso.
De imediato, é bom lembrar o que respondeu Jesus ao bom ladrão:
De imediato, é bom lembrar o que respondeu Jesus ao bom ladrão:
“Em
verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.” ( Lc 23, 43); Recordamos também que, no dia em
que Jesus morreu, muitos mortos ressuscitaram:
“Então, o
véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. A terra tremeu e as rochas
fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos, que estavam
mortos, ressuscitaram; e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus,
entraram na cidade santa e apareceram a muitos” (Mt 27, 51-53).
Em
relação a estas passagens, é evidente que Jesus não está sozinho no Paraíso.
No Livro
do Apocalipse podemos ler ainda: “E, quando Ele abriu o quinto selo, vi debaixo
do altar as almas dos que tinham sido mortos, por causa da Palavra de Deus e
por causa do testemunho que deram. E clamava em alta voz:
«Tu que és
o Poderoso, o Santo, o Verdadeiro! Até quando esperarás para julgar e tirar
vingança do nosso sangue sobre os habitantes da terra? Foi dada a cada um uma
veste branca e foi-lhes dito que esperassem ainda um pouco, até que se
completasse o número dos seus companheiros de ministério e dos seus irmãos que
iam ser mortos, como eles” (Ap 6, 9-11).
Ora,
percebemos que este é o clamor dos mártires, perseguidos pelo império romano.
Percebemos também que já estavam ao pé do Senhor e bem acordados. A veste
branca é o símbolo da vida celeste.
Na
parábola do rico e de Lázaro, observamos que também não dormem:
“…Havia
um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias
esplêndidos banquetes. Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de
chagas. Bem desejava ele saciar-se com o que caía na mesa do rico; mas eram os
cães que vinham lamber-lhe as chagas. Ora, o pobre morreu e foi levado pelos
anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na morada dos
mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e
também Lázaro no seu seio. Então, ergueu a voz e disse: «Pai Abraão, tem
misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água a ponta de um dedo e
refrescar-me a língua, porque estou atormentado nestas chamas.» Abraão
respondeu-lhe: «Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida,
enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora ele é consolado, enquanto tu és
atormentado…»” ( Lc 16, 19-31).
No
Evangelho de São João, Jesus tem este diálogo com os judeus:
“Em verdade, em verdade vos digo: se alguém
observar a minha palavra, nunca morrerá. Disseram-lhe, então, os judeus: «Agora
é que estamos certos de que tens um demônio! Abraão morreu, os profetas também,
e Tu dizes: «Se alguém observar a minha palavra, nunca experimentará a morte?»
Porventura és Tu maior que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas
morreram também! Afinal, quem é que tu pretendes ser? Jesus respondeu: «Se Eu
me glorificar a mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem me glorifica é o
meu Pai, de quem dizeis: É o nosso Deus; e, no entanto, não o conheceis. Eu é
que o conheço; se dissesse que não o conhecia, seria como vós: um mentiroso.
Mas Eu conheço-o e observo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou pensando
em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»” (Jo 8, 51-56). Ora, Jesus diz que
Abraão estava desejoso de ver o dia em que Ele viria ao mundo. Chegado esse dia
(Nascimento de Jesus: Lc 2, 1-20), Abraão “ficou feliz”, demonstrando que,
apesar de ter deixado este mundo terreno já havia muito tempo, continuava vivo
e em plena comunhão com Deus.
Os Santos
no Céu estão na mesma condição dos Anjos, pois conservam as suas naturezas
individuais e intelectuais, e possuem a mesma Luz divina na qual vêem a Deus, e
em Deus tudo o que a sua mente pode conhecer: “Na tua Luz veremos a Luz” (Sl
35, 10).
Por isso,
a Bíblia afirma que os Santos julgarão o mundo: “Ou não sabeis que os Santos é
que hão-de julgar o mundo?” (1 Cor 6, 2). Para fazerem esse julgamento,
devem conhecer bem os actos praticados pelos homens no mundo. Portanto, os
Santos conhecem as nossas fraquezas e necessidades e intercedem por nós como
nossos amigos junto de Deus, mas é claro que é Deus quem terá a última palavra
em relação aos escolhidos.
Em
Jeremias lemos: ”O Senhor disse-me: «Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de
mim, o meu coração não se comoveria por este povo” (Jer 15, 1). Ora,
Moisés e Samuel já não eram do número dos vivos, mas podiam, no entanto,
interceder pelo povo.
E para
que não existam dúvidas em relação à intercessão dos Anjos, recordemos esta
passagem do Livro de Tobias:
“Por
isso, sabei que enquanto oravas, tu e a tua nora Sara, eu apresentava as vossas
orações diante da glória do Senhor. Da mesma forma, enquanto enterravas os
mortos, eu também estava contigo. Assim, quando, a toda a pressa, te levantaste
e deixaste de comer, a fim de sepultar aquele cadáver, eu fui enviado para pôr
a tua fé à prova, mas, ao mesmo tempo, Deus enviou-me para te curar, a ti e a
Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete anjos que apresentam as orações dos
justos e têm lugar diante da majestade do Senhor” (Tob 12, 12-15). Mas, como já foi explicado
anteriormente, Tobias não faz parte da Bíblia dos protestantes. É pena.
Se os
santos da terra (os fiéis em Cristo), intercedem junto de Deus pelas
necessidades dos irmãos, conhecidos e desconhecidos (são inúmeros os casos na
Bíblia), quanto mais os Santos da glória que, na Luz Divina, conhecem
perfeitamente as nossas necessidades. Para nós, católicos, os Santos e os Anjos
que já estão no Céu, podem realmente interceder por nós junto a Deus.
Por fim, um argumento de reta
razão ou bom senso:
É
conforme à natureza dos seres criados por Deus que os inferiores obtenham
favores dos superiores também pela mediação de amigos de ambos. A própria
mediação de Cristo tem por base este princípio. Ora, os Santos são amigos de
Deus e nossos na glória.
Depois de
conhecer os fundamentos bíblicos para a prática católica em relação à devoção
ou culto dos Anjos e dos Santos, vamos ver onde se baseiam os protestantes para
a negar. Eles usam a seguinte passagem: “Pois, há um só Deus, e um só mediador entre
Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus.” (1 Tim 2, 5); A isso
responde-se, completando a citação no versículo seguinte (6) assim: “…que se
entregou a si mesmo como resgate por todos”. Cristo é, sim, o único Mediador,
mas de redenção (“ resgate”), o único que se entregou à morte pela remissão dos
nossos pecados, e através do qual podemos atingir a vida eterna. Isto não
exclui a “mediação” de intercessão dos Anjos e Santos, como já ficou provado.
E mais:
estando os “Santos da glória” na mesmo condição dos Anjos, eles podem também
ser venerados como os anjos o foram por homens justos, ou seja, pelos fiéis, conforme
atesta a Bíblia.
Pelo fato de os habitantes do céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade, toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de redenção entre Deus e os homens, Jesus Cristo.
Sendo os Santos amigos de Deus pela santidade, e nossos, pela sua perfeita caridade, é justo que lhes tributemos os louvores que, sob esse duplo título, merecem, e que nos recomendemos à sua intercessão junto a Deus. É justo, visto que neles também se realiza, embora em grau menor, mas bem verdadeiro, o que disse de si mesma, mas cheia de Espírito Santo, a mais santa de todos os Santos, Maria Santíssima: “…Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas.”( Lc 1, 46-56 - Cântico de Maria)
Pelo fato de os habitantes do céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade, toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de redenção entre Deus e os homens, Jesus Cristo.
Sendo os Santos amigos de Deus pela santidade, e nossos, pela sua perfeita caridade, é justo que lhes tributemos os louvores que, sob esse duplo título, merecem, e que nos recomendemos à sua intercessão junto a Deus. É justo, visto que neles também se realiza, embora em grau menor, mas bem verdadeiro, o que disse de si mesma, mas cheia de Espírito Santo, a mais santa de todos os Santos, Maria Santíssima: “…Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas.”( Lc 1, 46-56 - Cântico de Maria)
Vê-se,
por estas palavras inspiradas, que o louvor dos Santos redunda em louvor e
glória de Deus, pois os Santos são obras-primas da sua sabedoria, bondade e
poder. Quando os louvamos, é a seu Autor que louvamos. De fato, “sendo Deus
admirável em seus Santos, e estes “obra da sua graça” (à qual eles
corresponderam fazendo a sua parte), Deus os ama sob esse título. Aliás, no
preceito de “amar e honrar a Deus”, está incluído o de amar e honrar a tudo o
que Ele ama e honra, e segundo a ordem com a qual Ele o faz. E Deus ama, de
modo especial, os seus Santos: em primeiro lugar, a Jesus Cristo enquanto
Homem, depois a Nossa Senhora, mãe de Jesus, e depois aos Anjos e todos os
Santos da glória; também as santas almas do Purgatório. E depois, aos que ainda
pelejam neste mundo.
Sobre a oração pelos mortos:
Os
protestantes criticam a Igreja Católica por esta rezar pelos mortos, dizendo
que é desnecessário. A Bíblia ensina o contrário. Vejamos esta passagem:
“Depois, reunindo Judas o seu exército, alcançou a cidade de Adulam, e chegado
o sétimo dia da semana, purificaram-se segundo o costume e celebraram ali o
sábado. No dia seguinte, Judas e os seu companheiros foram levantar os corpos
dos mortos, para os depositar na sepultura, ao lado dos seus pais. Então, sob a
túnica dos que tinham tombado, encontraram objetos consagrados aos ídolos de
Jâmnia, proibidos aos judeus pela lei, e todos reconheceram que fora esta a
causa da sua morte. Bendisseram ,pois, a mão do Senhor, justo juiz, que faz
aparecer as coisas ocultas, e puseram-se em oração, para lhe implorar perdão
completo pelo pecado cometido. O nobre Judas convocou a multidão e exortava-a a
evitar qualquer transgressão, tendo diante dos olhos o mal que tinha sucedido
aos que, pouco antes, tinham morrido por causa dos pecados. E mandou fazer uma
coleta, recolhendo cerca de duas mil dracmas, que enviou a Jerusalém. Para que
se oferecesse um sacrifício pelo pecado, agindo digna e santamente ao pensar na
ressurreição; porque, se não esperasse que os mortos ressuscitariam, teria sido
vão e supérfluo rezar por eles. E acreditava que uma bela recompensa aguarda os
que morrem piedosamente. Era este um pensamento santo e piedoso. Por isso pediu
um sacrifício expiatório, para que os mortos fossem livres das suas faltas” (2
Mac 12, 38-45 - Outro dos livros rejeitados pelos protestantes).
Através
desta passagem, é fácil perceber porque é que a Igreja Católica reza pelos
mortos, desde os tempos apostólicos.
Como não sabemos exatamente o que acontece depois desta vida, oramos pelos que morreram, confiando na misericórdia de Deus e também naquilo que Ele nos ensinou através do Seu Filho: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? Não dos mortos, mas dos vivos é que Ele é Deus!” (Mt 22, 32). Não achamos perda de tempo, como dizem muitos protestantes, porque cremos na comunhão dos Santos e sabemos que Deus está em tudo e em todos, inclusive naqueles que já partiram deste mundo.
Em relação à questão de colocar flores e velas nos cemitérios, gesto que também não está de acordo com o ideal protestante, nós, católicos, dizemos que é a simples manifestação de não permanecermos insensíveis, frios e rudes como pedras, diante a pessoa que parte. Para além de embelezar as sepulturas, fazem-nos lembrar a alegria do céu e a saudade e carinho sentidos pela pessoa falecida.
Como não sabemos exatamente o que acontece depois desta vida, oramos pelos que morreram, confiando na misericórdia de Deus e também naquilo que Ele nos ensinou através do Seu Filho: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? Não dos mortos, mas dos vivos é que Ele é Deus!” (Mt 22, 32). Não achamos perda de tempo, como dizem muitos protestantes, porque cremos na comunhão dos Santos e sabemos que Deus está em tudo e em todos, inclusive naqueles que já partiram deste mundo.
Em relação à questão de colocar flores e velas nos cemitérios, gesto que também não está de acordo com o ideal protestante, nós, católicos, dizemos que é a simples manifestação de não permanecermos insensíveis, frios e rudes como pedras, diante a pessoa que parte. Para além de embelezar as sepulturas, fazem-nos lembrar a alegria do céu e a saudade e carinho sentidos pela pessoa falecida.
5º Aspecto: Esfacelamento
Como já
vimos anteriormente, Jesus prometeu à sua Igreja que estaria com ela até aos
fins dos tempos:
”Sabei
que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20). Prometeu
também aos Apóstolos os dons do Espírito Santo, para que aprofundassem a
mensagem do Evangelho: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em
meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos
disse”; Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade
completa” (Jo 14, 26; 16, 13).
Mesmo
assim, os protestantes afastam-se da Igreja assistida por Cristo e pelo
Espírito Santo, para fundar novas “igrejas” que não passam de instituições
meramente humanas, que se vão dividindo, subdividindo e esfacelando cada vez
mais; empobrecem e pulverizam sempre mais a mensagem do Evangelho, reduzindo-a:
- Ora a
sistemas de promessas milagrosas, tanto a nível de curas físicas, como a nível
financeiro;
- Ora a
um retorno ao Antigo Testamento, com empobrecimento do Novo, no caso do ramos
adventistas;
-Ora a um
prelúdio de nova revelação, que já não é cristã. Aqui encontramos os Mórmons,
As Testemunhas de Jeová, que negam a divindade de Cristo, a Santíssima Trindade
e toda a concepção cristã da história.
Assim,
achamos relevante dar a conhecer este tipo de “Movimentos Religiosos Livres e Autônomos”
que tiveram origem no seio do protestantismo, aos quais se dá o nome de “seitas
cristãs ou pseudo-cristãs”, e que cada vez mais afastam as pessoas do próprio
Jesus Cristo.
“TORNEI-ME VOSSO INIMIGO, AO DIZER-VOS A VERDADE?” (Gal 4, 16).
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