Monumento aos Mártires em São Gonçalo do Amarante
Mártires
de Cunhaú e Uruaçu ou Protomártires do
Brasil, é o título dado aos 30 cristãos martirizados, no
interior do Rio
Grande do Norte. Foram vitimas de dois morticínios, ambos no ano de 1645, no contexto das invasões holandesas no Brasil. O primeiro na Capela
de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, município de Canguaretama; outro
em Uruaçu, comunidade
do município de São Gonçalo do Amarante.
Foram
beatificados pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000.
Morticínio de Cunhaú
O
primeiro engenho construído no Rio
Grande do Norte foi
palco de uma grande chacina, uma das
mais trágicas da história do Brasil. No ano de 1645, o estado do Rio Grande (católico) era
dominado pelos holandeses (calvinistas).
Jacob Rabbi, um alemão a serviço do
governo holandês, chegou a Cunhaú no dia 15 de julho de 1645, mas já era conhecido pelos moradores,
pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias e deixando ódio
e destruição por todos os lugares pelos quais passava. Nesse dia, veio com mais
força. Além dos Tapuias, trazia alguns potiguares e soldados
holandeses. Era Domingo, dia 16 de julho de 1645, como de costume os fiéis reuniram-se
para celebrar a Eucaristia, foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, mas Jacob Rabbi havia
fixado um edital na porta da igreja: após a missa, haveria ordens do governo holandês. O pároco, Padre André
de Soveral, começa a missa e depois do momento da elevação do Corpo
e Sangue de Cristo, as portas da Capela foram fechadas, e deu-se início às
cenas de violência, intolerância e atrocidade. Ao verem que iriam ser mortos
pelas tropas, os fiéis não reagiram, ao contrário, "entre mortais ânsias,
confessaram-se ao sumo sacerdote Jesus Cristo,
pedindo-lhe, com grande contrição, perdão por suas culpas", enquanto o
Padre André estava 'exortando-os a bem morrer, rezando apressadamente o ofício
da agonia".
Morticínio de Uruaçu
Em 03 de Outubro de 1645, três meses depois do massacre de Cunhaú,
aconteceu outro desta vez em Uruaçú, este também a mando de Jacob Rabbi.
Dizem
os Cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania e
por outras capitanias, a população ficou receosa, pois, tinha medo que novos
ataques acontecessem, o que não demorou muito. Foram cenas idênticas, apesar
que neste massacre as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação,
fecharam as portas da igreja e os mataram ferozmente, arrancaram suas línguas
para não proferirem orações católicas, braços e
pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio e grande parte dos
corpos foram degolados. O Celebrante, Padre Ambrósio Francisco Ferro mesmo vivo foi
muito torturado. O camponês Mateus Moreira,
mesmo arrancando seu coração, exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".
"Louvado Seja o Santíssimo Sacramento" — Beato Mateus Moreira, quando seu coração foi arrancado pelas costa por um herege protestante.
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