segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Cruz de Cristo


Fonte:Saiba defender sua fé católica
Autor: Irmãos Missionários
Digitação: Taly
Queridos irmãos:

Tenho o costume de andar com uma pequena cruz de madeira no peito. Amo esta cruz porque Jesus Cristo salvou o mundo por este sinal. Além disso,como leiga e participante ativa de pastoral da Igreja Católica, quero mostrar assim minha entrega total a Jesus, meu Mestre.

Mas acontece, às vezes, que quando os irmãos evangélicos nos vêem com esta cruz no peito, começam a criticar-nos e jogam na cara que assim estamos crucificando Cristo. Outros dizem que somos idólatras e que parecemos uns condenados com o patíbulo colado no peito e por último não faltam os que até querem nos proibir o Sinal da Cruz ou persignar-nos.

Não entendo por que alguns se tornam tão fanáticos, ou porque se escandalizam frente a uma cruz pendurada no peito...

Bem, não importa o que eles pensam de nós. Continuemos levando essa cruz no peito porque é para nós um símbolo da fé que levamos em nosso coração, esta fé em Cristo crucificado e ressuscitado.

Aos que pensam que somos idólatras lhes recomendo que leiam este texto atentamente, sobre os verdadeiros ídolos deste mundo moderno.

Agora, queridos irmãos, vou falar-lhes sobre a grandeza da cruz de Cristo e como o Senhor convidou seus verdadeiros discípulos a carregar sua cruz e seguir seus passos. Queira Deus que tenham a paciência de consultar todas as passagens bíblicas que será citado. Creio sinceramente que nossos irmãos evangélicos, ao não ler a Bíblia toda só por ignorância chegam a proibir estas coisas. E o que aqui vou dizer não vale apenas para os sacerdotes. Vale também para todos aqueles que carregam uma cruzinha. Basta sair à rua para ver a quantidade de pessoas que levam a cruz não só no pescoço, mas no táxi, no carro ou a veneram num altarzinho no melhor de sua casa.
1.A Cruz de Jesus Cristo

Jesus morreu cruxificado, e sua cruz, juntamente com seu sofrimento, seu sangue e sua morte, foram o instrumento de salvação para todos nós. A cruz não é uma vergonha, mas um símbolo de glória, primeiro para Cristo e depois para os cristãos. "Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos"(1Cor 1,23). Com estas palavras o apóstolo Paulo expressa a rejeição espontânea de todo homem frente à cruz.

Em verdade alguém se pergunta: "Como podia vir a salvação ao mundo por uma crucifixão? Como pode salvar-nos aquele suplício reservado aos escravos? Como podia vir a redenção por um cadáver, por um condenado pendurado no patíbulo, por uma morte tão cruel como a de um malfeitor?(Dt 21,22;Gal 3,1) Quando Jesus anunciava a seus discípulos sua morte trágica na cruz, eles se horrorizavam e se escandalizavam.

Não podiam tolerar o anúncio de seu sofrimento e de sua morte na cruz (Mt 16,21;Mt 17,22). Assim, na véspera de sua paixão, Jesus lhes disse que todos se escandalizariam por causa dele(Mt 26,31). E em verdade, por uma condenação injusta. Jesus foi crucificado e morreu de forma escandalosa.

2. O ministério da Cruz


Jesus nunca diminuiu o escândalo da cruz, mas sim nos mostrou que sua crucifixão ocultava um profundo mistério de vida nova. O caminho da salvação passou pela obediência de Jesus à vontade de seu Pai: "Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz"(Fil 2,8). Mas esta morte foi "uma morte ao pecado". Através da debilidade de Jesus crucificado se manifestou a força de Deus.(1Cor 1,25). Se Jesus foi pendurado da árvore
como um maldito, era para resgatar-nos da maldição do pecado (Gal 3,13). Seu cadáver exposto sobre a cruz permitiu a Deus " condenar a lei do pecado na carne"(Rm 8,3).
E mais, "pelo sangue da cruz", Deus reconciliou todos os homens(Col 1,20),e suprimiu as antigas divisões entre os povos, causadas pelo pecado(Ef 2,14-18). Com efeito,Cristo morreu "por todos"(1 Ts 5,10) quando nós ainda éramos pecadores (Rm 5,6), dando-nos assim a prova suprema de amor (Jo 15,13 e 1Jo 4,10). Morrendo "por nossos pecados" (1 Cor 15,3 e 1 Pd 3,18) reconciliou-nos com Deus por sua morte (Rm 5,10), de modo que já podemos receber a herança prometida (Hb 9,15).

3. A cruz, elevação à glória
A cruz se converteu num verdadeiro triunfo pela ressurreição de Cristo. Somente depois de Pentecoste, os discípulos, iluminados pelo Espírito Santo, ficaram maravilhados pela glória de Cristo ressuscitado e logo eles proclamaram por todo o mundo o triunfo e glória da cruz.
A cruz de Cristo, sua morte e ressurreição destruíram para sempre o pecado e a morte. O apóstolo Paulo nos conta num hino triunfal:



O apóstolo São João escreve também."Assim como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto(sinal de salvação no Antigo Testamento), assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado no alto, para que todo aquele que crer, tenha por Ele a vida eterna" (Jo 3,14-33). E disse Jesus:"Quando eu for levantado da terra,atrairei todos a mim" (Jo 12,32). A sorte de Cristo crucificado e ressuscitado será, então, a sorte dos verdadeiros discípulos do Mestre.

Naquele tempo, disse Jesus:"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo,tome sua cruz e siga-me"(Mt 16,24). Isto quer dizer que o verdadeiro discípulo não só deve morrer para sí mesmo, senão que a cruz que leva é sinal de que morre para o mundo e todas as vaidades (Mt 10,33-39). Além disso o discípulo deve aceitar a condição de perseguido, perdoando, inclusive ao que talvez lhe tire a vida(Mt 23,34).

Assim, para o cristão o levar sua cruz e seguir Jesus é sinal de sua glória antecipada " O que queira servir-me, que me siga, e onde Eu estiver, ali estará o que me serve.Se alguém me serve, meu Pai o honrará"
(Jo 2,26).

A cruz de Cristo, segundo o apóstolo Paulo, vem a ser o coração do cristão. Por sua fé no Crucificado, o cristão foi crucificado com Cristo no batismo e ademais morreu para a lei do Antigo Testamento para viver com Deus.
"Por minha parte, seguindo a lei, cheguei a ser morto para a lei a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo, e agora não vivo eu, senão Cristo que vive em mim" (Gl 2,19-20).
Assim o cristão põe sua confiança na única força de Cristo, pois do contrário, se mostraria "inimigo da cruz". Porque muitos vivem como inimigos da cruz de Cristo"(Fl 3,18).

Na vida quotidiana do cristão, "o homem velho é crucificado"(Rm 6,6) a tal ponto que fique plenamente livre do pecado. O cristão diariamente assumirá a sabedoria da cruz, se converterá, a exemplo de Jesus, em humilde e "obediente até a morte e morte de cruz".

Não devemos temer levar uma cruz no peito nem tampouco colocar um crucifixo na cabeceira de nossa cama. Devemos temer, isto sim, "a apostasia" ou a traição à verdadeira religião que seria o mesmo que crucificar de novo o Filho de Deus (Hb 6,6).

O verdadeiro cristão com a cruz na mão deve aclamar: "Quanto a mim, queira Deus que me glorie somente na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo"(Gl 6,14).
Porque veneramos a cruz se Jesus já ressussitou?
Fonte: Corazones
Autor: Padre Jordi Rivero
Tradução: Rogério SacroSancttus
Veja também os outros artigos referentes a cruz neste site
O fato de Jesus ter ressussitado é o centro de nossa fé. Mas não podemos esquerecer jamais sua paixão que é parte do mesmo mistério pascal, é com sua morte na cruz que Jesus nos salvou.
A cruz sempre foi o centro da fé cristã. São Paulo proclamava a cruz sem cessar, será que ele não sabia que Jesus tinha ressussitado?
Claro que sim, mas também compreendia a importancia em tê-la sempre presente porque ela é o poder de Deus contra todas as forças infernais que nos dominam: as forças da carne, nosso ego. A carne tem seu prazer, conveniência, seu engrandecimento, a cruz põe a morte tudo isto para que reine o amor.
" Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. " Gálatas 6:14
A Cruz tendo nela representado o corpo de Nosso Senhor ou não, tem o mesmo sentido, mas os católicos costumam representá-la com Seu corpo pelo valor de contemplar sua paixão e o amor com que nos salvou.
A Cruz é mencionada explicitamente 29 vezes no Novo Testamento e muitas outras vezes é mencionada sem utilizar a palavra exata. Não é o madeiro em seu sentido material que colocamos nosso coração mas sim no sentido que Jesus colocou nela. Ele é quem nos atrae. Jesus nos diz:
" E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim. " Joao 12:32
Cristo é quem transformou o sentido da Cruz. Antes era a maior vergonha e ignominia possivel e ahora é a glória e a vitória máxima.
Ao contemplar Jesus na Cruz tomamos consciência da seriedade dos nossos pebados, do amor que tem por nós e da redenção. O amor a cruz nos comunica a graça de ser fiel em nossas cruzes unida a Sua.
E por isso mesmo que os Cristãos sempre teve na Cruz o sinal da vitória e temos ampla evidência histórica que desde os primeiros séuclos se levantavam cruzes como sinal da fé em Cristo.
Aos que nos atacam por levar a cruz em nossos pescoços ou por estar num lugar de honra em nossas casas, erguida bem visivelmente, temos de responder como São Paulo:
" Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo. A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. " I Corintios 1,17-18
" mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. " I Corintios 1, 23-24
Te adoramos Óh! Cristo e te bendizemos, porque pela sua Santa Cruz remiste o mundo! - Amém.



Considerações Finais

1. Na cruz de Cristo encontramos uma espécie de um compêndio da verdadeira fé cristã e por isso o povo cristão com profunda fé encontrou milhares de formas para expressar seu amor a Cristo crucificado. Espontaneamente a religião do povo reproduziu em toda parte, em pinturas e esculturas, cruzes de diferentes formas. O crente colocou cruzes sobre outeiros, o teto de suas casas, etc. O cristão se persigna para proclamar sua fé na glória de Cristo, o discípulo fiel coloca a cruz no peito para anunciar a fé que ele leva no coração...

2. Estas expressões populares não são de nenhuma maneira idolatria, como pretendem alguns irmãos evangélicos. É realmente uma autêntica expressão de fé e de amor a Cristo que morreu por nós.
Que belo quadro quando alguém entra numa família cristã e vê como a cruz de Cristo tem um lugar privilegiado no lar! Que profunda fé se expressa quando um cristão faz, com sentimentos de reverência, o Sinal da Cruz. É muito fácil e barato zombar destas expressões populares de fé. Mas tais ironias são faltas graves de uma atrevida ignorância.

3. E o que dizer da Cruz no peito? Se alguém- sacerdote, religiosa ou leigo, leva uma cruz no peito com fé e amor,com sentimentos de reverência, ninguém tem o direito de rir desta pessoa. Quem é você para julgar e criticar os autênticos sentimentos religiosos do povo? Só Deus sabe escudrinhar o mais íntimo de nossos corações.

4. Por último, uma palavra acerca do crucifixo. Quando se coloca a imagem de Cristo sobre a cruz chamamos- crucifixo- ao conjunto. Não se adora a madeira, sendo que o cristão vê Cristo nela. Ter um crucifixo não é nenhuma idolatria. É um sinal de amor a Cristo.
A Igreja nunca ensinou a adorar cruzes, mas adorar Cristo que nela morreu. Sim, a Igreja convida-nos a venerar estes sinais de fé. A Igreja nos ensina também que ninguém deve levar uma cruz no peito se não tem pelo menos a intenção sincera de seguir as pegadas de Jesus Cristo. Menos ainda devemos levar uma cruz como um simples amuleto ou como um enfeite para chamar a atenção.
O amor ao Senhor que morreu na cruz faz com que, frequentemente, se tenham feito crucifixos de materiais preciosos, mas, em nossos dias de Igreja volta a preferir um crucifixo simples e rústico, mais realista e expressivo.

Queridos irmãos, estas são as razões pelas quais nós os católicos veneramos e honramos a Santa Cruz com sumo respeito. E quando levamos uma cruz no peito,sempre devemos lembra-nos das palavras do apóstolo São João:"Quanto a mim, Deus não quer que eu me glorie senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo"(Gl 6,14).
"Que ninguém, pois, me venha molestar.Eu de minha parte, levo em meu corpo os sinais de Jesus"(Gl 6,17). A cruz, então, não é símbolo de vergonha mas de glória para um cristão.

"Estou pregado na cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim".(Gl 2,19-21)
"Nós te adoramos, Senhor e te bendizemos, porque pela Santa Cruz remiste o mundo".

6.A cruz, título de glória do cristão
5. O cristão leva uma vida de crucificado
4. A cruz de Cristo e nós
"A morte foi destruída nesta vitória.
Morte, onde está agora tua vitória?
Onde está, ó morte, teu aguilhão?
O aguilhão da morte é o pecado.
Mas, graças sejam dadas a Deus,
Que nos dá a Vitória
por Cristo Jesus
Nosso Senhor"
(1 Cor 15,55-57).

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A Virgindade Perpétua de Maria


O que ensina a nossa Fé a esse respeito? O Catecismo da Igreja Católica, no nº 501, diz textualmente: “Jesus é o único filho de Maria.” Desta forma, estando bem sintetizado no Catecismo, Jesus não teve irmãos e irmãs de sangue, e isso testemunha claramente o Dogma da Perpétua Virgindade de Maria.
Esta verdade de fé vem sedo contestada pelos protestantes que, lendo superficialmente o Evangelho, lá encontram referências a “irmãos” de Jesus. De fato, os evangelistas realmente nos falam a respeito dos supostos irmãos. Vejamos o que São Mateus diz:
“Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs?” (Mt 13,55-56).
O Evangelho de Mateus, como lemos, não só fala de irmãos, como também nos revelam seus nomes: Tiago, José, Simão e Judas.
Vejamos agora a versão de São Marcos: “Não é este o filho do carpinteiro? Filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão?” (Mc 6,3). Assim vemos que também Marcos nomeia os ditos irmãos de Jesus.
Também no Evangelho de São Lucas se fala deles: “Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo” (Lc 8,19).
Finalmente, o 4º Evangelho, o de São João, nos relata: “Depois disto desceu ele para Cafarnaum , com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos.” (Jo 2,12).
E não somente nos Evangelhos, mas também nos Atos dos Apóstolos encontramos referências aos irmãos de Jesus: “Todos estes perseveraram unânimes em oração, com as mulheres, estando entre elas Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.”  (At 1,14).
O que temos visto é que estas passagens, volta e meia, são jogadas como pedras nos católicos, parecendo dar aos protestantes e testemunhas-de-jeová um braço forte. Com isso, vem-se, então à mente, uma conclusão quase óbvia: se os evangelhos falam de irmãos de Jesus, como podemos nós, católicos, acreditar no Dogma da Virgindade Perpétua de Maria? Jesus teve mesmo irmãos de sangue, como sugerem os evangélicos. A resposta quem dá é a própria Bíblia: NÃO!
Como vimos, os irmãos de Jesus seriam: TIAGO, JOSÉ, JUDAS E SIMÃO. Seriam eles filhos de Maria e de José? NÃO! As Escrituras testemunham que eles tinham outro pai e outra mãe, que não era José, muito menos Nossa Senhora. Vejamos:
Dos únicos dois Tiagos que a Bíblia fala, um é filho de Alfeu (ou Cléofas) e outro filho de Zebedeu. Isso nos afirma o Evangelista Mateus: “Tiago, filho de Zebedeu (...) Tiago, filho de Alfeu e (Judas) Tadeu.” (Mt 10, 2-3). Mateus nos revela ainda o nome da mãe de Tiago e José: “Entre elas estavam Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.”
Assim vemos que o pai de Tiago e José, descritos como irmãos de Jesus, era Alfeu (Cléofas) e sua mãe se chamava Maria. Mas essa Maria era a mesma mãe de Jesus? NÃO! Quem testemunha agora é o evangelista João, que mostra que esta Maria aparece ao lado da Mãe de Jesus, na ocasião da crucificação: “E junto à cruz estavam a Mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.” (Jo 19,25).
Sendo assim, se a Mãe de Jesus estava junto à Maria de Cléofas, mãe de Tiago e José, logo somos levados a crer que não se trata de uma mesma pessoa. Não sei se o prezado leitor percebeu, mas o Evangelista João chama esta Maria de irmã da mãe de Jesus. Percebeu? Releia: “E junto à cruz estavam a Mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.” (Jo 19,25).
Portanto, se o Evangelho estiver correto – e como católicos, cremos que está – então, concluímos que, se Maria de Cléofas era irmã de Nossa Senhora, então Tiago e José eram primos de Jesus. E isto está no Evangelho, como vimos.
Mas e Judas? Ele também é citado na lista dos “irmãos” de Jesus. E é o próprio Judas Tadeu quem esclarece, no início da sua Epístola: “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago.”  (Jd 1,1)
Recaptulando: Tiago, José e Judas eram irmãos sangüíneos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe: e também eram sobrinhos de Nossa Senhora, portanto, primos de Jesus.
Quanto a Simão, as provas vem de Hesegipo, um historiador do primeiro século, que o inclui entre os filhos de Maria e Alfeu.
São chamados de “irmãos” nos Evangelhos, pelo fato de que, na língua hebraica, falada pelo povo da época, não havia um termo específico para “primos”. O termo “ah” era empregado para designar parentes de até segundo grau.
Uma outra coisa que nos leva a crer que a Família de Nazaré era composta por três membros apenas, está no início do Evangelho de São Lucas, quando Jesus é encontrado no Templo em Jerusalém, aos 12 anos, pregando aos doutores. De acordo com a lei judaica, toda a família deveria peregrinar a Jerusalém, por ocasião da Páscoa (Dt 16,1-6; 2Cr 30,1-20; 35,1-19; 2Rs 23,21-23; Esd 6,19-22). Mas de acordo com Lucas, apenas José, Maria e Jesus subiram a Jerusalém: “Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele atingiu os doze anos, subiram, segundo o costume da festa.” (Lc 1,41) Também Maria afirma que apenas ela e José procuraram Jesus, quando ele se perdeu: “Filho, por que fizeste assim conosco? Teu PAI e EU, aflitos, estamos à tua procura.”  (Lc 1,48) Ora, prezado leitor, se Maria tivesse mesmo outros filhos, ela certamente diria: “Teu pai, teus irmãos e eu, aflitos, estamos à tua procura.”  Mas, como vimos, eles não são mencionados entre os integrantes da Sagrada Família.
Outra passagem que nos afirma que Maria não tinha filhos, está no já citado trecho sobre a crucificação. Ali, do meio das terríveis dores, Jesus, preocupado com a Mãe, confere a João, “o discípulo que ele amava”, a tarefa de acolher Maria em sua casa. Jesus disse claramente: “Eis aí tua Mãe” e “Mulher, eis aí teu Filho.” (Jo 19,27). Ora, se Jesus tivesse mesmo irmãos de sangue, ele não precisaria ter deixado sua Mãe com um apóstolo. E isso se reforça, se levarmos em consideração a lei que mandava que, no caso da morte do filho mais velho, o irmão imediatamente mais moço, deveria assumir os cuidados da genitora. Mas, como Jesus não tinha irmãos, ele precisou deixar sua Mãe com São João. E isto também está na Bíblia.
Há ainda um trecho muito polêmico dos Evangelhos que diz: “(José) levou Maria para casa e, sem ter relações com ela, Maria deu à luz um filho.”  (Mt 1,24). Contudo, na versão protestante de João Ferreira de Almeida, está assim narrado: “Contudo, não a conheceu ENQUANTO ela deu à luz um filho.” Esta é na verdade, uma “tradução” tendenciosa que visa insinuar que José e Maria não coabitaram apenas no período da gravidez, sendo que, após isto, eles passaram a ter uma vida sexual normal. Entretanto, trata-se de uma versão corrigida da Bíblia de Almeida, pois nas versões mais antigas (e não menos tendenciosas) se lê: “Contudo, não a conheceu ATÉ que ela deu à luz um filho.” À primeira vista, nos parece não haver muitas diferenças entre os termos, mas se analisarmos, veremos que na Bíblia, a palavra “até” tem outra conotação. É o que percebemos também neste caso (ainda na versão protestante): “Mical, filha de Saul, não teve filhos ATÉ o dia de sua morte.” (2Sm 6,23). Aqui, de modo mais evidente, fica claro que a palavra “até” indica uma continuidade daquilo que já se vivia antes. Neste caso, vemos que Mical não teve filhos até a morte. Mas será que depois da morte ela teve filhos? Lógico que não! Pois a palavra “até” sugere que a situação de Mical permaneceu a mesma após a morte. Isto também ocorre no caso do Evangelho. “José não conheceu “até” que ela deu à luz um filho.” Portanto, se ela era virgem ates, permaneceu também depois. Assim como Mical que “não teve filhos até o dia de sua morte.”
Ah, lembro ao estimado leitor que a Fé no Dogma da Virgindade Perpétua de Maria não é exclusividade católica. Os principais reformadores protestantes também dão testemunho disso. Veja, por exemplo, o que nos fala o fundador do Protestantismo, Martinho Lutero:
“Um só Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nascido da Virgem Maria.” (Martinho Lutero, “Apologia da Confissão de Fé de Augsburg”, art. IX)
“O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o auxílio de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem.” (Martinho Lutero, “Artigos da Doutrina Cristã”)
O que nós vemos, porém, é que os seguidores de Lutero não dão tanta atenção às suas palavras, pelo menos àquelas que não lhes convém.
Outro Reformador, o suíço Zwinglio, também cria na Virgindade Perpétua de Maria:
“Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto, quanto após o mesmo, permaneceu virgem pura e íntegra.” (Zwinglio, em “Corpus Reformatorum”)
Se junta ainda à lista dos Fundadores crentes na Doutrina da Virgindade Perpétua, o Fundador da Igreja Metodista, John Wesley:
“Creio que (Jesus) foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem, pura e imaculada.” (John Wesley, numa carta datada em 18 de julho de 1749.)
Com tudo isso, fica mais do que evidente que Jesus não possuía irmãos, nem meio-irmãos, mas primos, filhos de uma irmã de Maria (que também poderia ser uma prima). Torna-se claro também que a Doutrina da Perpétua Virgindade Mariana não se baseia apenas na Tradição Apostólica, mas também nas Sagradas Escrituras e, por incrível que parece, até em declarações dos principais reformadores protestantes.