sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Primeira Missa no Brasil. -

Onde se encontrava o protestantismo no dia 26 de abril 1500?

Resposta: simplesmente não existia - isso já é suficiente para eu ser um bom católico!!!

Porto Seguro: reembarcados, levantaram âncora e navegaram mais acima, para um lugar mais protegido, o Porto Seguro, onde foi rezada a 1ª Missa, no Domingo de Páscoa no dia 26 de abril de 1500. A terra recém achada foi considerada como uma dádiva divina colocada ao alcance de D. Manuel. A cerimônia religiosa, oficiada por D. Henrique de Coimbra, consagrou-a como espaço a ser convertido e integrado à Cristandade. Depois de mais alguns encontros onde estiveram presentes mais de 400 indígenas, curiosos perante a chegada daquela gente estranha, a expedição fez-se novamente ao mar no dia 2 de maio de 1500, retomando a viagem para a Índia. Não ficaram mais de dez dias na Terra dos Papagaios, como foi popularmente chamada. Além de dois degredados que aqui foram deixados aos prantos, dois grumetes fugiram de bordo e nunca mais foram vistos. Eram, esses anônimos, os primeiros brasileiros.

Parte integrante do arquivo Histórico em PDF

1500 A Primeira Missa no Brasil

A Primeira Missa no Brasil, Victor Meireles, 1860.
A Primeira Missa no Brasil, Victor Meireles, 1860.


Curiosidade

Um novo mundo

Encontraram, os lusos, um outro mundo abaixo do equinócio. Ninguém o assinalara antes. Nem os portulanos o indicavam, nem o celebrado Globo de Martim Behaim de 1492, onde, ao ocidente, só se viam desenhadas algumas ilhas, a maioria delas imaginárias (com a das “Sete Cidades”, ou mesmo uma de nome “Brasil”). Se Deus, até então, não avisara a existência daquelas terras aos cristãos, e se os nativos ignoravam a existência de Jesus Cristo, concluíram também que não tinham ciência, nem juízo, do crime de Adão. Convenceram-se, então, não haver Pecado do lado de cá do equador. Por essas bandas era um vale-tudo.

.A  Primeira Missa

Dias já faziam em que estavam os lusos ali entre idas à praia e voltas ao mar. Carregavam água, frutas e o lenho para os barcos, enquanto dois carpinteiros separavam um enorme tronco para a feitura da Cruz. Os índios, uns oitenta ou mais, tagarelas, estorvantes, arrodeavam os marinheiros em seus afazeres, olhando, pasmos, o efeito do fio do ferro na árvore. Da mata próxima vinham os barulhos da bicharada, o ruído forte dos papagaios, dos bugios, e de uma poucas pombas-rolas. A missa mesmo, a primeira no Brasil, deu-se no Domingo de Páscoa, 26 de abril de 1500, quando afincaram a Cruz no chão macio de um banco de areia em Porto Seguro.

O Frei Henrique de Coimbra, um franciscano, oficiou-a todo aparamentado, enquanto a tripulação congregava-se na praia às voltas do altar. Tomavam posse daquela Ilha de Vera Cruz, em nome do rei de Portugal e da Santa Fé católica. Os nativos, dóceis, se portaram de tal modo que Caminha convenceu-se da fácil conversão deles no futuro.

Um par de padres, dos bons, escreveu ele ao rei, bastava.

E a conclusão de Caminha:

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Carta de Caminha

Caminha

E quando veio o Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles (os índios) se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado: e então tornaram-se a assentar como nós… e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.- Carta de Caminha a El-Rei, 1º de maio de 1500

Frei Henrique sacraliza o ato de posse do Brasil
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A decisão de vir ocupar o Brasil


Porém, não foi essa a decisão da Coroa. Demorou quase meio século para que um reduzido destacamento de jesuítas desembarcasse no Brasil para fins de catequese. As políticas anteriores de ocupação da nova terra (o arrendamento ao consórcio de cristãos-novos de Fernão de Noronha, e, depois, a doação de capitanias), redundaram em fracasso.
Foi o acirramento do combate teológico contra os protestantes, e as visitas das naus bretãs e flamengas atrás do pau-tinta, que fizeram o rei abandonar a desatenção para com o Brasil. Tinha urgentemente que ocupar os pontos estratégicos da costa e pôr aqueles hereges a correr.
Ou tomava conta de vez, ou perdia tudo.

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A expansão do Catolicismo


E assim, com igrejas e capelas, santuários erguidos nas aparições da Virgem, orações, cantorias, procissões, conversões e batismos, trazendo mais padres e outras ordens (dos franciscanos, carmelitas, beneditinos, mercedários, e outros), a Igreja Católica foi doutrinando, educando e civilizando o bruto que aqui estava, e o outro bruto que aqui chegava. Com ameaças ao Inferno, recorrendo, por vezes, à “vara de ferro” e ao látego, erguidos contra o animismo, o feiticismo, a magia e a heresia, espantaram-nos desta parte do Novo Mundo. Uma Santa Casa aqui, um Colégio acolá, uma cama de lençóis para um doente, um tema de Cícero, um asilo para um órfão, uma lição do De Bello Gallico, que, somados aos oceânicos sermões do Padre Vieira, fizeram
com que se mantivesse, em mãos católicas, uma das maiores extensões de terras do mundo ocidental. E dizer que tudo isso começou 500 atrás, numa improvisada missa campal, puxada à frente de uma cruz de madeira bárbara, em hora de sol a pino, encerrada em seu final à bulha de “corno ou buzina”, saltos e danças, feitos por uns nativos esquisitos, numa desconhecida praia da Bahia!


Padre Vieira - O Gigante Barroco
Padre Vieira – O Gigante Barroco

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