sábado, 21 de maio de 2011

Ex-Protestante Declara Amor a Verdadeira Igreja


Ex-Protestante Declara Amor a Verdadeira Igreja Data: 14/09/09 às 23:29


 



"Nunca vos arrependereis de haver buscado perdão e graça na Igreja católica, única que possui a graça divina, energias espirituais, e santos." (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p. 87) 




"É evidente, portanto, que se para salvar-se se requer fé na Palavra de Deus, a Igreja Católica é a única via donde podemos exercitá-la." (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p.235-236) 




"A Igreja é católica porque traz um remédio universal para uma enfermidade universal. A enfermidade é o pecado." (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p. 249) 




"Meus irmãos, se vos apartais da Igreja católica, a quem ireis? Ela é vossa única possibilidade de paz e segurança neste mundo cambiante e turbulento. Entre a Igreja e o ceticismo nada existe, se o homem concede livre e desenfadado exercício a sua razão. Credos privados e religiões inventadas podem a sua maneira resultar atrativas para a multidão, quando estão na moda. Religiões nacionais podem permanecer gigantescas e inertes, ocupar o terreno por séculos, e distrair a atenção ou confundir o juízo dos homens cultos. Mas eventualmente, se verá que, ou bem a Igreja católica supõe a entrada do mundo invisível neste mundo visível, ou não existe nada certo, dogmático e real nas noções sobre nossa origem e destino. Perdei o catolicismo e os convertereis em protestantes, unitários, deístas, panteístas, céticos, em uma terrível e inevitável sucessão." (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p. 280-281) 




"a Igreja católica não procede da terra nem depende do homem, pois de outro modo, poderiam também destruí-la. Que diferentes da Igreja católica, grandiosa e imutável, são as demais religiões !. Estas dependem do tempo e do lugar para existir, vivem somente durante um período da história ou habitam em uma região concreta. São criaturas do solo que, como plantas indígenas, florescem a certa temperatura na humidade ou na secura, e morrem se são transplantadas." (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p. 252) 




"Se origina na mesma vinda de Cristo, e recebe sua lei, sua forma e sua missão dos lábios do Senhor. "Bem-aventurado és tu Simão, filho de Barjona, porque não foram a carne e o sangue que te revelaram isto, mas o Pai que estás nos céus." Chegada a vós desde o tempo dos apóstolos, extendida por toda a terra, triunfadora sobre mil revoluções, dotada de magnífica unidade misteriosa em sua abundância de vida, majestosa, imperturbável, audaz, santa e bela, como podeis duvidar, filhos dos homens, que se trata da mensageira divina que buscais?" (Discursos sobre la fe, Card. John Henry Newman, Ediciones Rialp, 2000, p. 287) 




O Cardeal Newman, ex-protestante, foi uma verdadeira coluna da Santa Igreja de Deus. 




In Cor Jesu, 




Gustavo 

Fonte: o excelente http://advhaereses.blogspot.com/2009/09/cardeal-newman-igreja-catolica
-e-unica.html 

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“Extra Ecclesiam, nulla salus. É o aviso contínuo dos Padres: fora da Igreja católica pode encontrar-se tudo - admite Santo Agostinho - menos a salvação. Pode ter-se honra, pode haver Sacramentos, pode cantar-se o "aleluia", pode responder-se "amém", pode defender-se o Evangelho, pode ter-se fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo e, inclusivamente, até pregá-la. Mas nunca, se não for na Igreja católica, pode encontrar-se a salvação." (São José Maria Escrivá - Amar a Igreja pt 24) 



"Os inimigos declarados de Deus e da Igreja devem ser difamados tanto quanto se possa, desde que não se falte à verdade, sendo obra de caridade gritar: 'Eis o lobo!', quando está entre o rebanho ou em qualquer lugar onde seja encontrado" (São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja, Filotea ou Introdução à Vida Devota, parte III, cap. 28)" Santo Inácio de Loyola 




Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, rogai por nós!

Robert Ian Wiliams - Ex-protestante


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A IGREJA E O PROFESSOR 

"Como você pôde fazer isto? É serio mesmo a sua conversão? Você agora idolatra Maria? Como você pode contar os seus segredos mais íntimos a outro homem na confissão? Por que você se converteu? Como você pode aceitar ensinamentos que não se encontram na Bíblia?"
Estas são algumas perguntas que tenho recebido desde que fui recepcionado na Igreja Católica. À medida que vão passando os anos, têm se tornado mais freqüentes desde que decidi colocar os fatos no papel para informar os curiosos. Espero que este pequeno resumo ajude os católicos a entender a mentalidade "evangélica" e também ajude os evangélicos a pensar um pouco sobre o problema central que jaz no coração deste assunto: a autoridade.
Minha filiação à Igreja Católica não foi uma conversão paulina, como a ocorrida no caminho de Damasco. Embora seja certo que Deus pode fazer coisas assim, meu caminho para a fé romana foi uma experiência educativa e gradual. A conversão é, em suma, um assunto espiritual, porém, muitos fatores podem contribuir para que ocorra. Meu desagrado pela confusão em que se encontra a cristandede evangélica foi o ponto de partida. Creio que foi a graça de Deus que me permitiu discernir a debilidade desse sistema religioso.
Mas antes que a minha insatisfação se fizesse sentir, estava eu muito feliz no Cristianismo evangélico. Confiava em Cristo, acreditava que os meus pecados seriam perdoados e pensava que conhecia os Evangelhos e o Novo Testamento. Pensava também que todas as demais religiões estavam erradas e via a Igreja Católica como uma igreja apóstata, cheia de corrupção medieval, que obscurecia o Evangelho para a ruína das almas. Estava convencido que a Palavra de Deus na Bíblia era a única autoridade para o crente (Sola Scriptura) e que eu era justificado apenas por minha fé e nada mais que a minha fé (Sola Fide). Estes eram para mim os principais lemas da batalha da Reforma. Quando encontrava algum católico, ia logo mostrando a "verdade" e tentava levá-los ao conhecimento de Cristo. Eu era tão anticatólico que me negava a orar na capela existente na universidade onde dava aula. Sabia que a União Evangélica Cristã buscava converter os católicos e pensava, então, que todo assunto católico era nada mais que pura hipocrisia.
Porém, a graça de Deus começava a operar em meu coração. Tudo começou com o tema do batismo. Os cristãos evangélicos estão bastante divididos a este respeito. Alguns aceitam o batismo de crianças e outros crêem que o batismo é apenas para o crente adulto. Estudei os fatos e não encontrei nenhuma referência explícita ao batismo de crianças no Novo Testamento; assim, decidi investigar quanto tinha sido inserida esta prática entre os cristãos. Será que poderia remontar aos tempos dos Apóstolos ou tinha se infiltrado na Igreja durante os primeiros séculos? Ao seu tempo, descobrí que o batismo de crianças era claramente apoiado pelo registro histórico. Se tivesse sido uma inovação, deveria então existir algum protesto contra a sua introdução na Igreja. Não pude encontrar nem um só grupo cristão anterior ao século XVI que rejeitasse o batismo das crianças. E até descobrí que estes primeiros cristãos batistas apenas aspergiam a cabeça do adulto ao batizá-lo. Achei que a imersão (que também era um ponto importante para alguns evangélicos) não tinha sido iniciado até o século XVII. Descobrí, então, que as igrejas batistas eram frágeis quanto ao rigor e a continuidade histórica.
Assim, rejeitei o batismo "apenas para adultos". Para mim, isto era uma parte crucial da verdade e comecei a tentar convencer os evangélicos batistas agora que tinha conhecimento do erro de suas crenças. Alguns me disseram que eu estava obcecado por um assunto de importância secundária. Isto me chocou! Como poderia um mandamento solene de Jesus Cristo ser considerado como de importância secundária? Fiquei assombrado quando o renomado líder evangélico Martyn Lloyd-Jones, em seu livro "What Is an Evangelical?" ("O que é um Evangélico?") comentou sobre o assunto da desunião das igrejas evangélicas, dizendo: "Outro assunto que devemos pôr na mesma categoria é a idade e o modo do batismo: a idade do candidato e o modo de administrar o rito do batismo. Devo pôr, então, na categoria das coisas que não são essenciais porque não se pode provar nem um nem outro usando apenas as Escrituras. Lí livros sobre o tema durante 44 anos e creio que sei menos agora do que sabia no começo. Portanto, enquanto afirmo - junto com todos nós - que creio no batismo, porque é evidentemente uma ordem de Deus, não devemos nos separar no que tange à idade do candidato e ao modo de administrá-lo".
Aqui temos um homem que, crendo na autoridade da Bíblia como única condutora do crente, não pôde estabelecer o padrão bíblico para o Batismo. Isto é o que eu chamo de "aprender e não chegar ao conhecimento da verdade". Ironicamente, na mesma obra, Lloyd-Jones ensina a suficiência da Escritura e que o Evangelicalismo é muito mais claro em sua lógica que o Catolicismo! Isto me fez olhar para outras discordâncias que existem entre os evangélicos. Se fossem apenas assuntos secundários, não haveria a necessidade de criar denominações separadas, cada qual esgrimando diferentes teorias para o retorno do Senhor, para o significado da Ceia do Senhor, se o crente pode ou não pode perder a sua salvação, ou as disputas sobre os dons carismáticos. A lista é longa.
A minha formação acadêmica é a de historiador e, como tal, me concentrei na História da Igreja. Não pude deixar de me assobrar quando vi que não podia encontrar nem um só registro do cristianismo evangélico na Igreja anterior ao século XVI. Nem mesmo os valdenses e os seguidores de Wyclif tinham idéia da salvação apenas pela fé. Ambos os grupos participavam dos sacramentos da Igreja Católica e passaram como movimentos de reforma dentro da Igreja e não como igrejas separadas. Nenhum dos Padres da Igreja pregou a salvação somente pela fé. O próprio Wyclif morreu enquanto participava de uma missa, sem ter sido batizado como crente e contente com seu batismo católico que recebera quando criança!
A teoria de que a conversão do imperador romano Constantino no século IV deu início à corrupção da Igreja é ainda mais inacreditável. Descobrí que a Igreja primitiva cria no batismo das crianças, na regeneração pelo batismo, nos bispos, na sucessão apostólica, na presença de Cristo na Eucaristia, no sacerdócio sacrificial, nas orações pelos falecidos e de um papel todo especial do bispo de Roma. Tudo isto se encontra claramente séculos antes de Constantino. Nas palavras do Cardeal Newman, "quem adentra na História, deixa de ser protestante". Não pude achar um só registro dos evangélicos bíblicos, um grupinho de fiéis que se apegaram às crenças que caracterizam os evangélicos de hoje: somente a Bíblia e justificação apenas pela fé. O tratamento evangélico para a História da Igreja é superficial: nos fala de pessoas como Ambrósio, Agostinho e Atanásio como se fossem cristãos que apenas empregavam a Bíblia, ignorando completamente o contexto católico em que eles viveram. Classifico isto como intelectualmente desonesto.
Descobrí que a história dos evangélicos está assentada sobre mitos. A Igreja Católica - me afirmavam - tinha queimado as cópias da Bíblia. Pelo contrário, comprovei que a Igreja Católica preservou a Bíblia, definindo o seu cânon e só queimou e proibiu a leitura das edições que eram traduções inexatas e heréticas. Por exemplo, Bíblias como a tradução de Tyndale, que ostentava notas de rodapé atacando a Igreja e o Papa. Também descobrí versões traduzidas para os idiomas vernáculos vários anos antes da reforma alemã. Os Evangelhos foram traduzidos para o anglo-saxão muito antes que o idioma inglês fosse formado!
Também descobrí que o famoso "Livro dos Mártires", de John Fox, um católico apóstata do século XVI, era impreciso. Muitos dos "martires" durante o reinado de Maria Tudor eram anti-ortodoxos, tendo sido queimados durante o reinado da rainha Isabel, que era protestante. De fato, Fox apoiou um regime que torturou e assassinou católicos que apenas queriam viver na fé dos seus antepassados. Apoiou também um regime que queimou cristãos evangélicos como os batistas! Foram cristãos protestantes os que perseguiram os pais do Puritanismo na Inglaterra do século XIX e esse grupo, por sua vez, já estabelecido na América, passou a perseguir os seus próprios companheiros de fé.
Eu tinha aceito a falsa idéia perpetuada por Lloyd-Jones e outros mestres evangélicos, que os católicos crêem na revelação contínua. Descobrí que, muito pelo contrário, a doutrina católica ensina que a revelação pública terminou com o que receberam os Apóstolos e que a fé foi entregue de uma vez aos santos. É dever da Igreja, como "coluna e fundamento da verdade" (1Timóteo 3,15), a interpretação e o discernimento do depósito original da fé. A Igreja Católica não inventou a transubstanciação no século XII, nem inventou o dogma trinitário no século IV. Como evangélico, fiquei perplexo ao me encontrar na mesma situação dos Testemunhas de Jeová que afirmam que a palavra "Trindade" não se encontra na Bíblia. Eu imaginava que a doutrina estivesse ali e o termo simplesmente a definia. Porém, acabava tendo por problema o fato de não poder usar este argumento para discutir a questão do Purgatório com um católico. Eu acabava respondendo que o caso do Purgatória não podia ser definido claramente. Mas esta era uma resposta bastante deficiente pois era subjetivamente evangélica. Além disso, Lutero, Calvino, Wesley e uma certa quantidade de outros reformistas "enxergavam" o batismo das crianças, enquanto que Spurgeon, Billy Graham e muitos outros não o encontravam na Bíblia. O ensinamento católico era mais lógico: Deus estabeleceu uma Igreja como árbitro final e não pode ela ser culpada pela confusão. O desenvolvimento da doutrina é como a revelação de um filme fotográfico: a imagem está no filme, mas à medida que o tempo e as circunstâncias mudam, a imagem se torna mais visível.
Não pude encontrar um só texto que afirmasse que apenas a Bíblia era suficiente. A famosa passagem que afirma que a Escritura é útil (2Timóteo 3,16) significa claramente que é um apoio, não que seja suficiente. Assim como é útil para mim beber água regularmente, mas não é suficiente como a alimentação completa. Não pude encontrar um só versículo que ensinasse que a Palavra de Deus deveria ser exclusivamente a palavra escrita. Mas encontrei Jesus honrando as tradições da fé judaica de sua comunidade, que não se encontravam na Escritura; sua condenação das falsas interpretações das tradições feitas pelos fariseus não era uma condenação da tradição em si mesma, já que a Igreja que Ele fundou sobre os Apóstolos aceitou tanto as tradições escritas [Escrituras] quanto as orais.
Nesse momento decidi reexaminar a minha crença em Cristo. Seria possível alguém ter sido enganado? Seria possível que Cristo fosse um falso Messias? Depois de todos os judeus O terem negado, poderia o povo mais brilhante e durador do mundo ter se equivocado? Portanto, comecei a ler apologética judaica contrária ao Cristianismo, que centrava seus ataques principalmente afirmando que as profecias sobre o Messias não tinham se cumprido; afirma ainda que Jesus nunca declarou ser Deus e que os seguidores gentios acrescentaram "conceitos pagãos" como o nascimento virginal e a Encarnação. Isto me fascinava porque se parecia muito com as acusações que os anticatólicos fazem, dizendo que essas mesmas coisas são acréscimos pagãos. Passei a ver isto como a culminância lógica da teoria evangélica: se o Paganismo contaminou o Cristianismo, então como pode um ensinamento divino e permanente ser comparável à incorruptível Torah? Outro livro anticristão me levou ainda mais para essa direção ao me questionar: se a religião de Cristo é a verdade, por que existem tantas igrejas cristãs diferentes? Assim enxerga o Cristianismo o intelectual judeu: como um fracasso.
Então voltei novamente a observar Cristo. Não poderia rejeitar sua divindade. Poderia ver que o Novo Testamento ensinava que Ele é Deus e isto não era um acréscimo pagão. O judaísmo moderno não é igual ao judaísmo da época de Nosso Senhor; é algo que se desenvolveu com o tempo e que também se dividiu em seitas. Inclusive, dentro do judaísmo ortodoxo há interpretações rabínicas que estão em conflito. Continuei me apegando fervorosamente à minha crença no Cristianismo "apenas com a Bíblia". A forma de vida e a comunidade evangélicas são muito acolhedoras e, para mim, os cultos católicos pareciam frios quando comparados. Ao mesmo tempo, me desiludia cada vez mais da apologética anticatólica. Livros como "Catolicismo Romano", de Loraine Boettner (um clássico anticatólico), apresentavam grosseiras distorções da realidade da doutrina e história [católicas]. Lembro-me de ter lido um livro evangélico que ridicularizava a doutrina católica da intenção sacramental. Na verdade, ridicularizava uma má representação dessa doutrina. A interpretação evangélica clássica dos textos petrinos cruciais, como Mateus 16, fundamenta-se em uma visão defeituosa e, então, eu já podia vê-la claramente. O jogo de palavras entre "Petros" e "petra" era periférico, uma vez que Nosso Senhor falava aramaico. A maioria dos eruditos evangélicos de hoje aceita a visão de que Pedro é a pedra e que recebeu as chaves da autoridade de uma maneira especial, pois assim como os antigos reis de Israel delegavam suas chaves de autoridade ao seu principal ministro ou vizir, Jesus designou Pedro como seu representante ou vigário. As chaves, em qualquer cultura civilizada, representam poder. Me dei conta que distorciam os escritos dos Padres da Igreja para fazê-los harmonizar com seus argumentos anticatólicos.
Há algumas pessoas que propõem a idéia de que os Padres da Igreja estão em desacordo com a idéia de Pedro ser a pedra de que fala Mateus 16. Um exame cuidadoso dos escritos patrísticos revela que se referem a diversos aspectos e significados das Escrituras; assim como uma casa é construída sobre uma série de alicerces, os escritores patrísticos observam os diferentes sentidos da Escritura sem se contradizer em absoluto.
Ao contrário do que anunciava o mito evangélico, encontrei aí evidência histórica abundante para a presença de Pedro em Roma e o estabelecimento de seu Bispado. Ao ouvir Nosso Senhor dizer [a Pedro] que a carne e o sangue não lhe tinham revelado sua divindade, podemos ver o dom de Deus que é o Papado em sua forma embrionária. Me surpreendeu encontrar, já desde o século I (quando o Apóstolo João ainda vivia), que o bispo de Roma escrevesse à igreja de Corinto, instruindo e advertindo seus membros que, se não considerassem o seu conselho, estariam em grave perigo. Com o passar dos séculos, a evidência do Papado aumenta. Então descobrí que havia respostas razoáveis para as objeções evangélicas. Lembro-me muito bem do comentário que lí em um "livro de visitas" de certa igreja anglicana; foi escrito, obviamente, por um visitante católico e dizia: "Onde está Pedro, aí está a Igreja". Essas palavras que ficaram gravadas na minha mente, eram as palavras de Ambrósio, proferidas no século IV. A igreja angligana pode ter conservado os edifícios católicos erguidos antes da Reforma, porém, certamente, não conservou a antiga fé. Apesar de sua "cara de Catolicismo", a igreja anglicana do século XIX é protestante. Isso se manifesta na ordenação de mulheres e outras aberrações que nela tomaram forma. O papel de Pedro chegou a estar tão claro para mim, que nem sequer conseguia considerar a pretensão das igrejas ortodoxas orientais de ser a verdadeira Igreja de Cristo. Nessas igrejas (ou, melhor dizendo, nessas comunhões) pude apreciar uma formosa liturgia, mas também uma falta de clareza magisterial. Por exemplo, até a década de 1930, as igrejas cristãs rejeitaram claramente a anticoncepção como uma coisa instrinsicamente imoral. Em 1930, a igreja anglicana a aprovou e outras [igrejas] a seguiram a partir de então. Isso inclui os ortodoxos, que também aceitam o divórico e as segundas núpcias. Apenas a Igreja Católica manteve uma posição firme nesses assuntos e isso sob o custo de perder a Inglaterra no século XVI.
Os ortodoxos abandonaram o sucessor de Pedro para se apegar ao poder imperial de Constantinopla. Depositando sua confinça nos príncipes, colheram finalmente um fracasso. Enquanto todas estas coisas me indicavam, sem sombra de dúvidas, que a pedra da Igreja Católica era firme, o liberalismo de algumas pessoas dentro da Igreja me pertubava. Então, ao ler a parábola da casa construída sobre a pedra, me dei conta que a chuva e o vento a ferem também. Os excêntricos e os dissidentes, porém, não podem demolir a casa; podem tirar-lhe pedaços da pedra, mas não a pode destruir. Assim foi que descobrí, pararalelamente ao que ocorreu com Nosso Senhor, que a oposição se concentra em três áreas principais. Durante o ministério terrestre [de Jesus], as autoridades religiosas se horrorizaram diante:   

1. Das suas declarações de ser Deus;
2. Do fato de que perdoava os pecados; e
3. De sua declaração que, para ter a vida eterna, deve-se comer de Seu Corpo e Sangue.  
Tudo isto continua sendo a razão de uma oposição virulenta entre os evangélicos. Lembro-me muito bem que, quando era evangélico, ironizava o ensinamento católico da confissão a um sacerdote, da crença na transubstanciação, na Missa, na infalibilidade do papa e da Igreja. Lembro-me de ter refutado, afirmando que apenas Deus poderia ser infalível.

Meu exame cuidadoso das Escrituras me mostrou também que a doutrina católica sobre Maria se fundamenta na Palavra de Deus e não é importada do Paganismo. O fato de os pagãos terem cultuado deusas não invalida a crença em Maria, assim como o fato de os pagãos terem realizado sacrifícios não invalida os sacrifícios ordenados na Bíblia. Pude perceber que os católicos não a adoram mais que os anglicanos adoram a Oliver Cromwell, quando estes colocam flores aos pés de sua estátua nos dias comemorativos.
A doutrina católica da comunhão dos santos chegou a ser para mim uma verdade estabelecida. Se "a oração do justo tem muito poder" então aqueles que morreram no Senhor, sendo espíritos perfeitos de homens justos, devem possuir um valor superlativo para nós. Isto é ilustrado perfeitamente em Apocalipse 5, em que os 24 anciãos representam os santos que oferecem suas orações a Deus. Antes de ingressar na Igreja Católica, uma das últimas linhas de resistência evangélicas é levantar as vidas de certos católicos que são bastante desastrosas. Essa objeção me foi dissipada ao ler Ronald Knox. Knox foi criado em um ambiente profundamente evangélico e logo se converteu ao Catolicismo. Uma vez disse que se ele esquecesse o guarda-chuva na entrada de um templo metodista, ao retornar encontrá-lo-ia ainda ali; porém, não seria possível assegurar que o mesmo ocorreria em um templo católico. Os metodistas usaram muitas vezes esta frase a seu favor; contudo, na realidade, é um testemunho contrário a eles. Cristo veio para salvar os pecadores e a rede da Igreja foi lançada para pescar todos os homens. A Igreja não é um clube para leitores da Bíblia de classe média; a Igreja de Jesus Cristo é uma poção misturada e o erro dos reformistas foi acreditar que a Igreja deve ser composta 100% pelos eleitos de Deus.
Nosso Senhor disse claramente que "muitos são chamados, mas poucos os escolhidos". Ainda que seja certo que conheci alguns católicos bastante desviados da fé, também é certo que a grande maioria dos católicos são pessoas de bem que querem viver a vida em conformidade com os ensinamentos da Igreja. O fato de muitos católicos desobedecerem os ensinamentos da Igreja só confirma as palavras de Nosso Senhor: "A quem mais se dá, mais lhe será exigido". São os católicos os que terão um juízo mais severo, iniciado pela Casa de Deus, quando o Senhor, no fim dos tempos, separar o trigo do joio.
Comecei a perceber que, tal como os fariseus do tempo de Jesus, os evangélicos tinham um ponto de vista superficial sobre a adoração de Jesus. Isto pode soar um pouco duro, mas de fato muitos cristãos "bíblicos" acumularam uma série de regras que condenam comportamentos certamente inofensivos, como se fossem anticristãos. Primeiro, se favorece a opinião de que ingerir algo é pecado e logo se ensina que Jesus bebeu apenas suco de uva, e que o vinho do milagre de Caná não tinha teor alcóolico. A outro pode parecer que dançar é abominável. Pode-se escrever uma longa lista de costumes semelhantes. Há evangélicos que pensam que fumar é evidência de que alguém não é crente, mas Spurgeon, comentarista batista do século XIX, fumava. Outros não jogam na loteria, mas investem seu dinheiro na bolsa. É quase impossível criar um estereótipo do crente evangélico, mas é possível dizer com segurança que a grande maioria aceita a anticoncepção. Pagam o dízimo de seu ganho a Deus (o evangelismo não custa barato a ninguém), mas não de seus corpos. Todo o sistema da "Sola Scriptura" é subjetivo. Foi-me contada uma história sobre uma senhora a quem alguém perguntou se acreditava realmente que ela e seu empregado eram os únicos cristãos, ao que ela respondeu: "Bom... Não estou muito segura se Jaime é".
Não estou sozinho, pois nos últimos anos muitos evangélicos tradicionais converteram-se à fé católica. E o fizeram ainda que o caminho para a Igreja estivesse bloqueado por falsas representações semeadas pela oposição. Isto é seguramente uma graça de Deus, pois sempre haverá oposição para aqueles que quiserem cumprir perfeitamente as palavras de Nosso Senhor. A oposição provém das forças do secularismo, do materialismo, do modernismo e de outras filosofias. Tudo isto rejeita os ensinamentos que são peculiares à Igreja Católica. A Igreja é a pedra pequena predita pelo profeta Daniel, que destruirá a falsa imagem. É a semente que cresce até se tornar uma forte árvore. É o caminho que Isaías profetizou e que os homens não poderão deixar de encontrar. É a casa erguida sobre a rocha.

O Cardeal Herbert Vaughan (1832-1903) resumiu com palavras muito sábias o que usarei como corolário:

"É prática comum dos opositores da Igreja Católica tentar frear as almas apresentando-lhes uma multidão de dificuldades e objeções contra as doutrinas da Igreja. Sobre isto, podemos dizer duas coisas: Primeiro, seria muito fácil examinar esta lista de dificuldades e publicar um exame das mesmas, o que já foi feito por doutos católicos em grandes obras. Porém, é óbvio que para contender com tais problemas, deveria ser um teólogo ou passar toda a vida pesquisando, já que é necessário refutar todas as acusações. Por outro lado, temos as obras dos escritores anticatólicos, escritas para cegar ou confundir o caminho. Obras compostas por calúnias, citações adulteradas e uma mistura cuidadosamente dosificada de erro e verdade. Tais [obras] tentam, ao mesmo tempo, golpear e alienar tanto no sentido moral quanto no sentido intelectual. Se não conseguem total êxito assim, ao menos semeam perplexidade, ansiedade e o retardamento no caminho da busca de Deus. Porém, ao invés de ingressar em um labirinto cheio de dificuldades e quebra-cabeças de objeções, a via mais curta e satisfatória deverá ser eleita. Primeiro, encontrar o divino mestre, o pastor supremo, o vigário de Cristo. Concentre todas as suas faculdades mentais e morais na cabeça terrestre da Igreja de Deus. Essa é a chave para resolver esta situação". 
Publicado originalmente em inglês na revista "This Rock" Vol. 9, nº 3 em março de 1998. Robert Ian Williams, oriundo de Gales, é professor em Londres e publicou uma série de curtos tratados sobre a fé católica e sua história.
Fonte: http://www.voxfidei.com. Tradução: Carlos Martins Nabeto.

sábado, 14 de maio de 2011

Essa é a reforma Protestante!!!


A palavra de Deus se cumpre a cada dia. Abaixo estão as palavras do Apóstolo Paulo, em Atos 20.29, mostrando que estamos nos tempos do fim:
Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós LOBOS cruéis, que não pouparão ao rebanho”.
Leia a matéria abaixo:
“Homossexualidade é bênção de Deus”, diz pastor que estreia coluna no A Capa
O site A Capa estreia nesta quinta-feira (07/05) sua mais nova coluna, que abordará temas ligados à religião. Para escrevê-la, convidamos o teólogo e historiador Márcio Retamero, 35, mestre em História Moderna pela Universidade Federal Fluminense e pastor da Comunidade Betel do Rio de Janeiro.
Desde 2006, a Comunidade Betel se auto-intitula uma Igreja Protestante Reformada e Inclusiva, que milita pela inclusão de LGBT na Igreja Cristã. Além de exercer papel fundamental na luta pela aceitação de homossexuais na Igreja, a Betel celebra o que chama de Rito de Casamento entre pessoas do mesmo sexo, isto é, uma cerimônia onde casais gays recebem a bênção matrimonial.
Nesta entrevista, Márcio Retamero explica sobre a ideia da coluna e levanta algumas polêmicas, entre elas a posição da Igreja Católica de condenar a homossexualidade. Também diz que a perseguição contra LGBT é fundamentada principalmente na interpretação equivocada da Bíblia. Confira a seguir.
Como é a sua atuação na Betel do Rio?

Sou o Presbítero Docente ou Pastor da Comunidade Betel do Rio de Janeiro. Minha atuação exige presença constante em todas as reuniões públicas e privadas. Também é meu papel conduzir a Comunidade Betel do Rio de Janeiro, para como Igreja Inclusiva ocupar espaço social relevante, não apenas no âmbito da ação social, como outras igrejas, mas também no âmbito político junto à militância LGBT. Eu e outros eclesianos participamos ativamente das últimas Conferências LGBT nos níveis municipal, estadual (inclusive fora do estado do Rio de Janeiro) e nacional. Promovemos palestras sobre religião e homossexualidade junto às entidades de direitos humanos e LGBT; participamos das paradas do Orgulho que acontecem no Grande Rio; redigimos manifestos todas as vezes que algum político ou pastor fundamentalista toma posição contra os LGBTs.

Acredita que a Igreja pode contribuir e fomentar essas questões?

Não creio numa Igreja apática, desencarnada da realidade social, sem voz e sem vez; não creio e não participaria de uma Igreja que só se preocupa com as “coisas do alto”; creio, como Reformado Protestante, que a Igreja é a consciência do Estado, é seu caráter profético. A Igreja como profeta tem que denunciar abusos, usurpações, desmandos e todas as mazelas sociais. Tem que se posicionar ao lado dos excluídos e marginalizados. Defendemos o Estado Laico, aliás, bandeira histórica dos protestantes em todo o mundo. É nosso dever lutar contra o casamento perverso da religião com o Estado. Esta é minha atuação.

Como sua Igreja encara a homossexualidade?
Como algo natural. Homossexualidade não é doença física ou psíquica. Homossexualidade não é contagiosa. Homossexualidade é orientação sexual como heterossexualidade é uma orientação sexual. Como teístas, acreditamos que a orientação sexual faz parte da diversidade da criação de Deus e tudo o que Deus criou. Neste sentido, homossexualidade é bênção de Deus e não maldição. Os que usam as Escrituras para condenarem a homossexualidade nada sabem sobre a Bíblia. A leitura deles é uma leitura literalista, mas seletiva. Além disso, outro problema grave são as traduções modernas que não são fiéis aos textos mais antigos como a Bíblia Nova Versão Internacional, dentre outras. Eles usam desonestamente termos criados no século XIX como “sodomitas” ou modernos como “homossexuais” para traduzirem erroneamente termos gregos comoarsenokoitai e malakós, que longe estão da noção de homossexualidade como nós a entendemos nos dias de hoje. Não existe tradução bíblica não ideológica. Para mudarmos o quadro de exclusão de homossexuais nas comunidades de fé cristã, é preciso o combate às traduções ideológicas das Escrituras.
O que pretende com sua coluna aqui no site A Capa? Que assuntos pretende desenvolver?
Pretendo falar sobre religião de maneira plural e democrática, não apenas pelo viés cristão. Também pretendo identificar posturas homofóbicas em religiões não cristãs e debater o assunto com as lideranças dessas religiões, informando o leitor crítico do site a respeito deste assunto tão importante e relevante. Pretendo desmascarar a leitura fundamentalista e literalista seletiva das Escrituras e contribuir para a emancipação política progressiva dos LGBTs do Brasil. Já que os fundamentalistas usam a Bíblia para não conceder direitos aos LGBTs, vamos combatê-los no mesmo terreno. Espero uma grande participação dos leitores do A Capa.
Você acredita que a Igreja, não importando sua denominação, e a comunidade LGBT podem se unir na luta contra o preconceito?Sim, eu creio e luto para que isso seja realidade no Brasil. Estamos avançando muito neste aspecto junto às igrejas mais abertas à causa da inclusão LGBT na comunidade de fé cristã. Infelizmente, a Igreja, no século IV, quando se posicionou ao lado do poder político no Império Romano, esqueceu seu passado de opressão, e de perseguida passou a ser perseguidora. Quando aconteceu a Reforma, os protestantes durante séculos experimentaram a exclusão, o preconceito, a marginalização, até mesmo a morte nas fogueiras da Inquisição. No Brasil, os protestantes lutaram muito contra a exclusão e a marginalização. Em muitas cidades eram apedrejados, surrados, amarrados em árvores e torturados. Igrejas foram queimadas como a Primeira Igreja Batista de Niterói. É preciso lembrá-los deste passado de luta contra o preconceito para que na atualidade eles se posicionem ao lado dos excluídos e marginalizados de hoje. Devem aprender com a História.
Especificamente sobre a Igreja Católica, o que você pensa sobre os discursos homofóbicos do papa?Penso que é uma desgraça! Penso que toda vez que o papa fala de maneira negativa da homossexualidade, contribui e se torna cúmplice das perseguições, das torturas, dos assassinatos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais no mundo inteiro. Contribui para uma cultura homofóbica, sexista, heteronormativa, que exclui, que mata os que não se enquadram. Contudo, precisamos entender que o ditado popular “Roma locuta, causa finita”, não se aplica mais à atual realidade. Por exemplo, a Conferência Episcopal Alemã, similar à CNBB, emitiu parecer favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo naquele país. A própria CNBB acabou de manifestar publicamente que os homossexuais podem sim ingressar no sacerdócio, desde que observem como os heterossexuais, o celibato; o documento que veio de Roma, que serve como diretriz regulamentar para os candidatos ao sacerdócio, proibia a aceitação nos seminários de “pessoas com tendências homossexuais profundamente arraigadas” – olha aí a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil não se enquadrando nas ordens de Roma!
E como isso é recebido no Brasil?
Em muitas paróquias Brasil a fora os LGBTs encontram acolhimento, obviamente, isso depende de cada sacerdote, mas conheço vários casos onde tem se praticado a inclusão. Fiquei muito feliz quando uma transexual da Amazônia me disse que era respeitada dentro de sua paróquia e que era atuante! A Igreja Católica Romana não é uma igreja uniforme como eles gostariam que fosse; muitas vozes lá dentro se fazem ouvir a favor da inclusão LGBT.
Como a religião pode se fazer mais presente na vida dos homossexuais?
Pode fazer muito! Estamos vivendo o início de uma era muito diferente da que passou. Iniciativas progressistas e inclusivas estão cada vez mais presentes nas agendas de algumas Igrejas, principalmente das Igrejas Históricas. Por exemplo, no Rio de Janeiro, além da Comunidade Betel, temos o Diversidade Católica, grupo de gays e lésbicas católicos que militam pela inclusão LGBT na Igreja Romana. Em São Paulo, na Paróquia São Luiz Gonzaga, administrada pelos Jesuítas, a missa dominical noturna tem uma grande freqüência LGBT; na mesma cidade existe a Igreja da Comunidade Metropolitana, presente em outras cidades do Brasil, denominação que há 40 anos luta pela inclusão LGBT, e a CCNE, de linha pentecostal, também presente em outras cidades brasileiras. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) também se identifica como uma igreja inclusiva e, embora não pratiquem uma inclusão radical, como os independentes, possui entre seus eclesianos pessoas homossexuais que não sofrem preconceitos nem com exclusões. Outras Igrejas Anglicanas, chamadas de “Igrejas Continuantes” e que são independentes da IEAB, também são inclusivas como a Igreja Anglicana do Brasil (IAB). Em São Paulo, os Adventistas homossexuais já se organizam como uma organização “pára-eclesiástica”, e na internet é forte o grupo das Testemunhas de Jeová Gays, bem como o grupo dos Mórmons. Já temos no Brasil um grupo de Judeus e Judias Gays, atuantes no cenário social. O que quero dizer com essas citações? Que a religião pode se fazer mais presente na vida dos homossexuais se abrindo ao debate reflexivo sobre a diversidade da sexualidade humana, abraçando os LGBTs em suas comunidades locais.
O que você e sua Igreja pensam sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo? E sobre camisinha e aborto?Em nossa comunidade celebramos o Rito de Casamento entre pessoas do mesmo sexo e de pessoas heterossexuais que não podem celebrar o casamento em outras igrejas que condenam o divórcio e o segundo casamento. No próximo sábado, um casal de homossexuais masculinos receberá a bênção matrimonial; já é significante o número de bênçãos que realizamos em Betel. Pensamos que é direito espiritual inegociável que pessoas do mesmo sexo que se amam e que creem em Cristo Jesus, recebam a bênção. Quanto à camisinha, seu uso é obrigatório no combate à disseminação do vírus HIV e outras DSTs e deve ser encorajado seu uso tanto entre solteiros como entre os casados. Nossa Comunidade é aberta aos pesquisadores do assunto, como a Fiocruz e a ABIA/RJ, que ministram palestras sobre o HIV e distribuem camisinhas. Quanto ao aborto, como método contraceptivo, temos posição contrária; existem outros métodos mais saudáveis para a saúde da mulher. Agora, quando o aborto é praticado porque a gravidez é consequência de um estupro ou quando existe má formação do feto e risco de vida para a gestante, nos posicionamos criticamente a favor. O aborto jamais é praticado sem graves consequências espirituais e psíquicas para quem é cristã. Mas não condenamos quem recorreu ao aborto como última opção. E creio que o assunto é de foro íntimo das mulheres; como homem, não me sinto à vontade para ficar falando sobre isso. Como pastor, tenho que olhar com mansidão, entendimento e misericórdia para todas as mulheres que passaram por essa experiência.
Qual é o futuro da religião no mundo?
Friedrich Schleiermacher [filósofo e teólogo alemão] dizia que religião é sentimento. Enquanto existir a humanidade existirá religião. A Ciência jamais tomará o lugar da religião porque a Ciência, ao contrário do Mito, não explica as tragédias humanas, nem os anseios do espírito humano. Enquanto o ser humano questionar a existência, seus sucessos e fracassos na vida, a religião terá seu lugar na sociedade. E mais: vejo o ateísmo como também vejo a psicanálise como religão, embora de cunho diferente das religiões cristãs e não-cristãs. Até proselitismo fazem! Muitos são apologéticos! A religião, ainda que abra mão de Deus, jamais acabará.
Você acredita que a Igreja poderá ser um dia mais inclusiva, aceitando a todos independente da orientação sexual?
Creio piamente! Trabalho todos os dias e luto para isso. Enquanto um semelhante que é gay, lésbica, travesti, transexual e bissexual tombar sem vida ao chão, seja porque foi assassinado, seja porque atentou contra a própria vida porque era impedido de se auto-conhecer, seja pela família, seja pela Igreja, seja por outros seres humanos que usam da religião e de uma interpretação pervertida das Escrituras Cristãs – eu lutarei e militarei por uma Igreja que seja radicalmente – não parcialmente – inclusiva. O que nós da Igreja Inclusiva estamos fazendo hoje é uma Nova Reforma na Igreja de Cristo e com a ajuda de Deus em primeiro lugar e dos cristãos e cristãs de boa vontade, conseguiremos. É nisto que creio e é pra isso que trabalho.

Nota minha: É por isso que me tornei Catolico Apostólico Romano!!!!