quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Coca-cola e seitas são dois produtos mais exportados dos Estados Unidos.


Coca-cola e seitas são dois produtos mais exportados dos Estados Unidos.

  América do Norte é marcada pela invasão militar, pelo preconceito racial, pela indústria cinematográfica, pelo capitalismo, pelo gasto de 7 bilhões de dólares por ano em material pornográfico (1) e pelo celeiro gigantesco das seitas.
  O livro ‘A Peste das Almas – Histórias de Fanatismo’ de Marcos Antonio Lopes e Marcos Lobato Martins, afirmam que nos Estados Unidos em particular, “prosperam seitas cristãs irracionais e excêntricas”. Citam o exemplo da Igreja do Manuseio da Cobra, no Tennessee, que congrega cristãos puritanos, praticantes do manuseio de cascavéis como teste de pureza. E, ainda, a Igreja Americana Nativa, fundada em 1918, que encoraja o uso do peito asteca para fortalecer, em seus seguidores, “sua capacidade de atração”. (2).
  Os Estados Unidos têm uma história terrível de sangue devido o fanatismo religioso. A intolerância das seitas tem levado muita gente à desvinculação familiar, ao desemprego, às drogas, à marginalização, à depressão, à loucura e a morte.
  O fundamentalismo das seitas leva ao radicalismo dos fiéis ao enfrentamento com qualquer coisa que venha contra o seu ensinamento doutrinário.
  O fundamentalismo cega a inteligência dos sectários. A radicalidade apaga o raciocínio de ver no outro um amigo, um irmão.
  Dentro desse contexto, os sectários não aceitam o diferente. Tudo está errado, só eles estão certos, só eles têm a verdade, Deus e o céu. Só eles têm o Livro Sagrado, só eles sabem interpretar a Bíblia Sagrada e só eles tem visões e revelações do “Espírito Santo”.
  A jornalista Patti Waldmeir do Financial Times, de Washington escreve que a “diversidade religiosa cria problemas para companhias americanas”.
  “Mais trabalhadores estão expressando suas visões religiosas no trabalho (...) e mais empregadores estão trazendo sua religião para o local de trabalho”, afirmou Peggy Mastroianni, assessora jurídica da Equal Employment Opportunity Commision (EEOC), a comissão reguladora do setor trabalhista nos Estados Unidos. As reclamações de discriminação religiosa recebidas pela comissão aumentaram em 27% desde 2000.
 
AUTO-AJUDA E NOVA ERA
 
  O mestre hindu Swami Vivekananda chega aos Estados Unidos em 1893, pregando a doutrina da reencarnação. O ocidente recebeu muito bem a doutrina do carma, do darma, da meditação, yoga e do pensamento positivo.
  O hinduísmo, budismo, xintoísmo e confucionismo adentraram nos Estados Unidos aglomerando muitos adeptos.
  Dizia Buda: “Tudo o que somos é resultado do que pensamos”.
  Estudiosos da filosofia do pensamento positivo, poder da mente e da prosperidade, criaram literaturas de auto-ajuda.
  O principal mentor desta literatura foi o poeta e ensaísta americano Ralph W. Emerson que publicou o livro Autoconfiança em 1841.
  Escreveu ele: “Acreditar que aquilo que é verdadeiro no seu coração é verdadeiro para todos os homens - isto é o gênio”.
  Emerson é considerado o precursor de toda literatura de auto-ajuda.
  Outro americano mestre da auto-ajuda foi Dale Carnegie que publicou um clássico deste ramo em plena crise econômica – a Grande Depressão dos anos 30. “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, foi publicado em 1936.
  Carnegie escreveu: “Acredite que você pode mudar sua vida e isso se concretizará”.
  Nessa empreitada surgem dois pastores protestantes: Essek W. Kenyon e Norma Vincent Peale, ambos americanos.
  Doutor Kenyon, como é conhecido, foi metodista, batista e depois um pregador pentecostal itinerante.
  Dr. Kenyon escreveu dezoito pequenos livros, nos quais enaltece a força do espírito e da mente sobre a matéria, e afirma que as doenças se originam na esfera metafísica e que a cura é resultado da ação da mente sobre o corpo. Ensinava: “Andar como Jesus andou, sem qualquer consciência de inferioridade em relação a Deus... ter uma fé que abalará o mundo”.
  Outro pastor metodista é mais conhecido devido seu livro que é outro clássico da literatura de auto-ajuda, Peale lança em 1952, o livro ‘O Poder do Pensamento Positivo’. O livro carrega características da fé bíblica positivista. Esse livro marca uma nota de diferente dos demais, devido sua ênfase na fé, na Bíblia e na oração.
  Pelae escreveu: “A fé pode conseguir qualquer coisa”. A trilogia do seu pensamento é: “Ore, imagine e realize”. Este pensamento é seguido a risca pelo pastor coreano Paul Yonggi Cho, que tem a maior denominação protestante do mundo.
 
NAÇÃO ANTICRISTÃ
 
  No final da década de 50 e início da década de 60, os gurus hindus do oriente, como o iogue Maharishi Mahesh, Baba Muktananda, Yogananda, iogue Bhajan, Vivekananda e muitos outros, ficaram muito felizes de saber que, através da popularização do uso das drogas psicodélicas, milhões de ocidentais estavam descobrindo uma realidade não-fisíca cuja existência a ciência ocidental vinha negando por muito tempo. Eles perceberam rapidamente que estava se abrindo no Ocidente um amplo mercado para suas doutrinas. Nascia o movimento da Nova Era.
  Os ensinos da filosofia da prosperidade ocidental, as literaturas de auto-ajuda e o movimento da Nova Era, penetraram nas igrejas cristãs americanas detonando a dogmática bíblica e deixando um oceano de heresias
Dr. Kenyon foi mentor de transportar para o meio evangélico a filosofia da prosperidade em teologia da prosperidade. Esta se tornou o fundamento do ministério do pastor Kenneth Hagin.
Hagin é conhecido como o Pai do Movimento da Fé. Ele se tornou o maior pregador e publicador da teologia da prosperidade e junto com Dr. Kenyon é o mentor das igrejas neopentecostais.
Dentro desse contexto está incluso a falsa doutrina psicológica nas igrejas americanas que se espalha para o mundo inteiro.
Diz o pastor T. A. McMahon, diretor executivo do ministério The Berean Call: “Na história da igreja atual não houve nada que mais induzisse os crentes a abandonarem sua fé na suficiência da Palavra de Deus do que a pseudociência do aconselhamento psicológico. Considere o seguinte: nos EUA, a igreja evangélica é um dos principais serviços que indicam e encaminham casos para psicólogos e psiquiatras”. (3)
T.A. Mcnahon denuncia que muitas igrejas e livros são fundamentados em tais ensinos. Diz ele: “Um exemplo típico seria o da igreja americana de Wilow Creek, do Pastor Bill Hybels. Hybels não apenas ensina princípios psicológicos, mas também utiliza princípios psicológicos como parâmetros de interpretação na sua exegese das Escrituras”. “O livro de Rick Warren, recordista de vendas, The Purpose – Driven life [publicado em português com o titulo Uma vida com Propósitos] promove a aceitação da psicologia na igreja ao incluir expressões psicologizadas”.
Com tanta negação da Palavra de Deus por muitas igrejas americanas e a nação tomada por religiões, seitas e heresias, o especialista no assunto, o escritor americano Dave Hunt chega dizer: “Antigamente, os EUA eram conhecidos como uma nação cristã. Mas hoje poderíamos muito bem dizer que este país é uma nação anticristã. Símbolos cristãos como a cruz e os Dez Mandamentos não podem mais ser exibido em lugares públicos”. (4)
O americano Edwin Kagin, de 66 anos, filho de um pastor presbiteriano cuja linhagem remonta ao reformador escocês John Knox. Kagin e sua esposa Helen fundaram em 1996, nas proximidades de Clarksville, em Ohio, o primeiro acampamento ateísta da América, o Acampamento Quest.
Todo o seu trabalho será para provar que Deus não existe. Tem como objetivo catequizar as crianças. (5)
 
CONCLUSÃO
 
Nos Estados Unidos, o Movimento da Auto-Ajuda movimentou 8,5 bilhões de dólares em 2004 e cresceu 50% nos últimos cinco anos (no Brasil, foram 2,9 milhões de livros vendidos em 2003, último dado disponível).
“Tudo o que esse mercado deseja é que as pessoas não resolvam seus problemas – e continuem devorando livros, vídeos, palestras e outros produtos. Qual a resposta da auto-ajuda quando seus métodos falham? É simples: consuma mais auto-ajuda”, afirma o jornalista Steve Salermo autor da obra: ‘Como o Movimento de Auto-Ajuda Deixou a América Desamparada’. (6)
Já dizia a Sentença Latina: “Vulgus vut décipi – O povo que ser enganado”.

Escreve São Paulo Apóstolo: “Quanto aos homens maus e impostores, eles progredirão no mal, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3,13).

Vivemos numa era bastante propícia para o engano. Muita gente desesperada, solitária, depressiva, desempregada e não amada. Vem o supermercado das religiões para piorar a situação. A crise financeira e o conflito pessoal levam qualquer pessoa sem fundamento da santíssima fé cristã a navegar em qualquer barco furado.
A pós-modernidade é marcada por pessoas que estão com mente cheia de silicone, o coração lotado com cacos de vidros, a alma toda cortada com bisturi e o corpo dominado pelo luxo do lixo da moda.
Quem se envolve com seitas, por mais alto conhecimento científico e tecnológico que possa ter, torna-se inútil diante da manipulação e alienação das seitas, ou seja, a pessoas é um objeto, um boneco de marionete na mão do líder ou do grupo que lidera.
Espero que muitos cristãos sinceros americanos se levantem contra o engano da serpente e preguem a verdade de Cristo que tem todo o poder de libertar muito americano das seitas e heresias.

“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que escolheu para si como herança” (Sl 33,12.

Pe. Inácio Jose do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
 


REFERÊNCIAS
 
(1) Ultimato, setembro – outubro de 2007, p.18.
  (2) Valor, fim de semana, 30/06/2006, pp.12 e 13.
  (3) Chamada da meia Noite, maio de 2007, pp.15 e 17.
  (4) Chamada da Meia Noite, novembro de 2007, p.11.
  (5) Ultimato, novembro - dezembro de 2007, p.21.
  (6) Veja, 09/11/2005, p.144.

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